Os texugos típicos (Meles, Arctonyx, Taxidea e Mellivora) têm pernas curtas e são corpulentos.[4] O maxilar inferior é articulado ao superior por meio de um côndilo transversal firmemente fixado a uma cavidade longa do crânio, para que a deslocação do maxilar seja quase impossível. Isto permite, ao texugo, manter a sua presa com uma tenacidade máxima, porém limita o movimento de sua mandíbula a dobrar de forma a abrir e fechar ou escorregar de lado a lado, sem o movimento de torção possibilitado pelas mandíbulas da maior parte dos mamíferos.
O comportamento dos texugos diferencia-se de acordo com a família, mas todos se abrigam em tocas subterrâneas. Alguns são solitários, mudando-se de casa para casa, enquanto outros são conhecidos por formarem clãs. O tamanho do clã é variável de 2 para 15 indivíduos. Os texugos são animais ferozes e protegem os filhotes a qualquer preço. São capazes de repelir animais muito maiores como raposas, lobos, coiotes e ursos. Os texugos podem correr à velocidade de até trinta quilômetros por hora durante curtos períodos de tempo.
Reprodução
Na sua reprodução, seja quando for que se dê o acasalamento, as crias só vão nascer nos primeiros meses do ano. Isto graças à chamada implantação diferida ou retardada. Esta consiste em que, após a cópula, dá-se a suspensão do desenvolvimento do embrião, pois o ovo fecundado só se implanta no útero três a dez meses mais tarde.
Ao fim de um período de gestação de sete semanas, é normal cada ninhada ser de uma a cinco crias (três, em regra), que ficam na toca até às oito semanas. Nascem habitualmente entre Janeiro e Abril e, como acontece com todos os mamíferos, os cuidados parentais ficam por conta da fêmea, que cuida dos jovens até ao primeiro Outono e, por vezes, até ao primeiro Inverno. Os machos atingem a maturidade sexual entre 1 e 2 anos de idades e as fêmeas entre 12 e 15 meses. O texugo pode viver até aos 14 anos no estado selvagem e até aos 16 anos em cativeiro.
Muitos texugos na Europa foram mortos por gás durante os anos 1960 e 1970 para controlar a raiva. Até os anos 1980, essa prática foi usada no Reino Unido para controlar a extensão da tuberculose bovina. O costume escandinavo é de pôr cascas de ovo ou isopor nas botas de alguém ao andar no território do texugo, pois se acredita que texugos parem de morder ao ouvir uma mastigação ruidosa. A caça de texugos é comum em muitos países, seja para se eliminar a peste representada pelos texugos, seja simplesmente como esporte. Tal modalidade de caça, no entanto, requer licença do governo. Ostensivamente, os texugos são protegidos no Reino Unido pela lei 1 992.
A luta de texugos é um desporto sangrento proscrito no Reino Unido pelo ato 1 835 de crueldade aos animais bem como pela lei 1 992 de proteção aos texugos.
A raça de cães Dachshund foi criada especialmente para caçar texugos (dachshund significa, literalmente, "cão de texugo"ː dachs, texugo e hund, cão).[7]
Alguns habitantes de Baçorá, no Iraque, dizem que as Forças britânicas soltaram texugos que comem humanos naquela região do país depois da invasão de 2003.[8] Esta alegação foi negada pelos cientistas britânicos. Foi especulado que os animais eram nativos da área.[9]
Há algumas discrepâncias entre estudiosos da língua japonesa ao se traduzir タヌキ (cão-guaxinim) para outras línguas. Esse problema é mais comum de ocorrer nos Estados Unidos devido ao desconhecimento desse animal. Erroneamente, o cão-guaxinim é chamado de texugo, embora sejam animais distintos e ambos conhecidos e existentes no Japão.[10] Alguns traduzem até como guaxinim.
↑Koepfli KP, Deere KA, Slater GJ,; et al. (2008). «Multigene phylogeny of the Mustelidae: resolving relationships, tempo and biogeographic history of a mammalian adaptive radiation». BMC Biol. 6 (1): 4–5. PMID18275614. doi:10.1186/1741-7007-6-10 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)