É considerado o maior poeta russo e o fundador da moderna literatura russa.[1][2][3] Nascido na nobreza russa, seu pai, Serguei Lvovitch Púchkin, pertencia a uma antiga e nobre família. Seu bisavô materno era o general de brigada Abram Petrovitch Gannibal, nobre de origem africana sequestrado em sua terra natal e criado na corte da imperatriz como seu afilhado.[4][5][6] Púchkin foi pioneiro no uso do discurso vernacular em seus poemas e peças teatrais, criando um estilo de narrativa que misturava drama, romance e sátira associada com a literatura russa, influenciando fortemente desde então os escritores russos seguintes. Ele também escreveu ficção histórica. Sua Marie: Uma História de Amor Russa fornece uma visão da Rússia durante o reinado da imperatriz Catarina II.
O pai de Púchkin, Serguei Lvovitch Púchkin (1767-1848), descendia de uma ilustre família da nobreza russa cuja linhagem conhecida remonta ao século XII.[7][8] Sua mãe, Nadezhda (Nadja) Ossipovna Hannibal (1775-1836) descendia por parte de sua avó paterna das nobrezas alemã e escandinava.[9][10] Era filha de Ossip Abramovich Gannibal (1744-1807) e sua esposa Maria Aleksejevna Pushkina (1745-1818). O pai de Ossip Abramovich Gannibal, ou seja, o bisavô de Púchkin, foi Abram Petrovitch Gannibal (1696-1781), um escudeiro promovido por Pedro I, que havia nascido em uma vila chamada Lagon, atual Eritreia.[7][8][9][10][11][12][13] Após a educação na França como um engenheiro militar, Abram Gannibal tornou-se governador de Reval e, posteriormente, general-chefe para a construção de fortes marítimos e canais na Rússia.
Aleksandr Serguêievitch Púchkin publicou seu primeiro poema com quinze anos de idade e foi largamente reconhecido nos meios literários antes mesmo de sua graduação no Imperial Lyceum, localizado no Tsarskoye Selo, a vila real de então. Considerado o maior dos poetas russos e o fundador da literatura russa moderna, foi pioneiro no uso da língua coloquial em seus poemas e peças, criando um estilo narrativo — mistura de drama, romance e sátira — como poeta, fazia uso de expressões e lendas populares, marcando os seus versos com a riqueza e diversidade do idioma russo. Influenciou autores como Gogol, Liermontov e Turgeniev formando com os mesmos a famosa plêiade russa de autores. A Gogol, pela amizade e projeto mútuo de desenvolvimento de uma literatura autenticamente russa, Púchkin lega algumas ideias como a da peça teatral O inspetor geral. Gogol pediu uma comédia ao amigo, e Púchkin passou horas detalhando uma história como a "fábula fiscal" do Inspetor Geral. Quando Gogol pediu um drama denso, Púchkin detalhou a ele um golpe de alguns senhores feudais russos que visava a obter recursos do Governo, para "investimentos", apresentando documentos de escravos já falecidos como se ainda vivos fossem. Tal ideia foi desenvolvida na grande obra de Gogol Almas Mortas, inacabada.
Devido às suas ideias progressistas, tendo sido amigo de alguns dezembristas, responsáveis por uma tentativa de golpe contra o czar Alexandre I, foi desterrado, vagando, entre 1820 e 1824, pelo sul do Império Russo. Sob severa vigilância dos censores estatais e impedido tanto de viajar quanto de publicar, ele escreve sua mais famosa peça, Boris Godunov, com evidente influência de William Shakespeare. A peça só pode ser publicada anos depois. Escreveu o romance em verso, Eugene Onegin, um retrato panorâmico da vida russa, no qual introduziu elementos que levaram a designar o seu estilo como "romantismo realista" russo do século XIX. O romance foi publicado em folhetins, de 1825 a 1832, e foi a base da ópera homônima de Tchaikovsky.
No decurso deste período, Púchkin compôs diversos poemas de influência byroniana, dentre os quais se destacam O prisioneiro do Cáucaso, A fonte de Baktchisarai e Os ciganos.
Em 1826, o escritor recebeu o perdão do czar, regressando a Moscovo. Dois anos depois, escreveu Poltav, uma epopeia que narra a história de amor do cossaco Mazeppa. Cultivando cada vez mais a prosa, alcançou grande sucesso com obras como Contos de Belkin, A Dama de Espadas e A Filha do Capitão.
Morte
Púchkin e sua esposa, Natalya Goncharova, com quem se casou em 1831, tornar-se-iam regulares frequentadores da corte. Em 1837, diante dos boatos, cada vez mais insistentes, de que sua esposa começara um escandaloso caso extraconjugal, Púchkin desafiou o dito amante, Georges d'Anthès, para um duelo. Mortalmente ferido pelo oponente, Púchkin faleceria dois dias depois. Encontra-se sepultado no Svyatogorsk monastery Cemetery, Pushkinskiye Gory, Pskovskaya Oblast' na Rússia.[14]
Por causa de seus ideais políticos liberais e sua influência sobre gerações de rebeldes russos, Púchkin foi retratado pelos bolcheviques como opositor da literatura e da cultura burguesas e um antecessor da literatura e da poesia soviéticas.
Obras
Poemas narrativos
1820 – Ruslan i Ludmila (Руслан и Людмила); Tradução para o inglês: Ruslan and Ludmila
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↑ abLihaug, Elin Galtung (2007). «Aus Brandenburg nach Skandinavien, dem Baltikum und Rußland. Eine Abstammungslinie von Claus von Grabow bis Alexander Sergejewitsch Puschkin 1581–1837». Archiv für Familiengeschichtsforschung. 11: 32-46
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↑Troyat, Henri (1957). «Pushkin's Ethiopian Ancestry». Ethiopia Observer. 6
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LOTMAN, Yuri: Пушкин. Биография писателя. Статьи и заметки.