Traçado do bairro, Mapa Oficial da cidade em 1929.
O bairro-jardim é resultado do loteamento original da Sociedade Paulista de Terrenos e Construções Sumaré Ltda., moldado com extensa porcentagem de área verde e solo permeável, apresentando também traçado viário tortuoso. Seu nome se deve a uma espécie de orquídea de nome científico Cyrtopodium puntactum.
No Sumaré, foi inaugurado o primeiro canal de televisão da América Latina, a TV Tupi, em 1950.[1] Em 1983 foi construída ali a primeira sede da Rede Manchete em São Paulo, idealizada por Oscar Niemeyer[1], na rua Bruxelas. No ano de 1981 o SBT iniciou suas atividades no bairro, onde tinha prédios com antena de transmissão. No ano de 1991 o SBT reativou seus estúdios no bairro, onde foram gravadas algumas de suas novelas, além do talk-show Jô Soares Onze e Meia. Esses estúdios foram parcialmente abandonados em 1996, como foi na Vila Guilherme, quando a emissora mudou-se para o CDT da Anhanguera.[1]
Sediou a primeira escola de samba da zona oeste, Tom Maior, fundada em 1973 e na época com sede e ensaios realizados na Rua Oscar Freire, justamente onde hoje encontra-se a estação de Metrô que leva o nome do bairro, onde existiu a Feira Moderna até meados de 1976 quando foi construída a Avenida Paulo VI.
Ainda hoje, o bairro é lembrado e caracterizado pelas diversas antenas de transmissão cortando sua paisagem, composta também por muitas árvores e ruas sinuosas e inclinadas, além de casas de alto-padrão, vielas grafitadas, prédios de poucos andares - característicos da década de 1950, casinhas geminadas e pequenas vilas. É classificado pelo CRECI como "Zona de Valor B", assim como: Brooklin, Alto da Lapa e Vila Madalena.[2]
No bairro, há grandes exemplares da arquitetura moderna paulista, como o Edifício Jaraguá, de autoria de Paulo Mendes da Rocha, o Spazio 2222, de Décio Tozzi, e residências de Vilanova Artigas.
O Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima é muito procurado pela colônia portuguesa, notadamente no mês de maio. Nele foi gravada a última cena da novela Éramos Seis, da autoria da escritora Maria José Dupré, em 1994 pelo SBT.[1]
Em virtude deste aparato arquitetônico o Sumaré é tombado pelo CONDEPHAAT, e com isso sua área está preservada da verticalização e de mudanças no traçado das ruas, mantendo suas características originais.[3][4] A população do Sumaré é bairrista, fato comprovado no ano de 2003, quando impediu a construção de um prédio de oito andares nos territórios do bairro.[5]
Ponciano, Levino (2001). Bairros paulistanos de A a Z. São Paulo: SENAC. pp. 107–108. ISBN8573592230
SILVA, Maria Clara (2014). O Sumaré e as transformações urbanísticas da zona oeste de São Paulo Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 10, n. 2 ed. São Paulo: ANPUR. pp. 75–92
ALMEIDA, João Carlos (2016). Moradia e urbanismo no bairro do Sumaré: uma análise histórica e espacial Cadernos Metrópole, v. 15, n. 1 ed. São Paulo: PUC-SP. pp. 45–63
FREITAS, Mariana Lopes (2015). O bairro do Sumaré e a verticalização residencial na zona oeste de São Paulo Revista Ponto-e-Vírgula, v. 8, n. 3 ed. São Paulo: Governo Estadual. pp. 98–115
GOMES, Rafael (2013). Sumaré: um estudo sobre a preservação arquitetônica e urbanística Anais do Museu Paulista, v. 19, n. 2 ed. São Paulo: Museu Paulista. pp. 67–88
OLIVEIRA, Camila (2017). O bairro do Sumaré e a relação entre urbanismo e qualidade de vida Revista de Estudos Urbanos e Regionais, v. 12, n. 1 ed. São Paulo: ANPUR. pp. 33–50