Amaral era filho de Francisco das Chagas e Gertrudes Pilar do Amaral. Nasceu em 27 de agosto de 1842 na vila da Lapa, na época parte da Província de São Paulo. Em 22 de novembro de 1867, concluiu o curso de Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito de São Paulo, obtendo o título de bacharel.[2]
Amaral casou-se com Rosa Cândida de Oliveira Amaral. Tiveram juntos vários filhos.[2]
Carreira
Como político
Amaral ocupou seus primeiros cargos públicos ainda durante o Império, como membro efetivo do Conselho Diretor da Instrução Primária e Secundária do município da Corte.[2] Politicamente, era um abolicionista ferrenho e defendia a República.[3] Em 1889, foi nomeado pelo regime republicano recentemente instalado como inspetor da Alfândega do Rio de Janeiro.[2]
Em 1891, Amaral foi eleito senador pelo Paraná. Integrou o Senado durante o Congresso Nacional Constituinte e presidiu a Comissão dos 21, responsável por elaborar a Constituição da República de 1891.[2][3] Em dezembro do mesmo ano, renunciou, mas retornou ao Senado, novamente após ter sido eleito, em junho de 1892. Durante um ano, de maio de 1894 a maio de 1895, foi primeiro secretário e vice-presidente da casa.[2]
Em 1897, Amaral foi nomeado Prefeito do Distrito Federal. Manteve-se no cargo por um ano, de novembro de 1897 a novembro de 1898. Em 1903, foi designado diretor do Banco da República, mais tarde renomeado para Banco do Brasil. De 1909 a 1910, presidiu a instituição.[4] Foi ainda membro do Conselho da Junta Administrativa da Caixa de Amortização, onde ganhou experiência e conhecimento no setor bancário.[2][3]
Como jurista
Após a graduação, Amaral foi morar em Sorocaba, no interior de São Paulo. Ali abriu um escritório de advocacia e foi um dos fundadores dos periódicos Sorocabano e Ipanema e chefiou a campanha para o lançamento da Estrada de Ferro Sorocabana, grande obra de infra-estrutura no interior paulista.[5][6] Em 1874, foi trabalhar com Saldanha Marinho em sua banca de advogados, no Rio de Janeiro. Nesta função, destacou-se como um jurisconsulto proeminente.[2][3]
Em dezembro de 1894, Amaral foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Prudente de Moraes.[7] Foi empossado na corte em 15 de dezembro de 1894.[8] Foi o primeiro paranaense a integrar a mais alta corte do país.[9] Renunciou ao cargo em 4 de maio de 1896.[10]
Como diplomata, Amaral serviu como árbitro de seu país nos tribunais mistos brasileiro-boliviano e brasileiro-peruano. Foi embaixador da Comissão Permanente de Arbitramento do Tribunal de Haia.[3]
Como dramaturgo
Amaral também atuou como dramaturgo, onde escreveu as peças: O soldado brasileiro no ano de 1868, roteirizado com o médico e político, Cândido Barata Ribeiro e Discurso no Grande Oriente do Brasil em 1876. Posteriormente em 1877, ainda escreveu Segunda Conferência do Grande Oriente e Saldanha Marinho, perfil biográfico.[3][11][12][13]
Maçonaria
Amaral foi um dos fundadores da Loja Maçônica Perseverança III, em 1869, sendo seu primeiro orador.[14][15] Através desta instituição, realizou diversos trabalhos filantrópicos.[16]
Sua influência no grupo era tamanha que no ano de 1964, quarenta e quatro anos após a sua morte, foi fundada a Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), no seio da Loja Maçônica.[17] A Instituição é encarregada de atuar em diversas frentes de filantropia na cidade Sorocaba, ajudando a manter diversas instituições como o Lar Escola Monteiro Lobato de Sorocaba, a Liga Sorocabana de Combate ao Câncer, a Vila dos Velhinhos e a Associação Protetora dos Insanos.[18]
↑ abcdefgLuciana Pinheiro (8 de outubro de 2010). «AMARAL, Ubaldino do»(PDF). Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 7 de agosto de 2020