Floriano é um município brasileiro do estado do Piauí. Situa-se na Zona Fisiográfica do Médio Parnaíba, à margem direita desse mesmo rio, em frente à cidade de Barão de Grajaú, Maranhão. A cidade fica a 240 km da capital do estado do Piauí, Teresina. Sua altitude é de 140 metros e o clima é quente e seco, no verão, e úmido na época das chuvas. Acidentes geográficos do município incluem o Rio Parnaíba, que banha a cidade e o município em toda sua extensão. Seguem-lhe os rios Gurgueia e Itaueira.
Etimologia
Na sua fundação, foi elevada à categoria de cidade, e recebeu seu nome em homenagem ao ex-presidente da República Marechal Floriano Peixoto.[5]
História
Período Colonial
A cidade de Floriano é originária de quatro antigas sesmarias, a maioria doada a Domingos Afonso Mafrense, em 1676. Foi ele o responsável pela implantação das primeiras fazendas, com o cultivo da cana-de-açúcar e pecuária extensiva – que depois veio a se estabelecer como atividade mais importante.[6]
Com a morte de Mafrense, trinta de suas fazendas foram doadas aos jesuítas, que as administraram. Os jesuítas foram expulsos das fazendas em 1760 e as terras passaram para o Estado, atingindo significativo crescimento.[6]
Império
Historicamente, a cidade foi fundada pelo agrônomo Francisco Parentes, que lá inaugurou a primeira escola de agronomia das Américas, o Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara, em 1873. Essa instituição se destinava à educação de filhos de escravos de ambos os gêneros, órfãos e libertos pela Lei do Ventre Livre.[7]
Ao final da década de 1890 foram chegando habitantes de outras localidades, e o lugar ocupado por eles foi se desenvolvendo, se expandindo por ruas executadas segundo planejamento tal qual o de Teresina, a pedido do Ministério da Agricultura. Dessa forma se estabelecia uma versão primitiva do núcleo urbano do que iria se tornar Floriano, próximo à atual Igreja Matriz.[7]
República
Primeira República
Em 1890, o então povoado foi elevado à condição de vila, recebendo o nome de Vila da Colônia de São Pedro de Alcântara, e em 1897 à categoria de cidade, se tornando Floriano, em homenagem ao ex-presidente da República Marechal Floriano Peixoto.[7] A chegada dos árabes mercantilistas e a navegação fluvial também contribuiu significativamente para o desenvolvimento da cidade. Em 1915, foi projetada a estrada de rodagem Floriano-Oeiras, que interligou as regiões do interior do estado com Floriano, assim garantindo a comunicação, por meio do Rio Parnaíba, com o norte do estado. Floriano então se tornava um importante ponto de embarque e desembarque de passageiros e mercadorias.[7]
Devido a sua posição geográfica, Floriano passou a ser um ponto de convergência do comércio do sul do Piauí. Vale ressaltar, também, a importância do transporte fluvial através do Rio Parnaíba, feito pelos Vapores desde a segunda metade do século XIX, continuou a atuar em Floriano no século XX.[7]
Nos terrenos do Estabelecimento Rural, foi inaugurada, em 1924, uma nova usina elétrica chamada Usina Maria Bonita, cujo nome se dá devido a um motor antigo apelidado de "Lampião". Constituía, inicialmente, uma pequena capela da então Colônia de São Pedro de Alcântara, que foi desativada e substituída pela usina.[7][8]
De 1929 a 1930 foi feita a estrada que liga Floriano a Itaueira, que funcionou com meio de transporte para a a produção agrícola da região. Além de projetos de arborização e embelezamento da cidade.[7]
Era Vargas
Em 1933 foi feito o primeiro calçamento de Floriano, cobrindo toda a extensão da Avenida João Luiz Ferreira e parte da Praça Sebastião Martins, com o objetivo de de facilitar o transporte das carroças que demandavam a beira do rio em busca de mercadorias.[7]
República Nova
Em 1959 foram implantados os primeiros serviços de telefonia e abastecimento de água da cidade, e, nesse mesmo ano, foi construído o Aeroporto Cangapara. Entretanto, apenas após a década de 1970 que Floriano definiu sua atual configuração urbana, com a criação de novos bairros e ruas, ampliando os limites da cidade.[7]
Adições à cidade incluem a criação do anel viário, eletrificação e urbanização do bairro Taboca, doação de terrenos para a construção dos conjuntos habitacionais Hermes Pacheco e Paraíso, e abertura de Ruas como José Nogueira, Anfilófio Melo, Joaquina Freitas, Veras de Holanda, João Pereira a oeste da zona urbana, em lugares previamente ocupado por terrenos pastoris. Devido a essas mudanças se intensificou a expansão em direção ao anel, alcançando bairros como Irapuã I e Irapuã II.[7]
Fazem parte do rico folclore florianense dois tipos distintos de herança: a oriunda dos colonizadores portugueses, dos indígenas e dos negros, e aquela herdada dos imigrantes árabes. Nesta se enquadram figuras como o "Seu" Salomão Mazuad, Calixto Lôbo, David Kreit, Elias Oka, Faiz Salim, Gabriel Zarur, Millad Kalume, Dra. Josefina Demes e outros, cada um sendo a personificação de uma característica inerente ao povo árabe, positiva ou não. Naquela temos o Cavalo Piancó, o Pastoril, o Cabeça de Cuia, a porca do dente de ouro.[9]
A caatinga é a vegetação predominante na região, mas há regiões onde se verifica a mistura com cerrado, também. Na agricultura, os destaques são a castanha de caju e a mandioca, tendo grande destaque na produção de cajuína. Exporta óleos de amêndoas e babaçu, algodão em pluma e arroz.
Clima
Justamente por se localizar no interior do estado, Floriano apresenta clima tropicalsemiárido. As temperaturas ficam entre 22 °C e 37 °C e as chuvas são mais escassas do que no norte do Piauí - com período seco de seis meses. As chuvas predominam entre os meses de novembro e abril. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia, desde 1970 a menor temperatura registrada em Floriano foi de 15 °C em 4 de julho de 1996 e a maior atingiu 41,8 °C em 20 de novembro de 2005. O maior acumulado de precipitação em 24 horas chegou de 164,4 mm em 1° de outubro de 1973, seguido por 164 mm em 27 de dezembro de 1977 e 152,2 mm em 22 de outubro de 1974.[10]
Sua população, segundo o censo de 2022 do IBGE, era de 62 036 habitantes, enquanto a sua área territorial é 3.407,979 km², contabilizando uma densidade demográfica de 18,20 hab/km².[13] Do total de habitantes, 45,7% (29 483) se identificam com o sexo masculino, e 52,4% (32 553) com o sexo feminino. A maior parte da população se autodeclara parda, com mais de 60%, seguido de pretos e brancos com 20% e 18% respectivamente. Apenas poucas centenas de pessoas na cidade se consideram amarelos ou indígenas, somando aproximadamente 0,5% da população total.
A cidade foi originalmente populada por imigrantes árabes, em sua maioria sírios e libaneses, que vieram à região a fim de fugir do Império Otomano. No total somam mais de 80 famílias que chegaram na cidade na época.[8] No entanto não se vê um impacto muito grande na demografia da cidade, visto que embora sua influência cultural tenha sido considerável, a população árabe se mostrou cada vez menos numerosa ao longo das décadas quando comparada ao resto do povo florianense.
Desenvolvimento
Tem o segundo maior IDH do Piauí, com 0,700, atrás apenas de Teresina, o único outro município do estado com um índice considerado alto, com 0,751.[14]
↑IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
↑«Estimativa populacional 2021 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de agosto de 2021. Consultado em 18 de setembro de 2021
↑LOPES, Raimundo Helio. «SILVA, Raimundo Borges da»(PDF). Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 22 de setembro de 2024
↑LOPES, Raimundo Helio. «AGUIAR, Eurípedes Clementino de»(PDF). Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 21 de setembro de 2024