Torrão é uma vila portuguesa sede da Freguesia de Torrão pertencente ao Município de Alcácer do Sal , no distrito de Setúbal, freguesia que conta com uma área[2] de 372,39 km2 e 1936 habitantes (censos de 2021)[3] tendo, por isso, uma densidade populacional de 5,2 hab./km².
A vila do Torrão, sede da freguesia, teve Foral Manuelino[4] em 20 de Dezembro de 1512, tornando-se sede de concelho.[carece de fontes?] Constituído, em 1801, pelas freguesias de Torrão, Odivelas e Santa Margarida do Sado, este concelho tinha 2413 habitantes e pertencia à Comarca de Setúbal.[5]
Durante o século XIX, o concelho torranense foi integrado no concelho de Alvito, pertencente ao Distrito de Beja, com a exceção de Santa Margarida do Sado, que transitou para o Concelho de Ferreira do Alentejo. No entanto, em 1871, a freguesia do Torrão passa a integrar o concelho (atual município) de Alcácer do Sal, que fez parte do distrito de Lisboa até à criação do distrito de Setúbal. Pouco depois, em 1936, a freguesia de São Romão do Sado seria incorporada na do Torrão.[6][7][8][9][10]
Torrão é uma das seis freguesias de Alcácer do Sal, localizando-se no sudeste deste município da zona sul do distrito de Setúbal. A vila sede desta freguesia dista 26,542 km da sede de município[11], 63 km da sede de distrito, Setúbal e 92,5 km da capital portuguesa Lisboa, em linha recta.
Em tempos fazendo parte da antiga província do Baixo Alentejo, ao pertencer ao município de Alcácer do Sal, Torrão faz parte da região do Alentejo (NUTS II), mais concretamente ao Alentejo Litoral (NUTS III), apesar de não chegar a tocar no Oceano Atlântico[12][13]
Nos limites da freguesia do Torrão, unem-se os distritos de Setúbal, Évora e Beja e consequentemente das NUTS III Alentejo Litoral, Alentejo Central e Baixo Alentejo.
A vila do Torrão é atravessada pela Estrada Nacional n.º 2 e tocada pelo rio Xarrama, que passa junto à vila, alimentando a jusante, a Barragem Engenheiro Trigo de Morais[14][15] (também designada de Barragem de Vale do Gaio). É na freguesia do Torrão que o rio Xarrama, proveniente de Évora, desagua no rio Sado e este atravessa a parte sudoeste da freguesia.
O Torrão é delimitado pelos municípios de Viana do Alentejo a nordeste, de Alvito a leste, de Ferreira do Alentejo a sul, e de Grândola a sul e a oeste. Torrão faz fronteira apenas com uma freguesia do seu município, a Alcácer do Sal (Santa Maria do Castelo e Santiago) e Santa Susana (anteriormente com a extinta Santiago), a noroeste. A nordeste, a freguesia torranense está limitada pela freguesia de Alcáçovas, município de Viana do Alentejo, do distrito de Évora. Já a leste surge o distrito de Beja e a freguesia de Vila Nova da Baronia, município de Alvito, seguindo-se a sul Odivelas, município de Ferreira do Alentejo. Ainda a sul o limite é a freguesia de Azinheira dos Barros e São Mamede do Sádão e, já a oeste, Grândola e Santa Margarida da Serra (anteriormente com a extinta Grândola), ambas no município de Grândola.
Em 2012, a freguesia do Torrão era a terceira maior de Portugal, com 37 238,8 hectares (370 km²). Torrão só era superada em termos de área pela também salaciense Santa Maria do Castelo, com 435,31 km² e pela albicastrense Penamacor, com 373,50 km², ficando à frente dos 363,90 km² da sadina Grândola.[16]
Já em 2013, devido à reforma administrativa nacional,[17] Torrão passou a ser, em termos de área, a sexta maior freguesia do país, caindo três lugares.[1]
A população registada nos censos foi:[3][5][18][19][6][20][21][7][8][9][22][23][10][24] [25][26][27][28][29][30][31]
Em 1801, a freguesia do Torrão tinha 1686 habitantes nos seus limites e, juntamente com as freguesias de Odivelas e Santa Margarida do Sado, compunha o Concelho do Torrão, de 2413 habitantes. Este concelho pertencia à Comarca de Setúbal, na Província da Estremadura. Na altura, a então freguesia de São Romão (do Sádão) fazia parte do Concelho de Alcácer do Sal e contava 1190 residentes.[5]
Já em 1849, desagregado o concelho torranense, a freguesia do Torrão (1817 habitantes) passa a integrar, juntamente com as freguesias de Odivelas, Alvito e Vila Nova da Baronia, o Concelho de Alvito, no Distrito de Beja, pertencente à Província do Alentejo. No mesmo distrito, o Concelho de Ferreira (do Alentejo) acolhia a freguesia de Santa Margarida do Sado. Nessa altura, a freguesia de São Romão (do Sádão) contava 1217 habitantes e ainda pertencia ao Concelho de Alcácer do Sal, do Distrito de Lisboa, na Província da Estremadura.[18]
Passando para o ano de 1868, a freguesia do Torrão, de 2088 habitantes, mantém-se integrada no Concelho de Alvito, no Distrito Administrativo de Beja. Nesta altura a freguesia de (São Romão do) Sádão, que contava 1004 habitantes, ainda pertencia ao Concelho de Alcácer do Sal, que se encontrava no agora Distrito Administrativo de Lisboa.[19]
Quando chega o ano de 1878, a freguesia do Torrão, então com 2075 residentes, já pertencia ao Concelho de Alcácer do Sal, no Distrito Administrativo de Lisboa, tal como a freguesia de São Romão do Sádão, com 844 habitantes. A mudança deveu-se a um Decreto de 3 de Abril de 1871.[6][10]
Mantendo-se no Concelho de Alcácer do Sal, no agora Distrito de Lisboa, ambas as freguesias continuam a ver a sua população aumentar. Em 1890, a freguesia do Torrão já conta 2203 habitantes e a de São Romão do Sádão, 800 residentes. Já em 1900, Torrão apresenta 2153 habitantes e a sua vizinha salaciana contava então 978.[20][21]
Apesar de nos Censos entre 1911, 1920 e 1930 a freguesia de São Romão do Sádão aparecer anexada à freguesia do Torrão, a sua extinção oficial só é feita pelo Decreto-Lei n.º 27 424, de 31 de Dezembro de 1936, sendo incorporada na do Torrão.[7][8][9][10]
No ano de 1930, o Concelho (atual município) de Alcácer do Sal, já surge integrado no entretanto criado Distrito de Setúbal.[9]
Curiosamente, no Censo de 1940, depois de extinta em 1936 e de vários Censos em que foi agrupada com a do Torrão, a agora freguesia de São Romão do Sado volta a surgir como freguesia autónoma, com 2092 habitantes, espalhados por vários locais como Algalé, Barragem de Vale de Gaio, Benagazil, Casa Branca, Crujeira Nova, Herdade dos Frades, Parchanas, Pontes, Portancho, Portinho, Porto de Rei, Quinta de Cima, Quinta de D. Rodrigo, Rio de Moinhos, Salema, Salema de baixo, Sanchares, São Bento, São Domingos, São Romão do Sado, Vale de Lachique, Vale de Romeiras, Várzea Redonda e Xamarrinha, para além de outros isolados e dispersos.[7][8][9][22][10]
Em 1940, já a freguesia do Torrão tinha 4489 habitantes, distribuídos por localidades como Couvelo à Estrada das Barras, Herdade do Montinho Negro, Herdade da Pena, Herdade de Soberanas de Baixo, Monte do Outeiro, Monte da Serra, Nossa Senhora do Bom Sucesso, São Soeiro, Soberanas de Pinheiro, Torrão, Vale Bom, Vale de Médico e Vale de Paraíso de Baixo, entre outros.[22]
Chegado o ano de 1970, o Censo relativo à freguesia do Torrão identifica a vila do Torrão, com 2139 habitantes, a Aldeia de Rio de Moinhos, com 290 residentes, e a Aldeia de São Romão que conta 57 habitantes. Para além da Ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso, as restantes aglomerações são denominadas "Monte", com destaque para a de Monte da Quinta de Cima, com cem habitantes, e o Monte das Parchanas, que contava 93 residentes.[25]
São vários os produtos que podem ser certificados como genuinamente originários da freguesia do Torrão, recebendo protecção legislativa nacional e, a maioria, da União Europeia, seja por DOP (Denominação de Origem Protegida), por IGP (Indicação Geográfica Protegida), por VR (Vinho Regional) ou por ETG (Especialidade Tradicional Garantida).[33]
De notar ainda que a freguesia do Torrão não pertence à área de produção de indicação geográfica de Vinho regional Alentejano apesar de um mapa interactivo,[46] no sítio da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, dar a entender que a maior parte das terras torranenses, particularmente as situadas a sul da Estrada Nacional 5 e da Estrada Municipal 543 e a leste da Estrada Nacional 2, possam fazer parte desta área de produção. No entanto, a produção de "Vinho regional Alentejano" está restringida aos distritos de Beja, Évora e Portalegre.[47]
Pertencendo ao município de Alcácer do Sal, e ao distrito de Setúbal, a freguesia do Torrão faz parte de duas áreas geográficas de produção de carne com Denominação de Origem Protegida:
De notar ainda os presuntos e as dianteiras paletas, onde três referências[57] se destacam:
Uma vasta a área da freguesia do Torrão está ou esteve já constituída como zona onde se permite a caça, sendo exemplo:
“Brasão - escudo em prata, cruz da Ordem de Santiago de vermelho, entre dois feixes de um espiga de trigo, um ramo de oliveira e um ramo de sobreiro, tudo de verde, atados de vermelho; em ponta, livro aberto da prata, guarnecida e perfilado de vermelho, tendo brocantes duas penas de ouro passadas em aspa. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: "TORRÃO – ALCÁCER DO SAL".Bandeira - esquaterlada de vermelho e amarelo. Cordão e borlas de ouro e vermelho. Hasta e lança de ouro.”
— Ordenação heráldica de Brasão e Bandeira[79]
Dominado pelas construções religiosas, o património do Torrão remonta à pré-histórica Idade do Cobre, com passagem pela Império Romano.
Há diversos bens patrimoniais classificados na freguesia. Há também outros que estiveram com processo de classificação pelo IGESPAR:
Existem várias marcas da presença romana por estas paragens, como a Calçadinha Romana,[82], situada no local onde iria ser construído o Centro Escolar do Torrão, além de um conjunto de tanques, cerâmica, uma cisterna e três esqueletos da época romana.[83], encontrados numa área de dispersão de cerca de 500 m².
Em termos de património classificado pelo IGESPAR, a freguesia do Torrão tem cinco bens classificados como de Interesse Público:
Mosteiro / Convento de Nossa Senhora da Graça da Vila do Torrão, António Rafael Carvalho]