Os membros do gênero Nocardia são actinomicetosaeróbicos e saprófitas ubíquos (encontrados no mundo todo) no solo, matéria orgânica em decomposição, água doce e água salgada. Nao tem potencial invasivo, só penetrando em áreas de corte expostas ao solo ou a água ou ao ser aspirado para dentro dos pulmões. Os principais agentes etiológicos envolvidos são a Nocardia asteroides, geralmente causando nocardiose pulmonar e Nocardia brasiliensis, que geralmente causa infecção de pele.[1][2]
A nocardiose ocorre comumente em pacientes imunossuprimidos e possui a capacidade de resistir ao sistema imunológico persistindo por muitos anos dentro de macrófagos.[3]
Sinais e sintomas
Alguns pacientes podem ser assintomáticos. Os sintomas são mais graves em indivíduos imunocomprometidos e costumam voltar poucas semanas após o tratamento. Os sintomas dependem do local da infecção.
É uma forma contagiosa de pneumonia bacteriana crônica[4]:
Suores noturnos,
Febre,
Náusea e vômito,
Perda de apetite,
Perda de peso,
Tosse com ou sem sangue,
Dor no peito e dificuldade pra respirar leve.
Infecção do sistema nervoso central
O sistema nervoso central é afetada de mais de 30% dos casos de infecção sistêmicas/disseminadas e geralmente resulta na formação de abscesso cerebral resultando em:
O diagnóstico é confirmado pelo cultivo de amostras de tecidos infectados (seja pele, líquido cefalorraquídeo, catarro...) enviados para a coloração e cultura. Nocardia é um aeróbio estrito e seu crescimento é muito lento, pode demorar até quatro semanas, formando colônias com hifas e odor míldio. Não há métodos sorológicos atualmente disponíveis para o diagnóstico. O laboratório de microbiologia tem de ser informada de suspeitas de nocardia para que as amostras sejam incubadas durante um período de tempo maior do que o habitual.[4]
Nocardia é um bacilo gram-positiva; no entanto, as aparições na coloração de Gram pode ser enganosa, especialmente se o paciente tomou antibióticos recentemente. Estudos radiológicos pulmonares mostram várias infiltrações pulmonares com tendência a necrose central.
Epidemiologia
São mais diagnosticados nos EUA, com 500 a 1000 casos por ano e em Índia e África. Na América do sul e central as infecções cutâneas por Nocardia brasiliensis são muito mais comuns que qualquer outra, enquanto nos EUA as infecçoes pulmonares por Nocardia asteroides responde por 90% dos casos de nocardiose.[4] Poucos estudos epidemiológicos foram feitos em outros países. Sao 3 vezes mais comuns em homens, provavelmente por sofrerem mais ferimentos.[5]
O tratamento também pode incluir a drenagem cirúrgica de abscessos e excisão de tecido necrosado. A fase aguda requer repouso completo.
Referências
↑Saubolle, M.A.; Sussland, D. (2003). «Nocardiosis: review of clinical and laboratory experience». J. Clin. Microbiol. 41 (10): 4497-501 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Corti, M.E.; Villafane-Fioti, M.F. (2003). «Nocardiosis: a review». Int. J. Infect. Dis. 7 (4): 243-50 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Rapini, Ronald P.; Bolognia, Jean L.; Jorizzo, Joseph L. (2007). Dermatology: 2-Volume Set. St. Louis: Mosby. ISBN1-4160-2999-0 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)