As eleições estaduais em Minas Gerais em 1960 aconteceram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em nove estados cujos governadores exerciam um mandato de cinco anos.[1] No presente caso foram eleitos o governador Magalhães Pinto, o vice-governador Clóvis Salgado da Gama e o senador Nogueira da Gama.[nota 1][nota 2]
Nascido em Santo Antônio do Monte, o advogado Magalhães Pinto viveu em Formiga e Juiz de Fora até o ingresso no Banco do Estado de Minas Gerais antes de trabalhar junto ao Banco Real no Rio de Janeiro. Presidente da Associação Comercial de Minas Gerais e da Federação de Comércio de Minas Gerais, fez incursões no ramo da siderurgia e assumiu a presidência do Sindicato Nacional dos Exportadores de Ferro e Metais Básicos. Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, assinou o Manifesto dos Mineiros em oposição ao Estado Novo.[2] Por retaliação foi afastado das atividades que exercia e em 1944 fundou o Banco Nacional.[3] Membro fundador da UDN, elegeu-se deputado federal em 1945 e sob a condição de constituinte assinou a Carta Magna de 1946. Durante a passagem de Milton Campos pelo governo mineiro após as eleições de 1947 foi secretário de Fazenda. Reeleito deputado federal em 1950, 1954 e 1958, assumiu a presidência nacional da UDN no ano seguinte e em 1960 foi eleito governador de Minas Gerais. O mandato de Magalhães Pinto à frente do Executivo mineiro foi marcado pela sua participação na queda do presidente João Goulart e a subsequente instauração do Regime Militar de 1964, o qual apoiou.[3][4][5][nota 3]
Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, o médico Clóvis Salgado da Gama nasceu em Leopoldina. Após sua graduação voltou à cidade natal como fundador do jornal Nova Fase. Membro da Aliança Liberal, apoiou Getúlio Vargas à presidência da República, mas em solidariedade ao ex-presidente Artur Bernardes, seu correligionário no Partido Republicano Mineiro, fixou-se na oposição à Era Vargas após a Revolução de 1930. Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, lecionou também na Universidade de Minas Gerais, onde dirigiu o Hospital das Clínicas. Organizador da Cruz Vermelha em solo mineiro em 1942, filiou-se ao PR nos estertores do Estado Novo e em 1950 elegeu-se vice-governador na chapa de Juscelino Kubitschek. Em 31 de março de 1955 assumiu o governo quando o titular renunciou. Eleito presidente naquele mesmo ano, Kubitschek nomeou Clóvis Salgado da Gama seu ministro da Educação, cargo do qual se afastou para disputar um segundo mandato de vice-governador de Minas Gerais, cargo para o qual foi eleito em 1960.[6]
Por fim houve a convocação de eleições para senador mediante o falecimento de Lima Guimarães.[7] Neste caso o vitorioso foi o advogado Nogueira da Gama. Nascido em Cataguases, formou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi procurador interino no Rio de Janeiro. Após prestar serviços advocatícios ao Banco do Brasil, foi chefe de gabinete de Osvaldo Aranha no Ministério da Fazenda durante o segundo governo Getúlio Vargas. Jornalista e professor, trabalhou em órgãos como a Caixa de Mobilização Bancária e o Conselho Nacional do Petróleo. Eleito deputado federal via PTB em 1954 e 1958, obteve uma vaga de senador em 1960.[8][9]
Resultado da eleição para governador
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 1.500.577 votos nominais (86,82%), 157.992 votos em branco (9,14%) e 69.886 votos nulos (4,04%) resultando no comparecimento de 1.728.455 eleitores.[1][nota 4]
Candidatos a governador do estado
|
Candidatos a vice-governador |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Magalhães Pinto UDN |
Ver abaixo - |
- |
UDN, PRT, PL |
760.427 |
50,68%
|
Tancredo Neves PSD |
Ver abaixo - |
- |
PSD, PR, PTB, PSB |
680.539 |
45,35%
|
José Ribeiro Pena PSP |
Ver abaixo - |
- |
PSP, PDC, PST |
59.611 |
3,97%
|
Eleito
Resultado da eleição para vice-governador
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 1.137.412 votos nominais.[1][nota 5]
Eleito
Resultado da eleição para senador
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 1.013.412 votos nominais.[1][nota 5]
Candidatos a senador da República
|
Primeiro suplente de senador |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Nogueira da Gama PTB |
Ver abaixo - |
- |
PTB (sem coligação) |
402.005 |
39,67%
|
Darci Bessone PDC |
Ver abaixo - |
- |
PDC (sem coligação) |
244.920 |
24,17%
|
Dilermando Cruz PR |
Ver abaixo - |
- |
PR (sem coligação) |
171.874 |
16,96%
|
Lúcio Rennó PST |
Ver abaixo - |
- |
PST (sem coligação) |
122.872 |
12,12%
|
Pedro Gomes de Oliveira PRT |
Ver abaixo - |
- |
PRT (sem coligação) |
71.741 |
7,08%
|
Eleito
Resultado da eleição para suplente de senador
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 517.490 votos nominais.[1][nota 5]
Primeiro suplente de senador
|
Candidatos a senador da República |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Castelar Guimarães PTB |
Ver acima - |
- |
PTB (sem coligação) |
309.761 |
59,86%
|
Teófilo Pires PR |
Ver acima - |
- |
PR (sem coligação) |
154.192 |
29,80%
|
Acácio Correia Dollabela PRT |
Ver acima - |
- |
PRT (sem coligação) |
53.537 |
10,34%
|
Eleito
Notas
- ↑ A saber: Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
- ↑ Os governadores eleitos em 1947 terminariam seus mandatos no mesmo dia que o presidente Eurico Gaspar Dutra e a partir de então os estados acima fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores na ausência de uma vedação constitucional, e assim as eleições ocorriam a cada lustro sendo que Goiás e a recém-criada Guanabara aderiram à regra do quinquênio em 1960.
- ↑ No que concerne a este artigo esclarecemos o seguinte: as casas bancárias onde Magalhães Pinto receberam denominação contemporânea, mas à época o "Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais" e o "Banco da Lavoura de Minas Gerais" eram antecessores, respectivamente, do Banco do Estado de Minas Gerais e do Banco Real.
- ↑ Ao todo compareceram às urnas 1.728.455 eleitores (80,35%) enquanto 422.828 se abstiveram (19,65%) totalizando 2.151.283 eleitores inscritos.
- ↑ a b c Apesar da mixórdia, a composição das coligações segue o exposto nas fontes consultadas.
Referências
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Estão em itálico as ocasiões em que não houve eleição direta para governador. |
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Eleição | | |
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Eleições estaduais | |
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Artigos relacionados | |
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