No período de outubro a março, o trecho da rodovia entre Novo Repartimento, no Pará e Lábrea, no Amazonas, fica intransitável por causa das chuvas por não ser totalmente pavimentado.
A BR-230, também conhecida como Rodovia Transamazônica, é uma rodovia federaltransversal do Brasil, com extensão implantada de 4 260 km (5 662,60 quilômetros incluindo os trechos não construídos).[1] Foi criada durante o Governo Emílio Médici, sendo uma das obras inacabadas devido às suas proporções enormes, realizadas durante o período da ditadura militar.[2][3] Ao extremo leste (na região Nordeste), se inicia na cidade de Cabedelo, no estado da Paraíba; enquanto que ao extremo oeste (na região Norte), se inicia na cidade de Lábrea,[4] no estado do Amazonas.[1]
História
Planejada para integrar melhor o Norte brasileiro com o resto do país, foi inaugurada em 27 de agosto de 1972 ainda inacabada e faltando vários trechos a serem asfaltados.[5] Inicialmente projetada para ser uma rodovia pavimentada com 8 mil quilômetros de comprimento, conectando as regiões Norte e Nordeste do Brasil com o Peru e o Equador, não sofreu maiores modificações desde sua inauguração. Depois o projeto foi modificado para 4 977 km até Benjamin Constant, porém a construção foi interrompida em Lábrea totalizando 4 260 km.
Os trabalhadores ficavam completamente isolados e sem comunicação por meses. Alguma informação era obtida apenas nas visitas ocasionais a algumas cidades próximas. O transporte geralmente era feito por pequenos aviões, que usavam pistas totalmente precárias.
Por não ser pavimentada, o trânsito na Rodovia Transamazônica é impraticável nas épocas de chuva na região (entre outubro e março). Os genocídios e desmatamento em áreas próximas à rodovia são um sério problema ocasionado por sua construção e é muito criticado pelos povos indígenas e ambientalistas.
Características
A BR-230 ou Transamazônica é uma rodovia transversal, considerada a terceira mais longa rodovia do Brasil, com 4 260 km de extensão, ligando cidade portuária de Cabedelo na Paraíba ao município de Lábrea, no Amazonas cortando algumas das principais cidades do estado do Pará: Marabá, Altamira e Itaituba.
Na Paraíba representa o principal eixo de circulação de pessoas e mercadorias entre seus municípios, tendo como referencial o porto de Cabedelo e as cidades de João Pessoa, Campina Grande, Patos, Pombal, Sousa e Cajazeiras, os maiores polos econômicos do estado. Percorre o solo paraibano por 521 km, com boa condição de tráfego até a divisa com o estado do Ceará.
O segmento de 147,6 quilômetros de extensão entre Cabedelo - onde se encontra o seu marco 0 - e Campina Grande, passando pela Grande João Pessoa e outros municípios, foi duplicado no governo FHC. É esperado uma duplicação adicional entre os municípios de Campina Grande e Cajazeiras.
Próximo à cidade de Altamira, no Pará, localiza-se o monumento Pau do Presidente, inaugurado em 27 de setembro de 1972. O monumento tanto o início da construção da Rodovia Transamazônica, celebrada em 9 de outubro de 1970, quanto a entrega do primeiro trecho construído.
Desmatamento e conservação
A construção de vias e rodovias é apontado como uma das grandes causas diretas do desmatamento no Brasil,[6] assim como facilitam o transporte de madeira ilegal, grilagem e garimpagem. Imagens de satélite mostram como ruas aumentam o desmatamento. Vias de acesso perpendiculares à BR-230 permitem penetração profunda às matas locais. Originalmente, as rodovias foram abertas para abrir acesso à agricultores pelos colonos da região, o governo cunhou o lema "terra sem homens para homens sem terras"[7] para descrever o desenvolvimento da região amazônica. No entanto, madeireiros usaram as rodovias para desmatar mais áreas das redondezas.
↑Skole, D.L.; W.H. Chomentowski; W.A. Salas; A.D. Nobre (1994). «Physical and Human Dimensions of Deforestation in Amazonia». BioScience. 44 (5): 314-322. doi:10.2307/1312381