Por volta de 1434, segundo algumas fontes históricas no dia 19 de maio, o peregrino francês Simão Vela sonhou com uma imagem de Nossa Senhora que estava enterrada no topo de escarpada montanha,[6][7] em razão de uma guerra entre cristãos e muçulmanos, na qual os católicos escondiam suas imagens para não serem destruídas, cercada de luz e acenando para que ele fosse procurá-la. Simão Vela, assim se chamava o peregrino, durante cinco anos andou procurando a mencionada serra, até que um dia teve indicação de sua localização e para lá se dirigiu. Após três dias de intensa caminhada, pela razão de segundo ele próprio, em seus êxtases ouvir sempre a advertência divina: "Simão, vela e não durma!" (pelo que passou a adotar o sobrenome de Vela, como ficou conhecido), escalando penhas íngremes, o monge parou para descansar, quando viu sentada perto dele uma formosa senhora com o filho ao colo que lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava. Auxiliado por alguns pastores da região, conseguiu achar a imagem que avistara em sonho.
Construiu Simão Vela uma tosca ermida nesse local, que logo se tornou célebre pelo grande número de milagres alcançados por intermédio da Senhora da Penha de França, e mais tarde ali foi construído um santuário no topo da Penha de França, no município de El Cabaco (Salamanca, Espanha). O intelectual católico francês Maurice Legendre influenciou a recuperação do santuário (especificamente, em 1934 organizou uma peregrinação para marcar o quinto centenário da descoberta da imagem). Legendre é enterrado na nave da igreja.
Iconografia da imagem
A imagem comum do título é a do viajante a cavalo, atacado por uma cobra e salvo por um jacaré (versão brasileira do lagarto). No alto vê-se Nossa Senhora da Penha com o Menino Jesus no braço esquerdo e a mão direita estendida segurando às vezes um cetro. Esta representação da Virgem Maria é geralmente em pinturas, pois as esculturas mostram somente Maria com o Menino ao colo.
Milagres
Um tempo após a famosa batalha de Alcácer-Quibir, uma peste assolou Portugal e como a Espanha se livrara do flagelo graças à intervenção de Nossa Senhora da Penha de França, o Senado da Câmara de Lisboa prometeu à Mãe de Deus construir um grandioso templo, se ela livrasse a cidade da moléstia. Extingui-se a epidemia quase subitamente, a Câmara mandou edificar magnífico santuário naquele local.
Este templo passou a atrair milhares de peregrinos e em certa ocasião um devoto, tendo subido ao alto da penedia vencido pelo cansaço adormeceu. Uma grande cobra aproximou-se para picá-lo quando um enorme lagarto saltou sobre ele despertando-o a tempo de matar a serpente com o seu bastão. Essa é a razão pela qual a imagem de Nossa Senhora da Penha tem aos pés um peregrino, a cobra e o lagarto.
Na cidade de São Paulo, em 1667, foi erguida uma pequena capela em devoção a Nossa Senhora da Penha de França e, em seu entorno, desenvolveu-se um dos bairros mais antigos, populosos e tradicionais da capital paulistana: a Penha de França, que, atualmente, abriga a antiga igreja matriz (na região conhecida por "igreja velha") e a basílica (conhecida por "igreja nova"), cuja pedra fundamental foi lançada em 1957. Ambos os templos são dedicados a Nossa Senhora da Penha de França e sua data festiva é celebrada a cada dia 8 de setembro.
Devoção a Nossa Senhora da Penha em Resende Costa/MG
Segundo moradores e fiéis, por volta de 1830, talvez alguns anos a mais ou a menos, o então padre residente em Resende Costa, na época Curato, Pe. Antônio de Pádua, após cumprir suas obrigações religiosas, se dirigia para o casarão da chácara Dr. Gervásio e se colocava a esculpir a imagem da então padroeira de Resende Costa, Nossa Senhora da Penha de França. Logo no início do trabalho, o padre escultor plantou algumas palmeiras na estrada da chácara, de um lado e outro. No final do trabalho, tendo a imagem esculpida, a comunidade se colocou em procissão, no dia 1 de setembro (motivo pelo qual Resende Costa dedica esse dia a Nossa Senhora da Penha de França e não o dia 8 de setembro, como é próprio da liturgia católica), com a imagem nos ombros, em direção à Igreja Matriz Nossa Senhora da Penha de França, onde passou ocupar o local mais alto do altar-mor, que ocupa até os dias atuais.
Devoção a Nossa Senhora da Penha em Itapira/SP
A Devoção á Nossa Senhora da Penha na cidade de Itapira, deu-se por conta de João Gonçalves de Morais, um dos fundadores da cidade, decidir derrubar a mata para construção de uma capela para abrigar a imagem de Nossa Senhora da Penha, que recebera de herança familiar, e proclamada padroeira da vila que haveria de se tornar em volta da capela, e posteriormente da cidade como nos dias atuais. Sua festa é celebrada em 08 de setembro, feriado municipal.
↑«Santuario de Nuestra Señora de la Peña de Francia - Simón Vela». Tres días buscó inútilmente, la Virgen le animó en tan duro trance: "Simón, vela y no duermas". A la tercera noche, en medio de una gran luz, se le apareció Nuestra Señora, comunicándole que en la roca misma donde se había refugiado se encontraba la imagen que buscaba. "Aquí cavarás, y lo que hallares has de sacarlo y ponerlo en lo más alto del risco, donde construirás una iglesia". (em castelhano)
↑Felix Barroso Gutiérrez. «Las Hurdes, tres estampas etnográficas, en Revista de Folclore, nº 162 (Fundación Joaquín Díaz, Valladolid)». El hecho histórico de la aparición de la Virgen de la Peña se remonta al siglo XV. Por 1434, miércoles de la infraoctava del Espíritu Santo, reinando en Castilla Juan II, el peregrino francés Simón Roland -más conocido por Simón Vela-, tras siete años de búsqueda, encontrará, dentro de una covacha, una de esas tallas negras, que pasará a llamarse la Virgen de la Peña de Francia. Posteriormente, en otros refugios rocosos de esta montaña aparecerán otras imágenes, casi todas ellas de factura románica, que, sin lugar a dudas, fueron escondidas por los cristianos ante el avance musulmán en la Península Ibérica. (em castelhano)
↑Raúl Berzosa - Bispo de Ciudad Rodrigo (Virgen de la Peña de Francia, 8-9-2015): ¿Quién es Nuestra Señora de la Peña de Francia?… Os confieso que, a raíz de la publicación del libro “La Montaña dorada”, del escritor Raúl Rentero Mateos, me puse a investigar sobre la historia de esta imagen y de este santuario. (em castelhano)