A antiga residência da família Agostini, atual Casa da Cultura Doutor Mauro Mattos Pereira, é um sobrado localizado no município brasileiro de Fundão, tombado pelo Conselho Estadual de Cultura do Espírito Santo como patrimônio cultural do estado. Atualmente funciona como museu.[2]
História
O sobrado, erguido em 1882 na fazenda Taquaraçu, do pioneiro Cândido Vieira, foi comprado em leilão pelos Agostini no início do século XX e usado pela exportadora de café Angelo Agostini e Cia., administrada pelo comerciante e representante bancário Hipólito Agostini. Havia do prédio ligação por telefone até a fazenda Agostini, na zona rural. Na época, o piso térreo funcionava como comércio e o piso superior, como residência. Em 1925, foi moradia do médico e político César Agostini[3] e, até a década de 1970, a família usou o térreo como escritório.[4] Mais tarde, o prédio foi comprado pela prefeitura. Foi restaurado em 1985 e 1986 para o funcionamento de loja de artesanato, museu e espaço para eventos culturais, além de ser sua área externa ter sido calçada de pedras e a construção de nova escada externa.[5][6][7]
Características
Construída num aclive, destaca-se na área pelo anacronismo em relação aos prédios vizinhos mais novos, por seu tamanho e sua simplicidade estética. Era um prédio isolado quando de sua construção. A escada de pedra à sua frente é dessa época. Possui dois pavimentos e um sótão. Não há separação de lote ao lado direito, sendo o chão ali de pedra, colocado em 1986 durante a reforma.[5][8]
Do lado de fora da casa, na fachada lateral esquerda, há uma escada de dois lances, construída na reforma de 1986 em substituição a outra. Uma porta nos fundos dá acesso à rua no segundo pavimento, onde fica uma varanda e a cozinha. Dentro da casa, uma escada de ferro em caracol, da época da construção, liga os dois pisos. O sótão é acessível por uma escada de madeira. No primeiro pavimento, há cinco portas juntas à calçada e, no segundo, há cinco vãos, acima das ditas portas, que dão para uma sacada estreita com gradil de ferro.[5][8]
Os cunhais frontais são decorados com uma imitação de pedra. As portas são retas e de madeira e as portas-janelas do segundo piso têm venezianas, caixilhos com vidro compondo as bandeiras. As fachadas dos lados da casa têm janelas duplas de madeira, que abrem para dentro, e guilhotinas do lado de fora. Vê-se contrafortes de alvenaria nessas fachadas. No sótão, as janelas são voltadas para os lados da casa.[5][8]
Os dois volumes de telhado são feitas de telhas-francesas e estruturadas com madeira, e sua cumeeira é paralela à fachada frontal. Pisos, forros e esquadrias são feitos de madeira, revestita ou não de tinta, aparentando-se torca no térreo e tratada ou entalhada no piso superior. No andar de baixo, o piso é de cimento e o teto é sem forro. No de cima, o forro tabuado tem juntas em macho-e-fêmea e o piso é de tábuas sobre barrotes com divisórias de tábuas. O sótão é de telha-vã.[5][8]
↑«Municípios do Espírito Santo». A Gazeta: 14 a 16. 25 de abril de 1994
↑ abcdeCONSELHO Estadual de Cultura; UNIVERSIDADE Federal do Espírito Santo. Catálogo de Bens Tombados no Espírito Santo. Vitória: [s.n.] p. 47 e 48
↑Arquitetura(PDF). Patrimônio cultural do Espírito Santo. ESPÍRITO SANTO (estado). Secretaria de Estado da Cultura. Conselho Estadual de Cultura. Vitória: Governo do Estado do Espírito Santo. 2009. p. 90 a 92. 560 páginas. Consultado em 10 de agosto de 2012