O enredo apresenta Don Ameche em dois papéis distintos: o Barão Duarte, um rico industrial brasileiro, e Larry Martin, seu sósia. O ponto alto da atuação de Larry é uma impecável imitação do Barão, que impressiona amigos e parceiros de negócios. Quando o Barão precisa deixar o Brasil para resolver assuntos urgentes, Larry é convocado para se passar por ele durante um baile de máscaras. A baronesa Cecília Duarte (Alice Faye) não suspeita de que Larry não é seu marido, mesmo diante do tratamento mais romântico e galanteador que ele lhe dispensa. Por outro lado, a namorada do artista, Carmen (Carmen Miranda), fica irritada ao pensar que seu companheiro está se envolvendo com outra mulher.[5]
Os títulos de trabalho do filme incluíram inicialmente A Latin from Manhattan, Rings on Her Fingers, They Met in Rio e, por fim, The Road to Rio. A Twentieth Century-Fox teve que mudar o título para That Night in Rio devido a um conflito com a Paramount Pictures, que não queria que o estúdio promovesse o filme por pelo menos seis meses após o lançamento de Road to Zanzibar, para evitar confusões com os títulos semelhantes.[6]
O roteiro do filme, escrito por George Seaton, Bess Meredyth e Hal Long, é uma refilmagem de Folies Bergère de Paris (1935), dirigido por Roy Del Ruth e estrelado por Maurice Chevalier, Merle Oberon e Ann Sothern.[7] Ele se baseia na peça original O Gato Vermelho, de Hans Adler, que estreou em Nova York em 19 de setembro de 1934.[8] O chefe de produção da Fox, Darryl F. Zanuck, financiou a produção na Broadway e adquiriu os direitos do musical, utilizando a peça como base para o filme Folies Bergère de Paris. Após Uma Noite no Rio, a 20th Century Fox também usou a peça como referência para Escândalos na Riviera, de 1951, estrelado por Danny Kaye.[9][10]
Uma Noite no Rio marcou o sexto e último trabalho de Alice Faye e Don Ameche juntos. No filme, eles chegaram a gravar uma versão da canção "Chica Chica Boom Chic" como um número de dança, mas apenas a sequência entre Ameche e Carmen Miranda foi liberada para a edição final. O roteiro foi apresentado ao embaixador do Brasil em Washington, DC, que o aprovou e declarou que seria "um tipo de filme útil para as relações entre a América do Norte e do Sul".[11] Um relatório publicado nos arquivos da Motion Picture Production Code observou que o filme foi rejeitado para distribuição na Irlanda, embora não tenha sido dada uma razão específica.
Carmen Miranda sabia muito pouco inglês e precisou decorar as falas foneticamente antes das filmagens. A casa do Barão Duarte (Don Ameche) foi inspirada nas mansões de Laurinda Santos Lobo e de seu vizinho, o empresário Raymundo de Castro Maya, que hoje correspondem aos atuais Parque das Ruínas e Chácara do Céu.
No Rotten Tomatoes, o filme tem 53% de aprovação do público, com base em 100 avaliações.[12] No IMDb, recebeu uma pontuação média de 6,7/10, com 732 votos.[13]
O crítico de cinema Dave Kehr, do Chicago Reader, destacou que "o technicolor e Carmen Miranda são as principais atrações deste musical".[14] A Variety observou que "[Don] Ameche convence em um papel duplo, e [Alice] Faye é atraente de se ver, mas é a tempestuosa Carmen Miranda que realmente se destaca desde a primeira sequência".[15]
O Los Angeles Herald-Examiner descreveu Carmen Miranda como "equipada com cores vibrantes, quadris articulados e exuberantemente alegre através do filme mais divertido de sua carreira em Hollywood". O Washington Star afirmou que "a tórrida Carmen Miranda ilumina o novo musical", enquanto o The Hollywood Reporter comentou que "o desempenho de Miranda é vívido, ardente e tempestuoso".[16]
O Daily Mirror observou que "os lábios da aparentemente exótica Carmen Miranda são tão fascinantes quanto suas mãos".[17]Bosley Crowther, do New York Times, escreveu que "apesar dos ritmos latinos quentes e da presença de Carmen Miranda, That Night in Rio se afasta um pouco da fórmula de comédia musical, sacrificando inevitavelmente a originalidade" e concluiu que "não é um passo na direção certa".[18]