Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny
Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny
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Descrição
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Prêmio pela Paz
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Organização
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UNESCO
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Primeira cerimônia
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1991
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Última cerimônia
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2022
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Detentor atual
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Angela Merkel (2022)
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Página oficial
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Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny foi criado, em 1990, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)[1] para honrar...
“
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...pessoas vivas, instituições ou organismos públicos ou privadas em atividade, que tenham contribuído de maneira significativa para a promoção, busca, salvaguarda ou manutenção da paz em conformidade com a Carta das Nações Unidas e a Constituição da UNESCO.
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”
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O prêmio leva o nome de Félix Houphouët-Boigny, ex-presidente da Costa do Marfim, e compõe-se de um cheque no valor de 122 mil euros ou 50 mil dólares - quantia que pode ser dividida em partes iguais, se houver mais de um ganhador - além de uma medalha de ouro e um diploma assinado pelo diretor-geral da UNESCO.
É atribuído anualmente por um júri composto de onze personalidades originárias dos cinco continentes e presidido por Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, em 1973.[2]
A cerimônia oficial de premiação acontece na sede da UNESCO, em Paris.
Laureados
O prêmio foi atribuído pela primeira vez em 1991, sendo concedido a Nelson Mandela, presidente do Congresso Nacional Africano, e a Frederik Willem de Klerk, presidente da África do Sul, que pôs fim ao regime do apartheid. Desde então, o prêmio foi atribuído anualmente, com alguns exceções.
Dois lusófonos receberam o prêmio: Xanana Gusmão, em 2002, e Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008, presidentes de Timor-Leste e do Brasil, respectivamente.
Ano
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Premiado
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País
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Razão
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1991
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Nelson Mandela
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África do Sul
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"Pela sua contribuição à paz internacional, por encorajá-los a continuarem com o esforço e como tributo ao que fez para educar seu povo em direção ao entendimento e a superação dos preconceitos que muitos não teriam pensado há anos"[3]
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Frederik Willem de Klerk
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1992
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Academia de Direito Internacional de Haia
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Países Baixos
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"Nós acreditamos que o mundo está em uma nova fase da relações internacionais. Muito diferente do que saímos há pouco (...) e nós estamos convencidos que o direito internacional deve ter um papel mais importante na resolução de disputas internacionais e na solução de problemas internacionais."[4]
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1993
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Yitzhak Rabin
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Israel
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""Concluiu-se este ano que, naturalmente, o mais dramático e mais importante evento foi o acordo entre os palestinos e Israel, e a nossa comissão tem, portanto, conferido Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny para o Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin e ao Ministro das Relações Exteriores Shimon Peres do lado israelita, e ao presidente Yasser Arafat para a Organização de Libertação da Palestina"."[5]
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Shimon Peres
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Yasser Arafat
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Palestina
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1994
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Rei João Carlos I
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Espanha
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"(...) O Rei da Espanha, pelo seu papel na garantia da transição democrática, pela sua contínua contribuição pela proteção das minorias na transição democrática, e pelo papel internacional de conciliação que a Espanha tem atuado. A Carter, pela sua qualidade como presidente da Fundação Carter e pela sua contribuição pela busca da paz em diferentes partes do mundo e (...) continuando a contribuir antes mesmo do governo do seu país tê-lo chamado para o fazer."[6]
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Jimmy Carter
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Estados Unidos
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1995
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Escritório do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
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Suíça
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"Nós concordamos unanimemente em dar um duplo prêmio ao Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados pelo trabalho que tem feito, e para a Comissária de Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Senhora Ogata, pela qualidade que adicionou à missão que lhe foi confiada, pela excelência do trabalho e pela preocupação com os refugiados."[7]
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Sadako Ogata
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Japão
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1996
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Álvaro Enrique Arzú Irigoyen
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Guatemala
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Rolando Morán
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1997
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Fidel Valdez Ramos
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Filipinas
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"Premiamos com o Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny conjuntamente o Presidente Fidel V. Ramos das Filipinas e o Senhor Nur Misuari, o Presidente da Frente de Libertação Nacional Moro pelo acordo que conclui com o fim do conflito em 2 de setembro de 1996 entre o Governo das Filipinas e a Frente de Libertação Nacional Moro."[8]
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Nur Misuari
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1998
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Sheikh Hasina
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Bangladesh
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"Na premiação de 1998 para Sheik Hasina, Primeiro Ministro da Repúblico Popular de Bangladesh, que assinou em 2 de dezembro de 1997 um acordo de paz que pôs fim a 25 anos de guerra civil, e ao Senador George J. Mitchell cujo trabalho permitiu as principais intervenções na crise irlandesa para a assinatura do Acordo de Belfast, o Júri quis chamar a atenção para os esforços desenvolvidos na busca da paz através do diálogo e da negociação."[9]
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George J. Mitchell
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Estados Unidos
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1999
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Comunidade de Santo Egídio
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Itália
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"Fazemos isso em reconhecimento aos esforços para a consecução de um entendimento ecumênico entre todas as religiões, seus esforços na conciliação na Argélia, Moçambique, Guiné-Bissau e Iugoslávia, pela contribuição ao entendimento humano e da eliminação das fontes de conflitos religiosos, políticos e étnicos."[10]
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2000
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Mary Robinson
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Irlanda
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"Nós decidimos premiar com o Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny à senhora Mary Robinson, Alta Comissariada das Nações Unidas para os Direitos Humanos, pela sua grande contribuição na defesa e promoção dos Direitos Humanos. A decisão, claro, foi unânime."[11]
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2001
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Não houve premiação
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2002
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Xanana Gusmão
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Timor-Leste
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"Estamos honrados em conferir o Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny em sua edição de 2002 ao Presidente Xanana Gusmão pela sua contribuição na luta pela dignidade humana e por sua conduta que elevou o espírito humano não só em sua região, mas no mundo."[12]
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2003
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Roger Etchegaray
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França
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"O Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny 2003 foi conferido ao Cardeal Roger Etchegaray e ao Dr. Mustafa Ceric, Grande Mufti da Bósnia, em reconhecimento de sua ação em favor do diálogo inter-religioso, da tolerância e da paz. O júri acredita que o diálogo inter-religioso é fundamental para o entendimento mútuo entre povos e nações. É portanto um dos grandes desafios de nossa era."[13]
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Mustafa Cerić
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Bósnia e Herzegovina
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2004
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Não houve premiação
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2005
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Abdoulaye Wade
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Senegal
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"O júri considerou uma lista de candidatos incluindo eminentes personalidades de todas as regiões do mundo. Deu particular atenção às ações em favor da paz, do progresso, da democracia e da tolerância na África. Depois de amplas consultas e de um exame em profundidade da situação na África, o júri decidiu atribuir o Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny 2005 ao Presidente Abdoulaye Wade do Senegal, por suas contribuições para a democracia no Senegal, e por seu papel na mediação de disputas políticas na região."[14]
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2006
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Não houve premiação
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2007
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Martti Ahtisaari
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Finlândia
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“De 1977 a 1990, o senhor conduziu o processo que resultou na independência da Namíbia. Sua imensa contribuição para a resolução do conflito fratricida entre o governo da Indonésia e o Movimento Free Aceh tem sido reconhecido por toda a comunidade internacional.[...] É por todos esses esforços pela causa da paz que o júri decidiu unanimemente conferir-lhe o Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny 2007”.[15]
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2008
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Luiz Inácio Lula da Silva
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Brasil
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“O júri decidiu atribuir o Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny ao Senhor Luiz Inacio Lula da Silva, Presidente da República Federativa do Brasil, por suas ações em busca da paz, do diálogo, da democracia, da justiça social e igualdade de direitos, bem como por sua valiosa contribuição para a erradicação da pobreza e para a proteção dos direitos das minorias.” [16]
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2009
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Não houve premiação
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2010
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Organização "Madres de Plaza de Mayo"
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Argentina
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“O júri decidiu atribuir o Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny a organização "Madres de Plaza de Mayo", uma organização não governamental, em reconhecimento por sua batalha incansável ao longo de mais de trinta anos em favor dos direitos humanos, da justiça e da paz."[17]
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2011–2012
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Não houve premiação
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2013
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François Hollande
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França
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“Depois de analisar a situação global, foi a África que chamou a atenção do júri com as várias ameaças que afetaram o continente. Depois de avaliar os perigos e as repercussões da situação na África e no Mali, em particular, bem como no resto do mundo, o júri apreciou a solidariedade demonstrada pela França para com os povos da África. O júri condena a violação da integridade territorial do Mali, a violação dos direitos humanos, a tomada de reféns e a destruição do patrimônio cultural da humanidade em Tombuctu. Por isso, o júri decidiu atribuir o Prêmio pela Paz Félix Houphouët-Boigny a François Hollande, presidente da República Francesa, por sua grande contribuição para a paz e a estabilidade na África."[18]
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2014–2016
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Não houve premiação
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2017
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SOS Mediterrâneo
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União Europeia
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"Depois de examinar as condições em todo o mundo, o júri do Prêmio da Paz Félix Houphouët-Boigny determinou que refugiados e migrantes constituem uma das questões cruciais de nossos dias, principalmente no Mediterrâneo, onde cerca de 13.000 homens, mulheres e crianças morreram em naufrágios desde 2013."[19]
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Giusi Nicolini
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Itália
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2018
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Não houve premiação
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2019
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Abiy Ahmed Ali
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Etiópia
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"Em reconhecimento pela sua contribuição para o diálogo na região e, em particular, para instigar o acordo de paz entre a República Federal Democrática da Etiópia e a Eritreia."[20][21]
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2020–2021
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Não houve premiação
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2022
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Angela Merkel
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Alemanha
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"Todos os membros do júri ficaram emocionados com a sua corajosa decisão em 2015 de acolher mais de 1,2 milhões de refugiados, nomeadamente da Síria, Iraque, Afeganistão e Eritreia. Esse é o legado que ela deixa."[22]
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Referências
- ↑ Résolution créant le prix Félix Houphouët-Boigny pour la recherche de la paix
- ↑ Présentation du prix Félix Houphouët-Boigny pour la recherche de la paix par l’Unesco
- ↑ Kissinger, Henry. Discurso de anúncio da premiação. Sítio oficial da UNESCO. Acesso em 31/05/2009.
- ↑ Kissinger, Henry (13-10-1992). Discurso de anúncio da premiação. Sítio oficial da UNESCO. Acesso em 31-05-2009.
- ↑ Kissinger, Henry (17-09-1993). Discurso de anúncio da premiação. Sítio oficial da UNESCO. Acesso em 31-05-2009.
- ↑ Kissinger, Henry (10-01-1995). Discurso de anúncio da premiação. Sítio oficial da UNESCO. Acesso em 31-05-2009.
- ↑ Kissinger, Henry (08-01-1996). Discurso de anúncio da premiação. Sítio oficial da UNESCO . Acesso em 31-05-2009.
- ↑ Kissinger, Henry (17-06-1998). Discurso de anúncio da premiação. Sítio oficial da UNESCO. Acesso em 31-05-2009.
- ↑ Kissinger, Henry (01-04-1999). Discurso de anúncio da premiação. Sítio oficial da UNESCO. Acesso em 31-05-2009.
- ↑ Kissinger, Henry (27-01-2000). Discurso de anúncio da premiação. Sítio oficial da UNESCO. Acesso em 31-05-2009.
- ↑ Kissinger, Henry (29-05-2001). Discurso de anúncio da premiação. Sítio oficial da UNESCO. Acesso em 31-05-2009.
- ↑ Kissinger, Henry (10-09-2002). Discurso de anúncio da premiação. Sítio oficial da UNESCO. Acesso em 31-05-2009.
- ↑ Kissinger, Henry A. (24-03-2004) Discurso de anúncio da premiação Sítio oficial da UNESCO. Acesso em 05-12-2009.
- ↑ Kissinger, Henry (13-09- 2005). Discurso de anúncio da premiação. Sítio oficial da UNESCO. Acesso em 05-12-2009.
- ↑ Soares, Mário, Vice-Presidente do júri (02-10-2008). Discurso de anúncio da premiação. Acesso em 05-12-2009.
- ↑ Soares, Mário, Vice-Presidente do júri (13-05-2009). Discurso de anúncio da premiação. Acesso em 05-12-2009.
- ↑ «2010 Prizewinner» (em inglês). UNESCO. Consultado em 19 de abril de 2015
- ↑ «2013 Prizewinner» (em inglês). UNESCO. Consultado em 19 de abril de 2015
- ↑ «Giuseppina Nicolini, Mayor of Lampedusa, and SOS Méditerranée to be awarded Félix Houphouët-Boigny Peace Prize». UNESCO. 19 de abril de 2017. Consultado em 21 de março de 2022
- ↑ «Abiy Ahmed Ali, Prime Minister of the Federal Democratic Republic of Ethiopia laureate of the 2019 edition of the Félix Houphouët-Boigny - UNESCO Peace Prize». UNESCO. 2 de maio de 2019. Consultado em 21 de março de 2022
- ↑ «Ceremony to award the Félix Houphouët-Boigny—UNESCO Peace Prize to Ethiopian PM Abiy Ahmed Ali». UNESCO. 25 de junho de 2019. Consultado em 21 de março de 2022
- ↑ «Angela Merkel is awarded the Félix Houphouët-Boigny-UNESCO Peace Prize». UNESCO. 23 de agosto de 2022. Consultado em 14 de novembro de 2022
Ligações externas
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