Jade Fernandes Barbosa (Rio de Janeiro, 1 de julho de 1991) é uma ginastabrasileira que compete em provas de ginástica artística. Jade Barbosa é integrante da Seleção Brasileira Permanente de Ginástica Artística Feminina e fez parte da equipe nacional que conquistou a inédita oitava colocação nos Jogos Olímpicos de 2008. Também representou a equipe brasileira em 2007, no Campeonato Mundial de Ginástica Artística de 2007 com posição inédita de 5°lugar. Pertence também à atleta a primeira medalha na disputa do concurso geral em um Campeonato Mundial e a melhor classificação individual geral em uma edição olímpica, 10° lugar. É a única atleta que conseguiu mais de uma medalha no Campeonato Mundial de Ginástica Artística (bronze no Individual-Geral de 2007 e bronze no Salto em 2010), além de ser a única ginasta a conquistar medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, no aparelho do salto em 2007.
Jade Barbosa iniciou-se na carreira de ginasta ainda menina. Aos nove anos sua mãe morreu vitimada por um aneurisma.[1] Dois anos mais tarde, a ginasta participou de seus primeiros Jogos da Juventude, na categoria infantil, nos quais não conquistou medalhas. Em 2003, foi a campeã do individual geral e de todos os aparelhos disputados no Campeonato Nacional Brasileiro da categoria infantil.[2]
No ano seguinte, no Campeonato Pan-Americano Juvenil, disputado em El Salvador, foi a medalhista de ouro no solo, de prata no salto e de bronze por equipes. Em 2005, agora na categoria sênior, a atleta conquistou a prata no salto e no concurso geral do Campeonato Brasileiro. No Pré-Pan, substituindo Daiane dos Santos, competiu pela primeira vez pela seleção brasileira. No individual geral, foi 11ª colocada entre os atletas do continente. Por equipes, saiu-se vice-campeã e classificada a competir o Pan-americano. No ano seguinte, foi campeã no solo e no salto e vice-campeã na trave, do Campeonato Nacional, realizado na cidade de Goiânia. Em São Paulo, com idade para competir no Juvenil, conquistou o ouro do concurso geral e das barras assimétricas.[2]
Em 2007, pouco antes de completar dezesseis anos, Jade Barbosa pôde competir pela primeira vez, internacionalmente e na categoria sênior, na Copa do Mundo. Disputou as etapas de Paris, na França, e Cottbus, na Alemanha. Na primeira, com a quarta e a sétima colocações no salto e nas paralelas assimétricas, Jade não subiu ao pódio. Na segunda, presente em três finais, conquistou a prata no salto. Em julho, aos dezesseis anos, Barbosa disputou os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro. Nesta edição, saiu-se vencedora na prova do salto, após mais de quinze anos da conquista de Luisa Parente. No solo, superada pelas norte-americanas Rebecca Bross e Shawn Johnson, foi a medalhista de bronze. No concurso geral, falhas em suas rotinas a deixaram fora do pódio. Coletivamente, conquistou a prata.[3]
Meses à frente, em nova estreia, no Mundial de Stuttgart, Jade Barbosa conquistou o inédito pódio do individual geral, para a ginástica do Brasil.[4]
No ano seguinte, competindo em sua primeira edição olímpica, a atleta atingiu posições inéditas a ginástica brasileira. Nos Jogos de Pequim, Barbosa classificou-se para três finais. Por equipes, o Brasil disputou pela primeira vez uma final, na qual encerrou na oitava posição.[5] Individualmente, Barbosa atingiu a melhor colocação nacional até então:[6] o décimo lugar.[4] Nos aparelhos, disputou o salto sobre a mesa, no qual caiu em suas duas aterrissagens atingiu a sétima posição[7] Após o término das Olimpíadas a ginasta fora diagnosticada com uma lesão grave no pulso que poderia interromper sua carreira. Afastada das competições, anunciou a volta às disputas para o Campeonato Brasileiro de 2009.[8] No evento, classificou-se para três finais por aparelhos: trave, salto sobre a mesa e solo. No solo, pontuou 13,550; e terminou com a primeira colocação, superando Ethiene Franco e Priscila Cobello, prata e bronze, respectivamente.[9]
Abrindo o calendário competitivo de 2010, disputou em maio, o Troféu Brasil, no qual saiu campeã da prova geral individual, a companheira de equipe Daniele Hypólito foi prata e a estreante Priscila Cobello, medalhista de bronze.[10] Em agosto, na disputa do Nacional Brasileiro, em Vitória, conquistou três medalhas, sendo duas de ouro: por equipes, defendendo a equipe do Flamengo, somou 165,700 pontos e encerrou campeã;[11] no evento geral obteve nota suficiente apenas para a terceira colocação, em prova vencida pela companheira Daniele Hypólito; no salto sobre a mesa, conquistou o ouro após pontuar 14,675 pontos.[12] Após dois anos afastada da seleção principal brasileira, retornou as competições internacionais no Mundial de Roterdã, realizado nos Países Baixos.[13] Nele, conquistou durante a fase de qualificação, a vaga em duas finais individuais, o concurso geral e o salto sobre a mesa. Coletivamente, terminou na décima colocação.[14] Em sua primeira final, obteve um somatório geral de 55,655 pontos e encerrou na 15ª posição. A campeã da prova foi a russa Aliya Mustafina, com um total de 61,032 pontos.[15] Adiante, na disputa do salto, somou 14,799 pontos na média dos dois saltos e encerrou superada pela norte-americana Alicia Sacramone e pela russa Mustafina, com a medalha de bronze.[16] Em dezembro, pelas conquistas atingidas, a ginasta foi premiada pela primeira vez em sua carreira, com o Prêmio Brasil Olímpico, como melhor ginasta artística do país.[17] Abrindo o calendário competitivo de 2011, disputou na capital russa, a etapa de Copa do Mundo. Nela, competiu apenas no salto sobre a mesa, no qual encerrou medalhista de bronze, em prova vencida pela alemã Oksana Chusovitina.[18] Na competição seguinte, o Nacional Brasileiro, realizado em Guarulhos, encerrou campeã nas provas por equipes, solo e salto, segunda colocada no geral individual e medalhista de bronze na trave.[19]
Em meados do ano seguinte, por discordar dos termos de uso de uniformes e das marcas dos patrocinadores da seleção de ginastas do Brasil, foi excluída da delegação que disputaria os Ginástica nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres.[20] Acabaria entrando nos Jogos Olímpicos de 2016 após ajudar a equipe a vencer um evento-teste quatro meses antes da Olimpíada no Rio de Janeiro.[21] Depois de fazer parte do time que terminou a competição por equipes em oitavo,[22] Jade entrou no lugar de Flávia Saraiva na final individual, que não pode completar após uma lesão na prova do solo.[23]
Em fevereiro de 2017, foi confirmada como participante do reality Dancing Brasil exibido pela RecordTV,[24] terminando a competição em segundo lugar. No campeonato brasileiro em agosto, foi segunda colocada nas barras assimétricas, antes de desistir da final geral por uma lesão na canela.[25][26] Voltaria a competir só em abril de 2018, levando junto da equipe brasileira a prata no torneio de Jesolo.[27] No mês seguinte, participou dos Jogos Sul-Americanos de 2018, ganhando ouro por equipes, prata nas barras assimétricas e trave (atrás de Flávia Saraiva), e bronze no individual geral (atrás de Saraiva e a argentina Martina Dominici).[28] Foi então vice-campeã brasileira atrás de Daniele Hypólito, além de levar ouro nas barras assimétricas e prata na trave.[29] No resto do ano, foi vice-campeã do Campeonato Pan-Americano de Ginástica de 2018 com a equipe brasileira,[30] e foi parte da primeira equipe a chegar na final do mundial desde a estreia profissional de Jade em 2007.[31]
Em 2019 foi parte da equipe brasileira que venceu um evento em Stuttgart,[32] e levou prata no solo e bronze no geral e nas barras assimétricas no campeonato brasileiro. Mas então começou a sofrer com lesões, a começar por uma torção no joelho que a cortou dos Jogos Pan-Americanos de 2019,[33] e um rompimento do ligamento cruzado saltando na trave durante o Mundial, onde o Brasil não conseguiu a vaga por equipes para os Jogos Olímpicos de 2020. Quando a pandemia de COVID-19 adiou as Olimpíadas em um ano, Jade levantou as esperanças de ainda se classificar,[32] quando uma contusão às vésperas do Campeonato Pan-Americano de Ginástica de 2021 a impediu, embora ela declarasse ainda estar disposta a tentar mais uma participação olímpica em 2024.[34] Durante os Jogos, comentou a competição de ginástica pelo SporTV ao lado de Daniele Hypólito.[35][36]
Em outubro de 2021, na competição por equipes do Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística, representou seu clube, Flamengo, ao lado de Daniele Hypólito, Hellen Vitória, Lorrane Oliveira, Maria Heloísa, Rebeca Andrade e Thaynná Máximo. Jade apresentou-se nas assimétricas (13.200) e na trave (13.000), ajudando sua equipe a levar o ouro. Na final por aparelhos, conquistou prata nas assimétricas e na trave.
Principais resultados
Jade Barbosa na Copa do Mundo de Ginástica 2008, em Roma.