Os mecanismos subjacentes variam de acordo com a doença em questão. A doença arterial coronária, os acidentes vasculares cerebrais e a doença arterial periférica envolvem aterosclerose, que pode ser causada por hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, falta de exercício físico, obesidade, colesterol elevado, dieta inadequada e consumo excessivo de bebidas alcoólicas. A hipertensão arterial é a causa de 13% das mortes por doenças cardiovasculares, o tabaco de 9%, a diabetes de 6%, a falta de exercício de 6% e a obesidade de 5%. A febre reumática cardíaca pode ter origem numa faringite estreptocócica que não tenha sido tratada.[2]
Estima-se que 90% dos casos de doenças cardiovasculares possam ser evitados com medidas de prevenção.[5] A prevenção da aterosclerose pode ser feita diminuindo os fatores de risco, através de medidas como seguir uma alimentação saudável, praticar exercício físico, evitar a exposição ao fumo de tabaco e limitando o consumo de álcool.[2] O tratamento da hipertensão arterial e da diabetes também é benéfico.[2] O tratamento das pessoas com faringite estreptocócica com antibióticos pode diminuir o risco de febre reumática.[6] Ainda não é claro o benefício do uso de aspirina em pessoas de outra forma saudáveis.[7][8] O United States Preventive Services Task Force recomenda que a aspirina não seja usada como medida de prevenção em mulheres com menos de 55 e homens com menos de 45 anos de idade, embora seja recomendada em alguns indivíduos mais idosos.[9] O tratamento de pessoas com doenças cardiovasculares melhora o prognóstico.[2]
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo, exceto em África.[2] Em conjunto, foram responsáveis pela morte de 17,3 milhões de pessoas em 2013 (31,5%), um aumento em relação às 12,3 milhões em 1990 (25,8%).[3] Quando padronizadas para a idade, as mortes por doenças cardiovasculares são mais comuns e têm vindo a aumentar em grande parte dos países em vias de desenvolvimento, enquanto nos países desenvolvidos têm vindo a diminuir desde a década de 1970.[10][11] A doença arterial coronária e o AVC são responsáveis por 80% das mortes por doenças cardiovasculares em homens e 75% em mulheres.[2] As doenças cardiovasculares são progressivamente mais comuns com o avanço da idade. Nos Estados Unidos, apenas 11% das pessoas entre os 20 e 40 anos têm doenças cardiovasculares, 37% entre os 40 e 60 anos de idade, 71% entre os 60 e 80 anos de idade e 85% em pessoas com mais de 80 anos.[1] A idade média de morte por doença arterial coronária em países desenvolvidos é de 80 anos, enquanto que nos países em desenvolvimento é de 68 anos.[10] A doença manifesta-se em média sete a dez anos mais cedo em homens do que em mulheres.[12]
↑McGill HC, McMahan CA, Gidding SS (março de 2008). «Preventing heart disease in the 21st century: implications of the Pathobiological Determinants of Atherosclerosis in Youth (PDAY) study». Circulation. 117 (9): 1216–27. PMID18316498. doi:10.1161/CIRCULATIONAHA.107.717033
↑Spinks, A; Glasziou, PP; Del Mar, CB (5 de novembro de 2013). «Antibiotics for sore throat.». The Cochrane database of systematic reviews. 11: CD000023. PMID24190439. doi:10.1002/14651858.CD000023.pub4
↑Sutcliffe, P; Connock, M; Gurung, T; Freeman, K; Johnson, S; Ngianga-Bakwin, K; Grove, A; Gurung, B; Morrow, S; Stranges, S; Clarke, A (2013). «Aspirin in primary prevention of cardiovascular disease and cancer: a systematic review of the balance of evidence from reviews of randomized trials.». PLOS ONE. 8 (12): e81970. PMID24339983. doi:10.1371/journal.pone.0081970
↑Sutcliffe, P; Connock, M; Gurung, T; Freeman, K; Johnson, S; Kandala, NB; Grove, A; Gurung, B; Morrow, S; Clarke, A (setembro de 2013). «Aspirin for prophylactic use in the primary prevention of cardiovascular disease and cancer: a systematic review and overview of reviews.». Health technology assessment (Winchester, England). 17 (43): 1–253. PMID24074752. doi:10.3310/hta17430
↑US Preventive Services Task, Force (17 de março de 2009). «Aspirin for the prevention of cardiovascular disease: U.S. Preventive Services Task Force recommendation statement.». Annals of Internal Medicine. 150 (6): 396–404. PMID19293072. doi:10.7326/0003-4819-150-6-200903170-00008
↑Moran, AE; Forouzanfar, MH; Roth, GA; Mensah, GA; Ezzati, M; Murray, CJ; Naghavi, M (8 de abril de 2014). «Temporal trends in ischemic heart disease mortality in 21 world regions, 1980 to 2010: the Global Burden of Disease 2010 study.». Circulation. 129 (14): 1483–92. PMID24573352. doi:10.1161/circulationaha.113.004042
↑Mendis, Shanthi; Puska,, Pekka; Norrving, Bo (2011). Global atlas on cardiovascular disease prevention and control 1 ed. Geneva: World Health Organization in collaboration with the World Heart Federation and the World Stroke Organization. 48 páginas. ISBN9789241564373