Em 4 de dezembro de 1754, o padre José Vieira Afonso recebeu uma sesmaria na Lagoa das Queimadas, às margens do Rio Curimataú, iniciando a povoação da área. O nome Queimada referia-se à queima inicial dos aceiros para a fundação de plantios. A Lagoa de Queimadas mudou de nome no século XIX, passando a se chamar Montanhas, numa referência direta à sua localização. A Lagoa de Montanhas sempre teve um clima agradável e ameno, a ponto de ser considerada a Suíça do Agreste.
A povoação de Lagoa de Montanhas alcançou progresso a partir da fertilidade de suas terras, que sempre garantiu grande produção de cereais. A chegada da estrada de ferro, interligando a região à capital do Estado, no ano de 1882, foi um acontecimento que veio garantir o crescimento do povoado. Lagoa de Montanhas foi considerado distrito do município de Pedro Velho, em outubro de 1938. No dia 8 de janeiro de 1962, de acordo com a Lei nº 2.727, o distrito foi desmembrado de Pedro Velho e se tornou município. Mas somente em 20 de julho de 1963, o município passou a se chamar definitivamente Montanhas.
Os solos de Montanhas, em sua maior parte, são arenosos, profundos e bastante drenados, porém pobres em nutrientes e, portanto, pouco férteis, caracterizando as areias quartzosas ou neossolos, altamente permeáveis e lixiviados. Na porção sudoeste existem os solos podzólicos vermelho-amarelo equivalentes eutróficos (chamados de luvissolos na nova classificação), mais férteis que os neossolos, mas menos profundos e menos drenados.[9] Na parte oeste do município existem os planossolos,[10] mais argilosos, razoavelmente profundos, menos permeáveis e mal drenados.[11] Totalmente inserido na bacia hidrográfica do rio Curimataú,[9] Montanhas se situa em uma área de transição entre os biomas da caatinga e da Mata Atlântica, estando 92% da área do município no primeiro e os 8% restantes no segundo.[12]
O clima é tropicalAw, com chuvas concentradas entre março e julho. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), desde abril de 2004 o maior acumulado de chuva em 24 horas registrado em Montanhas alcançou 180 mm em 13 de junho de 2007. Outros acumulados iguais ou superiores a 100 mm foram: 125,3 mm em 18 de junho de 2007, 110,3 mm em 31 de janeiro de 2014, 107 mm em 13 de abril de 2011, 106 mm em 6 de julho de 2020 e 104 mm em 30 de abril de 2017. Junho de 2007 é o mês mais chuvoso da série histórica, com 506,1 mm.[13]
Dados climatológicos para Montanhas (2004-2020)[13]
No último censo demográfico, realizado em 2010, a população de Montanhas era de 11 413 habitantes, ocupando a 52ª posição no estado e a 2 693ª no Brasil,[15] com uma densidade demográfica de 138,82 hab/km², a nona maior do Rio Grande do Norte,[16] e 77,72% vivendo na zona urbana.[17] Com 50,36% dos residentes do sexo feminino e 49,64% do sexo masculino,[17] a razão de sexo era de 98,56 homens por cem mulheres.[18] Quanto à faixa etária, 61,02% tinham entre 15 e 64 anos, 29,26% menos de quinze anos e 9,73% 65 anos ou mais.[19]
Na pesquisa de autodeclaração do censo, 55,89% dos moradores eram pardos, 38,45% brancos, 4,6% pretos, 1,04% amarelos e 0,03% indígenas.[20] Todos os habitantes eram brasileiros natos,[21] dos quais 65,04% naturais do município (dos 88,42% nascidos no estado).[22] Dentre os naturais de outras unidades da federação, os estados com o maior percentual de residentes eram a Paraíba (7,18%), o Rio de Janeiro (1,84%) e São Paulo (0,97%), havendo também nascidos em outros onze estados e no Distrito Federal.[23]
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) do município é considerado baixo, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Segundo dados do relatório de 2010, divulgados em 2013, seu valor era 0,557, estando na 161ª posição a nível estadual (de 167 municípios) e na 5 098ª colocação a nível nacional (dentre 5 570). Considerando-se apenas o índice de longevidade, seu valor é 0,700, o valor do índice de renda é 0,553 e o de educação 0,447. No mesmo ano, 53,86% da população viviam acima da linha de pobreza, 27,92% abaixo da linha de indigência e 18,22% entre as linhas de indigência e de pobreza. No mesmo ano, os 20% mais ricos detinham 56,26% do rendimento total municipal, enquanto os 20% mais pobres apenas 1,99%, sendo o índice de Gini, que mede a desigualdade social, igual a 0,547.[26][27]
Política e administração
A administração municipal se dá por dois poderes, o executivo e legislativo, independentes entre si. O primeiro é exercido pelo prefeito, auxiliado pelo seu gabinete de secretários, e o segundo pela câmara municipal, constituída por nove vereadores. Dentre as atribuições do legislativo estão a elaboração e a votação de leis fundamentais à administração e ao executivo, especialmente a lei de diretrizes orçamentárias. Tanto o prefeito quanto os vereadores são todos eleitos pelo voto direto para mandatos de quatro anos.[28][29] A lei orgânica de Montanhas, que rege o município, foi promulgada em 1990.[30]
Existem também alguns conselhos municipais em atividade, sendo alguns deles: Alimentação Escolar, Assistência Social, Cultura, Desenvolvimento Rural, Direitos da Criança e do Adolescente, Educação, FUNDEB, Habitação, Meio Ambiente, Saúde e Tutelar.[31][32][33] Montanhas é termo judiciário da comarca de Nova Cruz, de entrância intermediária,[34] e pertence à décima-segunda zona eleitoral do Rio Grande do Norte, possuindo, em dezembro de 2020, 8 559 eleitores, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), equivalente a 0,351% do eleitorado potiguar.[35]
Prefeitos
1962–1962 — Fase de emancipação política
1963–1964 — José Galvão Tavares "Zé Galvão"
1965–1970 — Cícero Firmino de Lima
1971–1971 — Manuel Ferreira de Farias "Neco Ferreira" (Renunciou em março de 1971, após três meses de mandato)
1971–1972 — José Inácio Coutinho (Assumiu após a renúncia do Prefeito Manuel Ferreira de Farias)
↑ abcdInstituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA-RN) (2008). «Montanhas»(PDF). Consultado em 16 de julho de 2021