A Classificação AWaRe é um método utilizado para categorizar antibióticos em três grupos a fim de promover o uso apropriado.[1][2] A classificação é baseada, em parte, no risco de desenvolver resistência antibiótica e sua importância para a medicina.[1][3] Contudo, não reflete sua eficácia ou força.[4] A classificação é acompanhada pelo livro The WHO AWaRe antibiotic book (Livro de antibióticos da "WHO AWaRe"— tradução livre) que aborda quais e como usar os antibióticos em 34 infecções comuns.[5]
Os três grupos são divididos em "access" (acesso) para uso irrestrito, "watch" (observação) quando se deve ter cautela e "reserve" (exceção) quando o uso é uma exceção em casos onde não há outras alternativas possíveis.[6] A recomendação é que mais de 60% dos antibióticos usados em um país pertençam ao grupo de "acesso".[7]
A classificação foi desenvolvida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e publicada em 2017.[1] Ela faz parte da Lista de Medicamentos Essenciais da OMS.[6] A classificação de 2021 conta com 258 itens.[1] Os desafios em sua implementação incluem a falta de conscientização, pouca iniciativa política e escassez de recursos.[8]
Os antibióticos no grupo de observação são tipicamente antibióticos de amplo espectro com maior risco de resistência.[8] São geralmente recomendados apenas em casos onde não há nenhuma outra opção.[6] Devem ser usados com cautela para guardar sua eficácia em casos onde o uso de antibióticos de "acesso" não é recomendado.[9] Os custos geralmente também são mais elevados, sendo estes destacados em amarelo.[6] Incluso nesta categoria está a azitromicina, além de cefalosporina, ciprofloxacina, claritromicina e vancomicina.[10] Cerca de 40% destes antibióticos estão disponíveis para uso oral.[11]
Exceção
O grupo de exceção, geralmente retirado da Lista de Medicamentos Essenciais da OMS, são opções de última linha e utilizados contra infecções não tratáveis com outros antibióticos, como no caso dos organismos multirresistentes.[10] Eles são destacados em vermelho.[6] Incluso nesta categoria estão a ceftazidima/avibactam, colistina, polimixina B (via oral ou venal) e a linezolida.[1][10] A fórmula intravenosa da fosfomicina é classificada como "exceção" enquanto a fórmula oral como de "acesso".[1] Cerca de 10% deste grupo está disponível para uso oral.[11]
Não recomendado
Um quarto grupo ocasionalmente incluso à lista define os antibióticos não recomendados.[6]
↑«2.3.5. WHO model lists of essential medicines». WHO Expert Committee on Biological Standardization: seventy-sixth report. Geneva: World Health Organization. 2023. pp. 17–18. ISBN978-92-4-007448-4. Cópia arquivada em 19 de novembro de 2023|arquivourl= requer |url= (ajuda)|acessodata= requer |url= (ajuda)
↑ abcThe selection and use of essential medicines 2023: web annex A: World Health Organization model list of essential medicines: 23rd list (2023). Geneva: World Health Organization. 2023. WHO/MHP/HPS/EML/2023.02