O fundamentalismo é uma tendência entre certos grupos e indivíduos que se caracteriza pela aplicação de uma interpretação literal estrita às escrituras, dogmas ou ideologias, juntamente com uma forte crença na importância de distinguir o grupo interno e o grupo externo,[1][2][3][4] o que leva a uma ênfase em alguma concepção de "pureza" e a um desejo de retornar a um ideal anterior do qual os defensores acreditam que os membros se desviaram. O termo é geralmente usado no contexto da religião para indicar um apego inabalável a um conjunto de crenças irredutíveis (os "fundamentos").[5]
O termo "fundamentalismo" é geralmente considerado pelos estudiosos da religião como referindo-se a um fenômeno religioso amplamente moderno que, embora seja uma reinterpretação da religião conforme definida pelos parâmetros do modernismo, reifica a religião em reação contra as tendências modernistas, liberais e ecumênicas que se desenvolvem na religião e a sociedade em geral que ela percebe como estranha a uma tradição religiosa particular. Dependendo do contexto, o rótulo "fundamentalismo" pode ser uma caracterizaçãopejorativa em vez de neutra, semelhante às maneiras pelas quais chamar perspectivas políticas de "direita" ou "esquerda" pode ter conotações negativas.[6][7]
História
Protestantes americanos
O fundamentalismo surgiu como um movimento nos Estados Unidos, começando entre os conservadores teólogos presbiterianos no Seminário Teológico de Princeton no final do século XIX. Isto logo se espalhou entre conservadores da batistas e outras denominações por volta de 1910-1920. O propósito do movimento era de reafirmar antigas crenças dos cristãos Protestantes que zelosamente a defendem contra o teologia liberal, alto criticismo, darwinismo, e outros movimentos que consideram como ameaçadores ao cristianismo.
A primeira formulação das crenças do fundamentalismo americano podem ser ligadas à Conferência Bíblica de Niagara e, em 1910, à Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana cuja doutrina se gerou o que ficou conhecido como os "cinco fundamentos":[8]
Os conflitos religiosos entre os Xiitas e os Sunitas desde o século VII criaram ideologistas radicais, como Ali Shariati (1933–77), mesclando conservadorismo social com fundamentalismo islâmico.[9]
↑Altemeyer, B.; Hunsberger, B. (1992). «Authoritarianism, religious fundamentalism, quest, and prejudice». International Journal for the Psychology of Religion. 2 (2): 113–133. doi:10.1207/s15327582ijpr0202_5
↑Hunsberger, B (1995). «Religion and prejudice: The role of religious fundamentalism, quest, and right-wing authoritarianism». Journal of Social Issues. 51 (2): 113–129. doi:10.1111/j.1540-4560.1995.tb01326.x. ... the fundamentalism and quest relationships with prejudice are especially meaningful in light of an association with right‐wing authoritarianism.... In the end, it would seem that it is not religion per se, but rather the ways in which individuals hold their religious beliefs, which are associated with prejudice.
↑Nagata, Judith (junho de 2001). «Beyond Theology: Toward an Anthropology of "Fundamentalism"». American Anthropologist. 103 (2): 481–498. doi:10.1525/aa.2001.103.2.481. Once considered exclusively a matter of religion, theology, or scriptural correctness, use of the term fundamentalism has recently undergone metaphorical expansion into other domains [...].
↑Boer, Roland (2005). «Fundamentalism»(PDF). In: Tony Bennett; Lawrence Grossberg; Meaghan Morris; Raymond Williams. New keywords: a revised vocabulary of culture and society. Cambridge, Massachusetts: Blackwell Publishing. pp. 134–137. ISBN978-0-631-22568-3. OCLC230674627. Consultado em 27 de julho de 2008. Arquivado do original(PDF) em 10 de setembro de 2008. Widely used as a pejorative term to designate one's fanatical opponents – usually religious and/or political – rather than oneself, fundamentalism began in Christian Protestant circles in the eC20. Originally restricted to debates within evangelical ('gospel-based') Protestantism, it is now employed to refer to any person or group that is characterized as unbending, rigorous, intolerant, and militant. The term has two usages, the prior one a positive self-description, which then developed into the later derogatory usage that is now widespread.
Torrey, R.A. (ed.). (1909). The Fundamentals. Los Angeles: The Bible Institute of Los Angeles (B.I.O.L.A. now Biola University). ISBN0-8010-1264-3
"Religious movements: fundamentalist." In Goldstein, Norm (Ed.) (2003). The Associated Press Stylebook and Briefing on Media Law 2003 (38th ed.), p. 218. New York: The Associated Press. ISBN0-917360-22-2.