Camilo Maria Ferreira Armond, Conde de Prados (Barbacena, na paróquia de Prados, 7 de agosto de 1815 – Rio de Janeiro, 14 de agosto de 1882) foi um médico e político brasileiro.[1][2] Filho de Marcelino José Ferreira Armond, primeiro barão de Pitangui, e de Possidônia Eleodora da Silva.[2]
Casou-se com Josefina Camila Gomes de Sousa.
Político e revolucionário
Estudou no colégio do Caraça e no seminário de Mariana, em Minas Gerais.[2] Formou-se em medicina na Academia de Medicina de Paris em 1837 com a tese "Essai sur l'étude de la vie". Casou com Josefina Cândida Gomes de Sousa.[2] Clinicou até 1851.[2] Foi Juiz de Paz, deputado provincial e deputado geral de 1848 a 1849, de 1864 a 1868 e de 1878 a 1881, somando ao todo quatro legislaturas.[2] Reorganizou o Partido Liberal na região de Barbacena e foi preso pela sua participação na Revolução Liberal de 1842 em Minas Gerais, ao lado de Teófilo Otoni e outros líderes.[2]
Fundou o jornal partidário "Eco da Razão", do qual foi redator e que desapareceu com a Revolta de 1842.[2] Vários exemplares deste periódico encontram-se nos arquivos da Biblioteca Nacional, contendo relatos e manifestos relativos ao movimento revolucionário.
Presidiu a província do Rio de Janeiro (1878-1879)[3] e a Câmara Municipal de Barbacena (1849).[2] Em 1855 foi feito Comendador da Ordem de Cristo, por decreto Imperial. Foi criado Barão de Prados em 30 de março de 1861, visconde em 1871 e conde em 1880. Em 1879 foi nomeado Conselheiro de Estado. Presidiu a Câmara dos Deputados de 1864 a 1866 e de 1878 a 18 de janeiro de 1882. A ele é creditada a organização da biblioteca da Câmara dos Deputados.
Cientista
Foi diretor do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro. Dedicou-se por longos anos à observação e estudos astronômicos que deixou registrados no Tratado de Astronomia Aplicada e de Geodésica Prática, de Emmanuel Liais, e nos Anais do Imperial Observatório Astronômico da Corte. Correspondia com Carlos Frederico von Martius e com Emmanuel Liais. O felino do período quaternário descoberto pelos dois sábios nas cavernas de Lagoa Santa recebeu o nome de Machaerodus Pradosii em homenagem ao Conde de Prados. Em 1877 escreveu uma série de artigos no Jornal do Comércio demonstrando a inconveniência da utilização de canos de chumbo para o serviço de abastecimento de água da Corte.
Benfeitor
Seguindo o exemplo paterno, foi grande benfeitor e não descuidou das questões sociais de seu tempo. Católico, fundou a Santa Casa de Misericórdia de Barbacena (1856) recusando a herança que lhe deixaria o seu tio e padrinho Antônio José Ferreira Armond. Nesta ocasião libertou todos os escravos da Fazenda Ponte Nova que havia herdado doando a estes metade das terras da propriedade e destinando à Santa Casa a outra metade.[2] Por testamento concedeu a liberdade a quatrocentos e quarenta e três escravos, durante a vida já havia dado alforria a muitos outros.[2] Faleceu no Rio de Janeiro em sua residência em Laranjeiras.[2]
Referências
Ligações externas
- Exposição com que o Visconde de Prados passou a administração do Rio de Janeiro ao exmo. sr. dr. Luís Pinto de Miranda Montenegro, 1º vice-presidente da mesma província, no dia 26 de dezembro de 1878.