Filho do escritorCoelho Netto,[2][4][5] e da professora de música Maria Gabriela Brandão Coelho Netto,[8] Preguinho era sócio do Fluminense antes mesmo de nascer,[3] ingressando nas equipes infantis do clube carioca em 1916, com 11 anos.[4]
Sua estreia como futebolista do tricolor carioca ocorreu em 19 de abril de 1925: naquela tarde, Preguinho havia conquistado o tricampeonato estadual de natação, na categoria de 600 metros. Ainda com a medalha no peito, pegou um táxi até o Estádio das Laranjeiras para ajudar o Fluminense a conquistar o Torneio Início do Rio de Janeiro.[2][4][5]
A sua estreia em partidas exceto no Torneio Início citado, foi no empate em 1 a 1 contra o Bangu, em 26 de abril de 1925, partida disputada em Laranjeiras e válida pela primeira rodada do Campeonato Carioca.[12] Antes dessa partida o Bangu ofereceu a Preguinho um retrato de seu irmão, Mano, que falecera em 1922 após hemorragia interna decorrente de pancada no estômago acontecida enquanto jogava pelo time tricolor contra o São Cristóvão. O time no qual Preguinho mais fez gols acabaria sendo justamente o Bangu, tendo ele marcado dezessete gols contra esse adversário.[13]
Após a profissionalização do futebol, em 1933, Preguinho continuou a atuar de forma amadora, recusando-se a receber dinheiro do Fluminense,[3][4] aposentando-se em 1939.[17] Fora seu desempenho dentro das quatro linhas, é também um dos maiores pontuadores da história do basquete tricolor,[3] com 711 pontos anotados.[2][4]
No Campeonato Carioca Amador de 1933, fez 21 gols em 10 jogos, e no de 1938, 21 gols em 12 jogos, sagrando-se campeão pelo Fluminense nas duas ocasiões.[18]
Em 22 de janeiro de 1952, Preguinho recebeu o título de "Grande Benemérito-Atleta" do Fluminense.[4][5] Na ocasião, ele disse: "Eu nem sabia falar direito e o Fluminense já estava em minha alma, em meu coração e em meu corpo."[2]
Preguinho morreu em 1979,[4][5] aos 74 anos, devido a problemas pulmonares.[2]
Multi atleta
João Coelho Netto foi um atleta completo. Disputou dez modalidades esportivas, sendo campeão em oito delas:
Preguinho entrou como jogador de futebol para a galeria dos grandes ídolos do Fluminense e do Brasil. Foi autor do primeiro gol da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, em jogo contra a Iugoslávia, na Copa do Mundo de 1930, em época em que seu apelido era Prego, sem o diminutivo.[2][19] Ainda no Século XXI é um dos maiores artilheiros do Fluminense, oficialmente com 153 gols marcados,[20] maior artilheiro do Fluminense no Estádio de Laranjeiras com 79 gols[21] e o segundo maior cestinha de basquete do clube.
Foi o artilheiro do Fluminense nos campeonatos cariocas de 1928, 1929, 1930, 1931 e 1932, sendo que em 1930 e 1932 foi o artilheiro do Campeonato Carioca.[22]
Autor do primeiro gol brasileiro em uma Copa do Mundo
Em 1930 ele entrou definitivamente, como jogador de futebol, para a galeria dos grandes ídolos do Brasil. Foi o autor do primeiro gol da seleção brasileira numa Copa do Mundo, no jogo contra a Iugoslávia (derrota do Brasil por 1–2); no jogo seguinte da competição, ante a Bolívia, Preguinho marcou dois dos quatro gols da vitória brasileira (4–0). Além de ter sido o autor do primeiro gol do escrete brasileiro em um Mundial de Futebol, Preguinho ainda entraria para a história do esporte por ter sido o artilheiro do Brasil na competição (com 3 gols) e primeiro capitão em mundiais.[10]
Autor de um Gol do Meio de Campo
No Campeonato Carioca de Futebol de 1930, o Botafogo já era campeão e vencia o Fluminense por 2 a 1 em 7 de dezembro. Preguinho pegou uma bola do meio de campo e chutou forte, por cobertura. Um gol igual que Pelé tentou contra a Tchecoslováquia na Copa do Mundo FIFA de 1970.
Ele sempre se recusou a receber dinheiro do clube, permanecendo como amador mesmo após a profissionalização do futebol. Jogou pelo Flu de 1925 a 1939. Em 1925, depois de nadar a prova dos 600 metros e ajudar o Fluminense a ser tricampeão estadual de natação, foi de táxi às Laranjeiras a tempo de jogar contra o São Cristóvão e ganhar o título do Torneio Início.
Trouxe para o Fluminense 387 medalhas e 55 títulos nas oito modalidades que praticava. Tais façanhas fizeram dele o mais festejado herói tricolor e, em 1952, o clube concedeu a ele o primeiro título de Grande Benemérito Atleta, o que muito o orgulhou, até a sua morte, em 1979. Um busto na sede do clube e o nome do ginásio são merecidas homenagens.[23]
Era filho do escritor Coelho Netto e irmão de Paulo Coelho Netto, autor do livro sobre o primeiro cinquentenário da História do Fluminense, historiador e dirigente deste clube. Há um depoimento seu sobre sua participação na Copa do Mundo de 1930, no filme Futebol Total, dirigido por Carlos Leonam e Oswaldo Caldeira e produzido por Carlos Niemeyer e pelo Canal 100, e vários outros dados ao jornalista Waldir Barbosa, que serviram de importante material para sua biografia, escrita por Waldir Barbosa Jr., com colaboração de Waléria Barbosa.[8]
Até o final de sua vida Preguinho participou ativamente na política interna do Fluminense Football Club, sendo figura muito importante, atuando como diretor de futebol e conselheiro.
Livro
Em julho de 2013 , Preguinho recebeu a primeira homenagem em livro: "Preguinho - Confissões de um Gigante[ligação inativa]" (SportLivro / Edição do autor), de Waldir Barbosa Jr., com colaboração de Waléria Barbosa, foi publicado, contando as histórias de infância, os fatos inusitados de sua trajetória e as estatísticas de seus gols e jogos pelo Fluminense.
Preguinho - Confissões de um Gigante, por Waldir Barbosa Jr., colaboração de Waléria Barbosa (2013).