Di-hidrocodeína

 Nota: Não confundir com Hidrocodona.
Di-hidrocodeína
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC 4,5a-Epoxi-3-methoxi-17-methylmorphinano-6-um
Outros nomes Di-hidrocodeína
Identificadores
Número CAS 125-29-1
DrugBank DB00956
KEGG D08045
ChEBI 5779
Código ATC [[Código ATC |]]DA03
SMILES
InChI
1/C18H21NO3/c1-19-8-7-18-11-4-5-13(20)17(18)22-16-14(21-2)6-3-10(15(16)18)9-12(11)19/h3,6,11-12,17H,4-5,7-9H2,1-2H3/t11-,12+,17-,18-/m0/s1
Propriedades
Fórmula molecular C18H21N1O3
Massa molar 299.368 g/mol
Farmacologia
Biodisponibilidade Alta (80% +)
Metabolismo Hepática
Excreção Renal
Riscos associados
Principais riscos
associados
Causa dependência
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Di-hidrocodeína é um opiáceo semissintético derivado de dois opiáceos naturais: codeína[1] e tebaína.[2] É um narcótico oralmente activo com propriedades analgésicas e antitússicas. A venda e producção desta droga aumentaram significativamente recentemente pois são utilizadas de forma recreativa ilicitamente.

A di-hidrocodeína foi primeiramente sintetizada na Alemanha em 1920.

História

Di-hidrocodeína foi sintetizada na Alemanha em 1920 por Carl Mannich e Helene Lowenhein.[3] Foi aprovada pela FDA (Food and Drug Administration), no dia 23 de Março de 1943 para ser comercializada nos Estados Unidos da América e no Canadá, no qual foi aprovado com o nome Hycodan.[4][5]

Uso Medicinal

Di-hidrocodeína é usado para tratar dores moderadas a severas e é um anti-tussígeno.[6]

Farmacologia

A di-hidrocodeína age como um narcótico, aliviando a dor por ligação aos receptores Opióides no Cérebro e na Medula espinal. O medicamento pode ser administrado com ou sem alimentos, mas quando tomado com Álcool, pode intensificar a sonolência. Ela pode interagir com inibidores da monoamina oxidase (IMAO), bem como com outros medicamentos que causam sonolência.

Na Agência de Administração de Drogas e Alimentos (FDA), a Di-hidrocodeína está relacionada na categoria C. Estudos de reprodução em animais tem demonstrado um efeito adverso sobre os Fetos, e não existem estudos adequados e bem controlados em seres humanos, mas os potenciais benefícios, podem justificar o uso do medicamento nas mulheres grávidas. Além disso, um recém-nascido de uma mãe que usou o medicamento, pode apresentar problemas respiratórios.

Estudos tem demonstrado que a di-hidrocodeína é mais forte que a Codeína, mas apenas um décimo tão potente como a morfina e apenas 59% tão potente como a morfina em propriedades analgésicas. Mas em testes realizados em macacos Rhesus, a potência analgésica da di-hidrocodeína demonstrou ser maior que a morfina.[7] A di-hidrocodeína tem fator 4, o que quer dizer que em 1 mg de di-hidrocodeína, é equivalente a 4 mg de morfina, por meio intravenosa. No entanto pelo fato da morfina ter uma baixa biodisponibilidade oral, existe uma correspondência de 1 por 1 entre morfina administrada via oral e a administração via oral da di-hidrocodeína.[8]

O hábito de usar o medicamento pode levar a dependência física e Dependência psicológica. O nível de dependência pode variar de pessoa para pessoa, dependendo das diferenças biológicas. As vendas e distribuição desta droga tem aumentado significativamente nos últimos anos, assim como o desvio e uso ilícito.

Nos Estados Unidos, as fórmulas que contenham mais de 15 mg por unidade de dosagem, são consideradas de classe II, assim como as fórmulas que contenham apenas o di-hidrocodeína. Os medicamentos que contenham menos do que ou igual a 15 mg em combinação com Paracetamol ou outro medicamento não controlado, são classificado na classe III. A di-hidrocodeína, é geralmente combinada com o paracetamol, ibuprofeno e com o metilbrometo homatropina, e cujas finalidades são:

  • Proporcionar analgesia aumentada por intermédio da Sinergia do medicamento.
  • Evitar somente a ingestão de Di-hidrocodeína, o que causaria Efeito colateral(is) desagradáveis e que muitas vezes seria inseguro o uso acima do recomendado.

No Reino Unido, a di-hidrocodeína é listada como droga classe a. no Estados Unidos ela não está comercialmente disponível na forma pura, devido a um regulamento próprio e é somente vendida em medicamentos compostos com paracetamol, anti-histamínicos e antitússigenos. A di-hidrocodeína é estritamente controlada em farmácias de manipulação. nos xaropes, somente está disponível em fórmulas compostas, ou seja junto com guaifenesina por exemplo.

Tal como acontece com outros opióides, é possível reduzir as quantidades de di-hidrocodeína necessária para diminuir dores severas, usando em conjunto com outros medicamentos, com propriedades analgésicas, conhecidas como potenciadores. O mais comum e um dos mais eficazes e seguros usados com a di-hidrocodeína, é a hidroxizina (frequentemente comercializado sob a marca vistaril). Relaxantes musculares como orfenadrina e carisoprodol, bem como os anti-histamínicos, podem potenciar a maioria dos opioides.

A di-hidrocodeína, também interage relativamente bem com analgésicos mais atípicos usados na dor severa e Neuropática. Já foi usado com antidepressivo, Anticonvulsionantes, anticolinérgico e estimulantes. Também pode ser usado com duloxetina para dor neuropática, especialmente na Neuropatia diabética, desde que os pacientes tenham níveis normais e absolutos e relativo com relação as enzimas do citocromo P450.

Compostos

Di-hidrocodeína e paracetamol (acetaminofen) 5-500 tabletes (Mallinckrodt)

Quando vendido comercialmente no Estados Unidos, a di-hidrocodeína é sempre combinada com outros medicamentos. Os combinados com paracetamol são comercializados sob as marcas Vicodin e Dortab. A di-hidrocodeína também pode ser combinada com aspirina e ibuprofeno.

A combinação da di-hidrocodeína com analgésicos podem aumentar a eficácia do Fármaco, sem aumentar os efeitos secundários, relacionados com opióides (por exemplo: Náuseas, Constipação, Sedação). Outro argumento para a combinação do Di-hidrocodeína com o paracetamol, é que essa combinação tem por objetivo limitar a superdosagem. Tal como outros analgésicos opioides, com poucas exceções, não existe uma dose limite para di-hidrocodeína em usuários tolerantes aos seus efeitos; no entanto, a Hepatotoxicidade do paracetamol começa a se manifestar com doses de 4000 mg ao dia.[9]

Farmacocinética

A di-hidrocodeína é bio-transformado pelo fígado em vários metabólitos e tem uma duração média de 3 a 8 horas. A Enzima hepática P450 e a enzima CYP2D6,[10] convertem em Hidromorfina, um opióide mais potente.

Farmacogenética

O efeito analgésico do Di-hidrocodeína, é altamente dependente do Metabolismo de O-desmetilado morfina, Hidromorfona e pela enzima citocromo P450 e a enzima CYP2D6.[11] Na população, há grupos de pacientes que são menos sensíveis á Di-hidrocodeína opióide(10% da população Caucasiana).[12] A Genotipagem deste grupo demonstrou que eles herdaram Polimorfismos em sua enzima CYP2D6.[13]

Estes pacientes são considerados Metabolizadores pobres ou intermediários de medicamentos opióides e precisariam de maiores concentrações de opióides para experimentar os mesmos benefícios terapêuticos de uma pessoa, sem Polimorfismo. Portanto, estes pacientes são mais propensos a apresentar reações adversas.[14] Por outro lado, metabolizadores ultra-rápidos (até 7% dos Caucasianos e 30% de Africanos e Asiáticos), podem aumentar a toxidade, devido á rápida conversão.[15]

Contra-indicações e interações

Misturar di-hidrocodeína com Álcool, Cocaína, Anfetaminas, Metilfenidato, Benzodiazepinas, Barbitúricos e uma série de outros medicamentos, podem causar graves reações adversas, tais como; Insuficiência cardíaca, Ataque cardíaco, Insuficiência respiratória, Insuficiência hepática, Insuficiência renal, Icterícia, Amnésia, Convulsões, Desmaios e Comas. Além disso, o uso de Di-hidrocodeína, pode alterar os Exame de sangue e exames de Urina, para resultados sobre Morfina, Codeína, Hidromorfona e cocaína, dependendo do uso e dosagem. Geralmente estas alterações ocorrem quando usado por longo tempo, sendo que os efeitos, cessam após o uso[carece de fontes?].

A ingestão de Toranja, faz com que os efeitos da Di-hidrocodeína, seja mais forte, através da conversão da di-hidrocodeína em hidromorfona, na qual é um Opiáceo mais potente e tem efeito mais duradouro. Certos compostos orgânicos encontrados na toranja, interferem com o Citocromo P450 enzima CYP2D6, que é responsável pela conversão da Di-hidrocodeína em hidromorfona[carece de fontes?].

Efeitoscolaterais

Os efeitos colaterais incluem Tontura, Coceira, Náuseas, Sudorese, Sonolência, Prisão de ventre, Vômitos e Euforia. O vômito em alguns pacientes é tão grave, que a internação é necessária, embora isso possa ocorrer quando se ingere Álcool antes de tomar a medicação. Alguns efeitos colaterais menos comum, são a Reação alérgica, alteração sanguínea, mudanças de humor, ritmo cardíaco acelerado, Confusão mental, Ansiedade, Letargia, dificuldade de urinar, espasmos do Uréter, respiração irregular e Erupção cutânea.[carece de fontes?]

A Di-hidrocodeína e outros opióides em geral, tem demonstrado que o uso prolongado podem causar perda da audição, embora este efeito seja muito raro.[16][17]

Os sintomas da superdosagem da Di-hidrocodeína incluem, Depressão respiratória, Pele azulada e úmida, frio, estreitamento das Pupilas, Bradicardia, Coma, Convulsões, Parada cardíaca, extrema violência e Morte.

Aos pacientes não são tolerantes aos opióides, o consumo não deve ultrapassar 40 mg diários. O uso de medicamentos contendo 10 mg de Di-hidrocodeína e 325 de Paracetamol, pode ser tomado até 12 comprimidos diários, isto porque está abaixo dos 4000 mg de paracetamol recomendados pela Agência de Administração de Alimentos e Drogas (FDA).[18] Alguns medicamentos compostos de até 180 mg de Di-hidrocodeína, podem ser administrados diariamente naqueles com dores crônicas[carece de fontes?].

Alguns dos efeitos colaterais, é ocasionado devido á alteração da Di-hidrocodeína em Hidromorfona, que ocorre no Fígado, como é o caso de todos os Analgésicos baseados em Codeína tais como: Morfina, Di-hidrocodeína, Di-hidromorfina, Nicodeína, etc...O percentual pode variar de acordo com o medicamento tomado devido á peculiaridades metabólicas, que envolvem o Citocromo P450. Estes fatores podem alterar os efeitos da Di-hidrocodeína, ou seja, pode prolongar ou diminuir os efeitos e ainda pode aumentar ou diminuir a taxa de conversão destes medicamentos[carece de fontes?].

Efeitos colaterais

  • Respiração lenta ou irregular
  • Mudança anormal de humor
  • Intolerância á luz
  • Confusão mental
  • Sonolência
  • Ansiedade
  • Aperto no peito
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Estreitamento das pupilas
  • Garganta sêca
  • Coceiras
  • Erupção cutânea
  • Constipação
  • Dificuldade para urinar

Principais sintomas da superdosagem:

  • Sonolência
  • Pupilas dilatadas
  • Frigidez
  • Pele azulada
  • viscosidade
  • Respiração lenta
  • Respiração superficial
  • Parada respiratória
  • Convulsões

Referências

  1. Aplicação de Patente Americana 2011/0071016 A1
  2. Aplicação de Patente (WO) 2006/91885 A2
  3. Lowenheim,Mannich, H,C (1920). «Ueber zwei neue Reduktionsprodukte des Kodeins». Archiv der Pharmazie. 258: 295-316 
  4. FDA. «Drugs@FDA—Approval History: Hycodan». Consultado em 20 de julho de 2012 
  5. FDA. «FDA Docket No. 2007N-0353, Drug Products Containing Hydrocodone; Enforcement Action Dates». Consultado em 20 de julho de 2012 
  6. The American Society of Health-System Pharmacists. «Hydrocodone bitartrate». Consultado em 20 de julho de 2012 
  7. Davis, Mellar P. (2005). Opioids for cancer pain. Oxford UK: Oxford University Press. ISBN 0-19-852943-0 
  8. «Instructions for Mean Equivalent Daily Dose (MEDD)» (PDF). Consultado em 21 de julho de 2012. Arquivado do original (PDF) em 27 de julho de 2011 
  9. Medicinenet.com. «Acetaminophen (Tylenol)—side effects, drug class, medical uses, and drug interactions by». Consultado em 21 de julho de 2012 
  10. Davis, Mellar P. 2005 59–68
  11. Drugbank. «Di-hidrocodeína». Consultado em 21 de julho de 2012 
  12. Jpet.aspetjournals.org. «Inhibition of Cytochrome P450 2D6 Metabolism of Hydrocodone to Hydromorphone Does Not Importantly Affect Abuse Liability—JPET». Consultado em 21 de julho de 2012 
  13. Paul J Jannetto, Nancy C Bratanow. «Utilization of Pharmacogenomics and Therapeutic Drug Monitoring for Opioid Pain Management». Consultado em 21 de julho de 2012 
  14. Paul J Jannetto, Nancy C Bratanow. «Utilization of Pharmacogenomics and Therapeutic Drug Monitoring for Opioid Pain Management». Consultado em 21 de julho de 2012 
  15. Medscape. «Di-hidrocodeína/Acetominofen». Consultado em 21 de julho de 2012 
  16. Friedman, House, Luxford, Gherini, Mills, RA, JW, WM, S, D (Março de 2000). «Profound hearing loss associated with hydrocodone/acetaminophen abuse». Am J Otol. 21: 188-91 
  17. Ho, Vrabec, Burton, T, JT, AW (Maio de 2007). «Hydrocodone use and sensorineural hearing loss». Pain Physician. 10: 467-72 
  18. «Slide 1» (PDF). Consultado em 24 de julho de 2012 
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