Os Papiros de Oxirrinco (ou Oxyrhynchus Papyri) são um grupo de manuscritos, a maioria em papiro, descobertos por arqueólogos num antigo depósito de lixo perto de Oxirrinco no Egito (28° 32' 09" N30° 39' 19" E, moderna el-Bahnasa). Os manuscritos datam dos séculos I ao VI d.C. e incluem milhares de documentos em grego e em latim, cartas e obras literárias. Também encontraram alguns poucos manuscritos em papel velino e uns textos em árabe em papel (por exemplo, o P. Oxy. VI 1006, medieval).
Os papiros da coleção foram dispersados e estão atualmente alojados pelo mundo todo. Uma quantidade substancial encontra-se no Ashmolean Museum na Universidade de Oxford. Os papiros desta coleção são geralmente referenciados como P. Oxy ou POXY.
Os textos
Ainda que a esperança inicial de encontrar muitas obras perdidas da antiguidade em Oxirrinco não tenha se realizado, muitos importantes textos gregos foram encontrados no local. Entre eles incluem-se poemas de Píndaro, fragmentos de Safo e Alceu e trechos maiores de Álcman, Íbico e Corina.
Há também extensos trechos de Hypsipyle de Eurípides, fragmentos de comédias de Menandro e uma grande porção de Ichneutae de Sófocles. Ali também foram encontrados os mais antigos e mais completos diagramas dos "Os Elementos" de Euclides. Estes fragmentos levara à uma reavaliação da precisão das fontes antigas para os "Os Elementos", revelando que a versão de Teão de Alexandria era mais autoritativa do que se acreditava antes segundo Thomas Little Heath. Outro importante achado foi o tratado histórico hoje conhecido como Hellenica Oxyrhynchia, cujo autor é desconhecido, mas pode ter sido Éforo de Cime ou, como muitos acreditam, Crátipo de Atenas. A Vida de Eurípides por Sátiro, o Peripatético também foi desenterrado ali, mas a mais importante descoberta em latim foi uma epítome de sete dos 107 livros perdidos de Lívio.
O autor clássico mais beneficiado pelas descobertas em Oxirrinco foi o autor de teatro ateniense Menandro (342–291 a.C.), cujas comédias eram muito populares no período helenístico e cujos trabalhos são frequentemente encontrados em fragmentos de papiro. Entre elas, estão Misoumenos, Dis Exapaton, Epitrepontes, Karchedonios, Dyskolos e Kolax. Estas descobertas tiveram grande influência no status de Menandro entre os estudiosos dos clássicos e especialistas no Teatro grego.
Existe um tabela online com a lista completa de cada papiro (ou fragmento) e um breve descritivo de cada um.[1]
Todos os manuscritos classificados como "teológicos" entre os Papiros de Oxirrinco estão listados mais abaixo. Uns poucos que pertencem a múltiplos gêneros ou cujo gênero não esteja consistentemente tratado nos volumes dos Papiros também foram incluídos. Por exemplo, a citação do Salmos 90 (P. Oxy. XVI 1928) associada com um amuleto foi classificado de acordo com o seu gênero primário como "texto mágico", embora esteja incluído aqui entre os textos do Antigo Testamento.
Antigo Testamento
A Bíblia hebraica foi traduzida para o grego entre os séculos III e I a.C. Esta tradução, chamada Septuaginta (abreviada "LXX", ambos significando 70 em latim) por ser uma tradução compilada por 72 escribas judeus em Alexandria, no Egito. Ela é citada no Novo Testamento e é encontrada encadernada junto com ele nos códices unciaisCodex Sinaiticus (ALEF), Codex Alexandrinus (A) e o Codex Vaticanus (B). A Septuaginta inclui livros chamados Apócrifos, cuja autoridade é contestada (veja próxima seção). Porções dos livros do Antigo Testamento de autoridade não disputada encontrados nos Papiros de Oxirrinco estão listados nesta seção.
O primeiro número (Vol) é o volume dos Papiros de Oxirrinco em que o manuscrito está publicado.
O segundo número (Oxy) é a sequência geral de publicação nos Papiros de Oxirrinco.
A abreviação padrão dos Papiros é:
P. Oxy. <volume em Numerais romanos><sequência de publicação - Oxy)>.
O contexto esclarecerá sempre se o numeral 'LXX' se refere ao volume 70 dos Papiros ou à Septuaginta.
P. Oxy. VIII 1073 é uma versão em Latim antigo do Gênesis. Os demais manuscritos são provavelmente cópias da Septuaginta.
Datas estimadas até o divisor de 50 mais próximo.
Conteúdo é informado sobre o o verso mais próximo, quando conhecido.
O mais antigo é datado no início do século II d.C., portanto foram copiados no período de aproximadamente um século após os documentos originais do Novo Testamento terem sido escritos[2]
Grenfell e Hunt descobriram o primeiro papiro do Novo Testamento (1) logo no segundo dia de escavação durante o inverno de 1896-97. Esta, assim como outras descobertas iniciais, foi publicada em 1898 no primeiro dos agora setenta volumes do trabalho, Os Papiros de Oxirrinco (The Oxyrhynchus Papyri no original)[3]
A terceira coluna (CRG) refere-se à sequencia padrão de Caspar René Gregory.
P indica um manuscrito em papiro, um número começando com zero indica papel velino.
O número CRG é uma citação abreviada adequada para manuscritos do Novo Testamento.
Conteúdo é dado até o capítulo mais próximo; versos não listados.
Os três manuscritos de Tomé representam a única cópia em grego deste trabalho, sendo a outra uma versão em copta num manuscrito encontrado na Biblioteca de Nag Hammadi.[4] P. Oxy. 4706, um manuscrito do Pastor de Hermas é notável por causa de duas seções, Visões e Mandamentos, que se acreditava que circulassem com frequência de forma independente, foram encontradas no mesmo rolo.[5]
P. Oxy. V 840 e P. Oxy. XV 1782 são em papel velino.
2949?, 3525, 3529? 4705 e 4706 são rolos e o resto, códices.
↑Comfort & Barrett, Philip W & David P. (2001). The Text of the Earliest New Testament Greek Manuscripts (em inglês). Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers Incorporated.
↑Kirby, Peter."Gospel of Thomas" (2001-2006) em EarlyChristianWritings.com (em inglês) - Acessado em 16-Ago-2010.
↑Barbantani, Silvia. "Review: Gonis (N.), Obbink (D.) [et al.] (edd., trans.) The Oxyrhynchus Papyri. Volume LXIX. (Graeco-Roman Memoirs 89.)" (2007) The Classical Review, 57:1 p.66 Cambridge University Pressdoi:10.1017/S0009840X06003209
The Oxyrhynchus papyri vol. III Cornell University Library Historical Monographs Collection. Reprinted by Cornell University Library Digital Collections