A Igreja Ortodoxa Grega de Jerusalém (em árabe: كنيسة الروم الأرثوذكس في القدس Kanisatt Ar-rum al-Urtudoks fi al-Quds, literalmente "Igreja dos Rumes Ortodoxos em Jerusalém"; em hebraico: הפטריארכיה היוונית-אורתודוקסית של ירושלים) ou Patriarcado Ortodoxo Grego de Jerusalém, oficialmente Patriarcado de Jerusalém (em grego: Πατριαρχεῖον Ἱεροσολύμων, Patriarcheîon Hierosolýmōn), é a Igreja ortodoxa autocéfala liderada pelo Patriarca Grego Ortodoxo de Jerusalém. Sediada na Igreja do Santo Sepulcro, ocupa a cidade largamente conhecida como a de origem da Cristandade, onde se crê que a Igreja Cristã tenha sido erguida no dia de Pentecostes, e por isso se autodenomina a "Mãe de todas as Igrejas".[1][2][3]
O número de cristãos ortodoxos sob o Patriarcado é estimado em meio milhão. A maior parte dos fiéis é composta por palestinos e jordanianos, mas existe uma população de imigrantes, principalmente russos, georgianos e romenos, tomando parte na vida religiosa, junto a uma pequena comunidade de israelenses convertidos.
É também um dos cinco patriarcados da antiguidade, chamados de Pentarquia.
Dentro da comunhão ortodoxa, ele ocupa o quarto lugar de precedência.
Durante a Era Apostólica, a igreja cristã estava organizada num número indefinido de igrejas locais que, nos primeiros anos, tinham em Jerusalém o centro principal e ponto de referência. Tiago, o Justo, que foi martirizado em 62 d.C., é descrito como tendo sido o primeiro bispo de Jerusalém. As perseguições ao cristãs após as revoltas judaicas contra Roma no final do século I e início do século II também impactaram a comunidade cristã da cidade, levando-a a ser gradualmente eclipsada pela proeminência de outras sés, principalmente as de Antioquia, Alexandria e Roma. O aumento na peregrinação durante o reinado de Constantino I, no entanto, gradualmente mudou a sorte da Sé de Jerusalém e, em 325 d.C., o Primeiro Concílio de Niceia atribuiu-lhe uma honra especial, mas não o status metropolitano (então o mais alto da Igreja), ao bispo de Jerusalém[4]. Jerusalém continuou a ser um bispado até 451 d.C., quando ela foi elevada ao status de Patriarcado pelo Concílio de Calcedônia.[5] A Igreja tomou parte, desta forma, na chamada estrutura da Pentarquia, isto é, as cinco igrejas mais importantes do mundo cristão.
Após a conquista islâmica de Jerusalém no século VII, Jerusalém foi reconhecida como a sede do cristianismo e o seu patriarca, como o líder. Com o Grande Cisma em 1054, a Igreja de Jerusalém permaneceu com os outros patriarcados orientais, até hoje as figuras mais importantes da Igreja Ortodoxa. Em 1099, os cruzados ocidentais da Primeira Cruzada fundaram o Patriarcado Latino, concorrente ao Patriarcado Ortodoxo Grego na cidade. Por conta da invasão islâmica, o patriarca ortodoxo viveu em Constantinopla até 1187.
O Chefe do Patriarcado e do Santo Sínodo é o Patriarca Teófilo III (Ilias Giannopoulos), Patriarca da Cidade Santa de Jerusalém e de Toda a Palestina, Israel, Síria, além do Rio Jordão, Caná da Galiléia e Santo Sião.
Existem também 6 administrações territoriais patriarcais, denominadas epitropias (análogos dos decanatos):[6]
Todas as sedes episcopais existentes, com exceção da Patriarcal e do Sinai, Ptolemaida e Nazaré, são de fato titulares, pois não conferem nenhum poder aos bispos que as ocupam.