O óleo de coco, azeite de coco ou manteiga de coco é um óleo vegetal que contém cerca de 90% de ácidos graxos extraídos mediante prensagem da polpa ou cerne dos cocos (Cocos nucifera).
Ele é muito empregado na indústria dos cosméticos (para elaboração de sabões e cremes).
A Associação Americana de Cardiologia publicou um relatório[1] sobre as gorduras dietéticas e o risco cardiovascular, onde refere o seguinte (traduzido com informação adicionada):
Um questionário recente[2] afirma que 72% dos americanos considera o óleo de coco como um alimento saudável, comparando com 37% dos nutricionistas. Esta diferença poderá estar relacionada com o marketing que tem sido realizado de forma favorável ao óleo de coco pelos meios de comunicação social. O perfil lipídico do óleo de coco consiste em 82% de gorduras saturadas, metade das quais ácido láurico, e o restante mirístico, palmítico, esteriático e ácidos gordos de cadeia curta. Contém mais gorduras saturadas que qualquer outro óleo não hidrogenado.
O ácido laúrico aumenta o colesterol HDL. E é nesse achado que os proponentes do óleo de coco se baseiam para dizer que é benéfico em termos cardiovasculares. No entanto, o aumento do colesterol HDL, seja através da alimentação ou com recurso a fármacos já não é considerado como tendo impacto na diminuição do risco cardiovascular. Neste momento, apenas o colesterol LDL é tido em consideração relativamente ao risco cardiovascular.
Uma comparação dos efeitos do óleo de coco, manteiga e óleo de girassol[3], constatou que tanto a manteiga como o óleo de coco aumentam o colesterol LDL em comparação com o óleo de girassol. No entanto, a manteiga parece ser pior que o óleo de coco. Outro estudo[4] demonstrou que o óleo de coco aumenta o colesterol LDL de forma significativa em comparação com o azeite.
Uma revisão sistemática[5] recente que incluiu sete RCTs, comparou o óleo de coco com ingestão de óleo ricos em gorduras poliinsaturadas e monoinsaturadas. Em todos os estudos, o óleo de coco aumentou mais o colesterol LDL em comparação com os outros óleos. Em seis dos sete estudos esse aumento foi significativo. Outro estudo recente[6] validou estes resultados.
Há, ainda, um estudo indiano[7] que compara o consumo de óleo de coco com óleo de girassol em doentes com doença coronária estável. Ao fim de dois anos não havia diferenças em termos antropométricos, bioquímicos e em eventos cardiovasculares. Outro estudo[8] compara doenças vasculares (e outros marcadores) entre duas populações, uma da ilha Pukapuka e outra da ilha Tokelau. Os indígenas da ilha Tokelau têm uma dieta mais rica em coco, mas em ambas as tribos as doenças vasculares são raras, não tendo sido verificada a existência de diferenças.
Industrial
O óleo de coco é um gerador de espuma e por esta razão se emprega na indústria de elaboração de sabão, além da indústria alimentícia para a produção de coberturas de chocolate para sorvetes, na produção de resinas para a indústria química, nos produtos de confeitaria e na elaboração de "snacks" junto ao óleo de palma (ou dendê).[carece de fontes?]
O óleo de coco pode ser extraído através de processamento "seco" ou "molhado". O processamento a seco requer que a massa seja extraída da casca e seca usando fogo, luz solar, ou forno para criar copra.[10] A copra é processada ou dissolvida com solventes, produzindo óleo de coco e uma polpa com alto teor proteico e de fibras. A polpa geralmente é utilizada para alimentar ruminantes, visto que ela não tem qualidade suficiente para os padrões industriais. Não há nenhum processo para extrair a proteína da polpa.
O processo "molhado" usa coco cru ao invés de copra, e as proteínas presentes no coco criam uma emulsão de água e óleo.[11] Quebra-se então a emulsão por fervura prolongada, centrifugação ou pré-tratamentos incluindo frio, calor, ácidos, sais, enzimas, eletrólise, ondas de choque, destilação a vapor, ou alguma combinação.
Óleo refinado
O óleo refinado geralmente é feito a partir de grãos de coco secos, que são pressionados em uma prensa hidráulica aquecida para extrair o óleo. Isto produz praticamente todo o óleo presente, representando mais de 60% do peso seco do coco. Este óleo de coco "bruto" não é apropriado para o consumo porque contém contaminantes e deve ser refinado com mais aquecimento e filtragem.[12]
Um outro método para a extração de óleo de coco envolve a ação enzimática da alfa-amilase, poligalacturonase e proteases em uma pasta de coco diluída.[13]
Hidrogenação
O óleo refinado pode ser processado ainda mais em óleo parcialmente hidrogenado ou óleo hidrogenado, para aumentar seu ponto de fusão. Como óleos virgem e refinado derretem a uma temperatura de 24°C, alimentos contendo óleos de coco tendem a derreter em climas quentes. Por isso, um maior ponto de fusão é desejável nesses climas. O ponto de fusão do óleo de coco hidrogenado varia entre 36 e 40 °C.[carece de fontes?]
↑McGlone OC, Canales A, Carter JV (1986). «Coconut oil extraction by a new enzymatic process». J Food Sci. 51 (3): 695–697. doi:10.1111/j.1365-2621.1986.tb13914.x
Gervajio, Gregorio C. (15 de julho de 2005). «Fatty Acids and Derivatives from Coconut Oil». In: Fereidoon Shahidi (ed.). Bailey's Industrial Oil and Fat Products. Hoboken, NJ, USA: John Wiley & Sons, Inc. ISBN978-0-471-67849-6. Consultado em 5 de abril de 2017 !CS1 manut: Usa parâmetro editores (link)
Singh RB, Mori H, Chen J, Mendis S, Moshiri M, Zhu S, Kim SH, Sy RG, Faruqui AM (dezembro de 1996). «Recommendations for the prevention of coronary artery disease in Asians: a scientific statement of the International College of Nutrition». J Cardiovasc Risk. 3 (6): 489–494. PMID9100083. doi:10.1097/00043798-199612000-00002
Foster R, Williamson CS, Lunn J (2009). «Culinary oils and their health effects»(PDF). British Nutrition Foundation, Nutrition Bulletin. 34: 4–47. Consultado em 5 de abril de 2017. Arquivado do original(PDF) em 24 de março de 2018 !CS1 manut: Usa parâmetro autores (link)