Paul Claudel nasceu em Aisne, na localidade de Villeneuve-sur-Fère. Sua família paterna era composta por fazendeiros e funcionários públicos, mas seu pai, Louis Prosper Claudel, lidava com hipotecas e transações bancárias. Sua mãe, Louise Athanaïse Cécile Cerveaux, provinha de uma família muito católica, também de fazendeiros, de Champagne, onde Paul viveu na infância.
Em 1881, seus pais se mudaram para Paris, onde Paul e sua irmã passaram a viver, em uma casa de classe média.
Em 1886, Paul Claudel, que tinha 18 anos e até então era ateu, converteu-se ao catolicismo, no Natal, ao ouvir o coro da catedral de Notre-Dame de Paris. Ele se emocionou ao ver que todos tinham fé e oravam para um Deus que até então ele não queria conhecer, e viu que poderia contar com a ajuda do poder invisível, do amor ao Criador. A leitura das Illuminations de Arthur Rimbaud, a quem chamou de «místico em estado selvagem», também o influenciou na sua "conversão".
Apesar de ter pensado em tornar-se monge beneditino, acabou por optar por uma vida mais mundana, seguindo a carreira diplomática, tendo servido de 1893 a 1936. Foi vice-cônsul em Nova Iorque, em Boston, Praga, Frankfurt am Main e Hamburgo. Foi cônsul na China (1895-1909).
Em março de 1906, casou com Reine Sainte-Marie Perrin e teve filhos com ela, num casamento feliz.
Aposentou-se em 1936 e viveu em seu castelo em Brangues (Isère) até sua morte, em 1955.
Camille Claudel
Paul era irmão da escultora Camille Claudel. Em 10 de março de 1913, dias após a morte de seu pai, internou a irmã em um hospital psiquiátrico de Ville-Évrard, em Neuilly-sur-Marne. No formulário diz que a internação foi "voluntária", mas ele foi assinado apenas por Paul e pelo médico responsável. Há registros que mostram que, embora ela tenha tido surtos, ela estava bem lúcida enquanto trabalhava em sua arte. Os médicos tentaram convencer a família que ela não precisava estar em um hospital psiquiátrico, mas ainda assim eles a mantiveram lá.[1]
Paul visitou a irmã apenas setes vezes em 30 anos: 1913, 1920, 1925, 1927, 1933, 1936, 1943. Sempre se referia às visitas como tensas. O amigo de Rodin, Mathias Morhardt, insistia em dizer que Paul queria calar o talento da irmã. Ele declarou: "Paul Claudel é um imbecil. Quando alguém tem uma irmã genial, não a abandona. Mas ele sempre pensou que era ele o génio da família".[2]
Obras
Teatro
1887 : L'Endormie (primeira versão)
1888 : Fragment d'un drame
1890 : Tête d'or (primeira versão)
1892 : La Jeune Fille Violaine (primeira versão)
1893 : La Ville (primeira versão)
1894 : Tête d'or (segunda versão) ; L'Échange ()
1899 : La Jeune Fille Violaine (segunda versão)
1901 : La Ville (segunda versão)
1901 : Le Repos du septième jour
1906 : Partage de midi, drama (primeira versão)
1911 : L'Otage, drama em três actos
1912 : A anunciação a Maria - no original L'Annonce faite à Marie (primeira versão)
1913 : Protée , drama satírico em dois actos (primeira versão)
1917 : L'Ours et la Lune
1918 : Le Pain dur, drama em três actos
1919 : Les Choéphores d'Eschyle
1920 : Le Père humilié, drama em quatro actos
1920 : Les Euménides d'Eschyle
1926 : Protée , drama satírico em dois actos (segunda versão)
1927 : Sous le Rempart d'Athènes
1929 : Le Soulier de satin ou Le pire n'est pas toujours sûr, acção espanhola em quatro jornadas (criado parcialmente em 1943 por Jean-Louis Barrault, em versãi integral no teatro de Orsay em 1980; a versão integral foi representada em 1987 por Antoine Vitez[3])
1933 : Le Livre de Christophe Colomb, drama lírico em duas partes
1939 : Jeanne d'Arc au bûcher
1939 : La Sagesse ou la Parabole du destin
1942 : L'Histoire de Tobie et de Sara, moralidade em três actos
1947 : L'Endormie (segunda versão)
1948 : L'Annonce faite à Marie (segunda versão)
1949 : Protée , drama satírico em dois actos (segunda versão)
1954 : L'Échange (segunda versão)
Poesia
1900 e 1907: Connaissance de l'Est
1905 : Poèmes de la Sexagésime
1907 : Processionnal pour saluer le siècle nouveau
1954 : Paul Claudel interroge le Cantique des Cantiques
1955 : J'aime la Bible, Fayard
1956 : Conversation sur Jean Racine
1957 : Sous le signe du dragon
1958 : Qui ne souffre pas… Réflexions sur le problème social
1958 : Présence et prophétie
1959 : La Rose et le rosaire
1959 : Trois figures saintes pour le temps actuel
Memórias, diário
1954 : Mémoires improvisés. Quarante et un entretiens avec Jean Amrouche
1968 : Journal. Tome I : 1904-1932
1969 : Journal. Tome II : 1933-1955
1949 : Correspondance de Paul Claudel et André Gide (1899-1926)
1951 : Correspondance de Paul Claudel et André Suarès (1904-1938)
1952 : Correspondance de Paul Claudel avec Gabriel Frizeau et Francis Jammes (1897-1938), accompagnée de lettres de Jacques Rivière
1961 : Correspondance Paul Claudel et Darius Milhaud (1912-1953)
1964 : Correspondance de Paul Claudel et Lugné-Poe (1910-1928). Claudel homme de théâtre
1966 : Correspondances avec Copeau, Dullin, Jouvet. Claudel homme de théâtre
1974 : Correspondance de Jean-Louis Barrault et Paul Claudel
1984 : Correspondance de Paul Claudel et Jacques Rivière (1907-1924)
1990 : Lettres de Paul Claudel à Élisabeth Sainte-Marie Perrin et à Audrey Parr
1995 : Correspondance diplomatique. Tokyo (1921-1927)
1995 : Correspondance de Paul Claudel et Gaston Gallimard (1911-1954)
1996 : Paul Claudel, Jacques Madaule Connaissance et reconnaissance : Correspondance 1929-1954, DDB
1998 : Le Poète et la Bible, volume 1, 1910-1946, Gallimard, coll. « Blanche »
2002 : Le Poète et la Bible, volume 2, 1945-1955, Gallimard, coll. « Blanche »
2004 : Lettres de Paul Claudel à Jean Paulhan (1925-1954), Correspondance présentée et annotée par Catherine Mayaux, Berne : Paul Lang, 2004 ISBN3-03910-452-7
2005 : Correspondance de Paul Claudel avec les ecclésiastiques de son temps. Volume I, Le sacrement du monde et l'intention de gloire, éditée par Dominique Millet-Gérard, Paris : Champion, coll. « Bibliothèque des correspondances, mémoires et journaux » n° 19, 2005, 655 p. ISBN2-7453-1214-6.
2005 : Une Amitié perdue et retrouvée. Correspondance de Paul Claudel et Romain Rolland, édition établie, annotée et présentée par Gérald Antoine et Bernard Duchatelet, Paris : Gallimard, coll. « Les cahiers de la NRF », 2005, 479 p. ISBN2-07-077557-7