Teresa Gomes nasceu em Lisboa, no número 60 da Rua de Santo António à Estrela, freguesia de Santa Isabel, a 26 de novembro de 1883, filha natural do barbeiroviúvo Ludgero Veríssimo Gomes, natural de Lisboa, freguesia de Santos-o-Velho e de Teresa Melanda, natural de Alhadas, do concelho da Figueira da Foz.[4]
Ainda jovem, inicia-se no ofício de costureira, casando, aos 23 anos, a 26 de agosto de 1907, com o comerciante António Sampaio Martins, natural de Coimbra, freguesia de São Bartolomeu, no oratório da Cadeia da Relação, no Porto, onde o noivo se encontrava preso, por razões desconhecidas. Mais tarde irá separar-se do marido.[5]
A sua vocação para o teatro despertou quando ela tinha 26 anos, numa viagem a bordo de um paquete vindo do Brasil durante a qual entrou em contacto com a companhia teatral de Afonso Taveira e com o seu futuro marido, o ator Álvaro de Almeida, com quem se junta, ainda casada com o primeiro marido.[6][7]
Em 1911, estreia-se como corista na revistaA Musa dos Estudantes, no Teatro da Trindade, onde permaneceu 8 anos e a partir daí desempenhou já papéis de importância, de figuras emblemáticas alfacinhas. Tendo-se afirmado uma artista boa classe, passou para o Teatro São Luiz, onde se destaca a revelação da sua veia cómica na primeira revista que fez como atriz, em Pé de Meia, de Eduardo Schwalbach, em 1919, ou a sua interpretação do papel de "comadre Zefa" na peça Dois Garotos, entre muitas outras.[6][7]
Já divorciada do primeiro marido há dois anos, casa-se finalmente com o seu companheiro, o ator Álvaro de Almeida, a 25 de outubro de 1937, em Lisboa, tendo enviuvado do mesmo a 2 de fevereiro de 1945, sendo informada da notícia prestes a entrar em palco. O público, que notou a profunda tristeza no seu semblante, ao ser informado, presenteou-a com uma enorme ovação no final da peça.[6][7][8]
A sua última atuação ocorreu no Teatro Maria Vitória, a 31 de maio de 1958, na peça Abaixo as saias, ao lado de António Silva, Irene Isidro, Barroso Lopes e Raul Solnado. A 6 de outubro de 1959, realizou-se no Coliseu dos Recreios, a sua festa de despedida e homenagem, com lotação esgotada, na qual participaram muitos artistas, tendo o elenco revivido a revista Encosta a Cabecinha e Chora. Américo Covões, empresário do Coliseu, pela mão de Costinha, ofereceu-lhe um valioso medalhão com a data da homenagem e uma legenda, e Luís de Oliveira Guimarães, em representação da Sociedade dos Escritores e Compositores Teatraism, saudou-a em termos entusiásticos.[6][7]
Já reformada, faleceu a 13 de novembro de 1962, aos 78 anos, no quarto andar direito do número 166 da Rua Rodrigues Sampaio, freguesia de Coração de Jesus, em Lisboa, onde residia, de causas naturais. O seu funeral, que saiu da Basílica da Estrela para o Cemitério dos Prazeres, onde a atriz foi sepultada no Talhão dos Artistas, foi largamente concorrido pela população, que lhe quis prestar uma última homenagem.[10][11]