As eleições municipais em Campo Grande em 1985 ocorreram em 15 de novembro, como parte das eleições em 201 municípios situados nos 23 estados brasileiros e nos territórios federais do Amapá e Roraima.[1] Foi a primeira eleição da Nova República e a primeira onde os campo-grandenses escolheram seu alcaide pelo voto direto desde Marcelo Miranda em 1976.[nota 1] No presente caso, foram eleitos o prefeito Juvêncio da Fonseca e o vice-prefeito Francisco Maia.
Fundada em 21 de junho de 1872 por José Antônio Pereira, Campo Grande pertencia à parte meridional de Mato Grosso e foi a capital de Maracaju durante a Revolução Constitucionalista de 1932. No período situado entre a fundação da cidade e o fim do Estado Novo, quase todos os prefeitos que administraram a mesma ascenderam ao cargo por nomeação, prática corrigida após a Constituição de 1946. Destes, Marcelo Miranda foi o último prefeito de Campo Grande eleito diretamente antes que o Governo Ernesto Geisel criasse o Mato Grosso do Sul em 1977.[2] Elevada a capital de estado, a cidade foi entregue a prefeitos biônicos conforme o Ato Institucional Número Três.[3][nota 2]
Nascido em Campo Grande, o advogado Juvêncio da Fonseca formou-se na Universidade Cândido Mendes.[4] Durante a primeira passagem de Marcelo Miranda como governador de Mato Grosso do Sul, foi assessor especial do mesmo e depois secretário de Educação.[5] Estreou na vida política ao seguir Marcelo Miranda rumo ao PMDB em aliança com Wilson Martins, sendo eleito vereador em Campo Grande em 1982 e prefeito da respectiva cidade em 1985.[6][7][nota 3]
Resultado da eleição para prefeito
Foram apurados 119.127 votos nominais (95,46%), 1.802 votos em branco (1,45%) e 3.860 votos nulos (3,09%), resultando no comparecimento de 124.789 eleitores.[nota 4]
Candidatos a prefeito de Campo Grande
|
Candidatos a vice-prefeito |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Juvêncio da Fonseca PMDB |
Francisco Maia PMDB |
15 |
PMDB (sem coligação) |
63.565 |
53,36%
|
Levy Dias PFL |
Carlos Corrêa da Costa PFL |
25 |
PFL (sem coligação) |
38.136 |
32,01%
|
Sérgio Cruz PDT |
Antônio Carlos de Oliveira PDT |
12 |
PDT (sem coligação) |
12.474 |
10,47%
|
Euclides de Oliveira PCB |
Fausto Mato Grosso PCB |
23 |
PCB (sem coligação) |
3.248 |
2,73%
|
Jandir de Oliveira Campos PT |
Ezequiel Ferreira Lima PT |
13 |
PT (sem coligação) |
1.067 |
0,90%
|
Wilson Hokama PTB |
Sílvio Carvalho PTB |
14 |
PTB (sem coligação) |
637 |
0,53%
|
Fontes:[8][9]
|
Eleito
Notas
- ↑ Capitais de estado, áreas de segurança nacional, instâncias hidrominerais, municípios de territórios e municípios criados até 15 de maio de 1985, realizaram eleições municipais no ano em questão, não havendo eleições no Distrito Federal e no Território Federal de Fernando de Noronha.
- ↑ Eleita numa sublegenda da ARENA em 1976 para um mandato de seis anos, a chapa vitoriosa em Campo Grande não resistiu ao tempo, pois em 1978 o vice-prefeito Alberto Cubel Brull foi eleito deputado estadual e Marcelo Miranda renunciou em 1979 ao ser escolhido governador de Mato Grosso do Sul pelo presidente João Figueiredo, fatos que ensejaram a posse do vereador Albino Coimbra como prefeito numa "gestão interina" iniciada em 29 de junho de 1979 e encerrada em 7 de novembro de 1980.
- ↑ Em 1985, tanto o prefeito quanto o vice-prefeito eleitos em Campo Grande eram vereadores, assim, quando Juvêncio da Fonseca e Francisco Maia assumiram os seus cargos no Poder Executivo, José Oliva e Diulio Ramires foram efetivados na Câmara Municipal.
- ↑ Somando-se o comparecimento de 124.789 eleitores (75,32%) às 40.880 abstenções (24,68%), Campo Grande chegou a 165.669 eleitores inscritos em 1985.
Referências