As eleições municipais em Teresina em 1985 ocorreram em 15 de novembro, como parte das eleições em 201 municípios em 23 estados e nos territórios federais do Amapá e Roraima. Foi a primeira eleição da Nova República e a primeira onde os teresinenses escolheram seu alcaide pelo voto direto desde 1962, a primeira do PDS na oposição e a primeira do PFL como partido governista.[1][nota 1]
Sete candidatos disputaram o Palácio da Cidade, mas a vitória coube ao professor, advogado e historiador Raimundo Wall Ferraz. Nascido em Teresina e formado pela Universidade Federal do Piauí, lecionou na referida instituição e no Instituto de Educação Antonino Freire. Filiado à UDN, foi eleito vereador de Teresina em 1954 e 1958 e participou da última eleição direta na cidade antes do Regime Militar de 1964 elegendo-se vice-prefeito ao lado de Hugo Bastos em 1962, exercendo cumulativamente à presidência da Câmara Municipal, filiando-se depois à ARENA.[2] Secretário de Educação no primeiro governo Alberto Silva, foi prefeito biônico de Teresina (1975-1979) no governo de seu cunhado, Dirceu Arcoverde, e mantido no cargo por Djalma Veloso. Com a reforma partidária feita no Governo Figueiredo,[3] foi para o PP e para o PMDB[4] sendo eleito deputado federal em 1982, com três quartos de sua votação oriundos da capital piauiense.[5]
Também nascido em Teresina, o jornalista Deoclécio Dantas formou-se em contabilidade na Escola Professor Felismino Weser e posteriormente integrou a Academia Piauiense de Letras, o Instituto Histórico e Geográfico do Piauí, o Conselho Estadual de Cultura, a Campanha Nacional das Escolas da Comunidade e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí. Assessor da Companhia Energética do Piauí, assumiu a presidência da Companhia Editora do Piauí (COMEPI) por nomeação do governador Helvídio Nunes em 1969, mantendo-se no cargo nos governos de João Clímaco d'Almeida, Alberto Silva e Dirceu Arcoverde.[6] Eleito vereador de Teresina pela ARENA em 1976 e deputado estadual em 1978, transitou pelo PP antes de seguir rumo ao PMDB,[4] reelegendo-se em 1982 e elegendo-se vice-prefeito de Teresina em 1985.[7][nota 2] Logo rompeu com o seu partido e ingressou no PDT, mas não obteve êxito como candidato a vice-governador do Piauí em 1986 e a prefeito da capital piauiense em 1988.[8]
Resultado da eleição para prefeito
Dados fornecidos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí mostram que houve 155.491 votos nominais (95,48%), 2.496 votos em branco (1,53%) e 4.863 votos nulos (2,99%) totalizando 162.850 eleitores.[2] Dados sobre abstenções ainda não estão disponíveis.
Eleito
Eleições no interior do estado
Convertido em área de segurança nacional em 1973 por sediar a Usina Hidrelétrica de Boa Esperança, o município de Guadalupe realizou eleições em 1985 e nelas foram apurados 4.053 votos nominais (96,34%), 69 votos em branco (1,64%) e 85 votos nulos (2,02%).
Candidatos a prefeito de Guadalupe
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Candidatos a vice-prefeito |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
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João Luiz da Rocha PFL |
João Patrício Neto PFL |
25 |
PFL (sem coligação) |
2.774 |
68,44%
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Francisco Antônio Soares PMDB |
José Carlos Monteiro PMDB |
15 |
PMDB (sem coligação) |
1.202 |
29,66%
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Sebastião Egídio Moreira PT |
Pedro Guerra de Oliveira PT |
13 |
PT (sem coligação) |
77 |
1,90%
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Fontes:[10][2][9]
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Eleito
Notas
- ↑ Capitais de estado, áreas de segurança nacional, instâncias hidrominerais, municípios de territórios e municípios criados até 15 de maio de 1985, não havendo eleições no Distrito Federal e no Território Federal de Fernando de Noronha.
- ↑ Paulo Fernandes Fortes assumiu o mandato de vereador quando Deoclécio Dantas foi eleito deputado estadual em 1978, enquanto Kleber Eulálio tornou-se deputado estadual quando o titular foi eleito vice-prefeito de Teresina, em 1985.
Referências
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Em itálico as ocasiões em que não houve eleição direta para prefeito. |