A intoxicação alimentar ou intoxicação gastrintestinal geralmente é o resultado de uma reacção à comida ou à água contaminadas durante o preparo, manipulação ou armazenamento dos alimentos.[1] Os contaminadores mais comuns são as bactérias, especialmente a Campylobacter jejuni, Salmonella e Clostridium. Outros contaminantes incluem os vírus, os parasitas (helmintos) e as toxinas. A intoxicação alimentar normalmente conduz a um desconforto gastrintestinal severo que é acompanhado de cólicas abdominais, vómitos e diarreia.
A intoxicação alimentar, embora comum, frequentemente pode ser prevenida facilmente. Calcula-se que 85 por cento das comidas estragadas podem ser evitadas seguindo as normas de preparo, higiene e armazenamento dos alimentos. Normalmente, a intoxicação alimentar melhora dentro de um ou dois dias. Porém, em alguns casos, a intoxicação alimentar é bastante perigosa. Nos Estados Unidos, a intoxicação gastrintestinal resulta em mais de 300.000 hospitalizações a cada ano e causa 5.000 mortes anuais.
Salmonella enterica: associada ao consumo de laticínios, ovos ou aves que não são adequadamente cozidos.
Escherichia coli. A E. Coli enterohemorrágica (EHEC) pode causar síndrome hemolítico-urêmica (insuficiência renal com sangue e anemia). Outras cepas de Escherichia coli como a enteroinvasiva (EIEC), enteropatogênica (EPEC), enterotoxigênica (ETEC), enteroagregativa (EAEC) tem cada uma suas complicações específicas.
Outras bactérias que causam infecção associada ao consumo de alimentos incluem[3]:
Brucella spp.: Associado ao consumo de laticínios e carne pouco cozidos.
Como a intoxicação gastrintestinal normalmente melhora quando o contaminante ou a toxina são eliminados do organismo, nem sempre os médicos podem determinar a causa exacta dos sintomas. Se os sintomas persistem para mais de 48 horas, pode ser necessário examinar uma amostra de fezes sob um microscópio (exame de fezes). Seu médico também pode querer colher uma amostra de sangue, fezes ou a comida em questão. A amostra pode ser encaminhada para cultura (exame para ver o crescimento dos micro-organismos para que assim eles possam ser identificados) em um laboratório.
Até 80% das intoxicações gastrintestinais estão relacionadas ao consumo de comidas industrialmente preparadas ou comidas de refeitórios comunitários. Em tais casos, questionar outras pessoas que ingeriram as mesmas comidas pode ajudar a determinar a causa.
Informações sobre a duração entre a refeição e o começo dos sintomas podem ajudar a diagnosticar o problema:
Menos que duas horas sugere que uma toxina está envolvida;
Mais de 2 horas sugere uma infecção bacteriana;
Mais que 12 horas sugere uma infecção viral.
Muitos dias depois sugere uma infecção parasitaria.
Prevenção
Para prevenir a intoxicação gastrintestinal, lave as mãos com água e sabão antes de comer ou preparar alimentos, lave bem frutas e verduras com 5% de cloro, cozinhe muito bem a carne e ovos, não consuma laticínios não-pasteurizados e nem consuma produtos com a lata danificada. Os norovírus são difíceis de prevenir porque podem sobreviver dias em superfícies duras e meses ou até anos em água doce, salgada ou filtrada.[6]
↑Humphrey T, O'Brien S, Madsen M (2007). "Campylobacters as zoonotic pathogens: a food production perspective". International Journal of Food Microbiology. 117 (3): 237–57. doi:10.1016/j.ijfoodmicro.2007.01.006. PMID 17368847.
↑Enterotoxins at the US National Library of Medicine Medical Subject Headings (MeSH)
↑Scallan E, Hoekstra RM, Angulo FJ, Tauxe RV, Widdowson MA, Roy SL, et al. (2011). "Foodborne illness acquired in the United States—major pathogens". Emerging Infectious Diseases. 17 (1): 7–15. doi:10.3201/eid1701.P11101. PMC 3375761 Freely accessible. PMID 21192848.
↑Frazer, J. (January 17, 2012). "Misery-inducing Norovirus Can Survive for Months—Perhaps Years—in Drinking Water". Scientific American. Retrieved February 27, 2012.