Do lado surinamês situa-se o distrito de Sipaliwini (o maior do país em área).
Características
A fronteira vai entre dois pontos tríplices dos países com Guiana no oeste,com a Guiana Francesa no leste. A região de fronteira entre o Brasil e o Suriname é extremamente isolada, existindo apenas algumas aldeias e malocas indígenas nas margens dos rios, além do Pelotão Especial de Fronteira de Tiriós, onde fica localizado o único aeroporto que dá acesso à região.
No lado surinamês da fronteira, a localidade mais próxima é a cidade de Kwamalasamutu.
Contudo, as fronteiras foram demarcadas somente por um acordo em 1931, tendo sido ratificadas em 1935, enquanto o Suriname ainda era a colônia neerlandesa chamada Guiana Holandesa.[1]
Divortium aquarium clássico
A linha divisória entre os países é um exemplo clássico de acordo de divisão fronteiriça por divortium aquarum, na qual não há nenhum compartilhamento de bacias hidrográficas entre os dois países, sendo a fronteira portanto totalmente seca. Desse modo, o Suriname não tem acesso aos rios da bacia amazônica, que correm para o sul, nem o Brasil aos rios das bacias do Corantyne e Maroni, que que deságuam no litoral norte, parte do Atlântico que banha as Guianas.
Sobre tal divisória, no livro Estudos brasileiros (volume 1, edições 1-3), de 1938, por Claudio Ganns, pode-se ler:
A Guiana Holandesa, ou Colônia de Suriname, tem seus limites com o Brasil plenamente definidos.(...) O comandante Brás de Aguiar e o almirante Keyser, este pela Holanda, encerraram a delicada tarefa no meio da maior harmonia. Aliás, a Holanda nunca nos criou dificuldades. A linha, que só se estende com o Pará, começa na serra do Tumucumaque, onde nasce o Corentyne, segue a cumeada da mesma serra na partilha das águas entre a bacia do Amazonas, ao sul e as dos cursos d'água que correm em direção ao norte.[2]
O tratado de fronteiras entre o Brasil e o Suriname foi assinado em 5 de maio de 1906 no Rio de Janeiro.[2]
↑ abGANNS, Claudio (1938). studos brasileiros (volume 1, edições 1-3). [S.l.]: Instituto de Estudos Brasileiros !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)