Pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em maio de 1947, a ONU, a pedido do Reino Unido, criou o UNSCOP (United Nations Special Committee on Palestine), para elaborar o plano de partição da área do Mandato Britânico da Palestina.[3][4][5] O plano consistia na partição da banda ocidental do território em dois Estados – um judeu e outro árabe, ficando as áreas de Jerusalém e Belém sob controlo internacional.[6] 53% do território seriam atribuídos aos 700 mil judeus, e 47% aos 1 milhão e 400 mil árabes sendo desses 900 mil que imigraram durante o inicio do século XX e 500 mil viviam no local (antes desse acontecimento, judeus provenientes da Europa Ocidental e do norte da África também já haviam imigrado para a Palestina se juntando a outros poucos milhares de judeus que viviam historicamente ali, anteriormente à publicação do chamado Livro Branco de 1939, e comprado terras daquela região, do antigo mandato turco-otomano, por isso essa proporção de terras).[7][8][9]
Após a Segunda Guerra Mundial, a criação do lar nacional judeu passou a ser vista pela opinião pública como uma forma de reparação pelo Holocausto. Em julho de 1947, forças britânicas interceptaram o navio posteriormente denominado "Exodus 1947", que levava ilegalmente 4 500 refugiados judeus para a área do Mandato, violando as restrições à imigração judia, estabelecidas do Livro Branco. A viagem fora custeada por um grupo de judeus americanos. O caso obteve grande repercussão na mídia, provocando comoção internacional e fortalecendo a posição das organizações sionistas, que lutavam pela criação de um Estado judeu.[13]
Assim, poucos meses depois, na sessão de 29 de Novembro de 1947 – presidida pelo brasileiroOswaldo Aranha, quando 56 dos 57 países membros se encontravam representados, 33 deles votaram a favor do Plano, 13 votaram contra e 10 se abstiveram.[14] Apenas a Tailândia esteve ausente.[15] Os países Egito, Síria, Líbano, Jordânia e Iraque da Liga Árabe se opuseram abertamente à proposta e não reconheceram o novo estado Israel.[16]
A Agência Judaica, a instituição governante do assentamento judaico, aceitou a resolução. Já os árabes palestinos, assim como os Estados Árabes, não aceitaram o Plano, pois consideraram que a proposta contrariava a Carta das Nações Unidas, segundo a qual cada povo tem o direito de decidir seu próprio destino, e declararam sua oposição a qualquer plano que propusesse a separação, segregação ou divisão do seu país ou que atribuísse direitos ou estatuto especiais e preferenciais a uma minoria.[16][17]
↑ ab«1948–49: Israel's War of Independence and the Palestinian Nakbah» [1948–49: Guerra de Independência de Israel e a Nakbah Palestina]. Encyclopædia Britannica (em inglês). Consultado em 16 de dezembro de 2022. On the eve of the British forces' May 15, 1948, withdrawal, Israel declared independence. The next day, Arab forces from Egypt, Transjordan (Jordan), Iraq, Syria, and Lebanon occupied the areas in southern and eastern Palestine not apportioned to the Jews by the UN partition of Palestine and then captured East Jerusalem, including the small Jewish quarter of the Old City (Na véspera da retirada das forças britânicas em 15 de maio de 1948, Israel declarou a independência. No dia seguinte, as forças árabes do Egito, Transjordânia (Jordânia), Iraque, Síria e Líbano ocuparam as áreas no sul e leste da Palestina não distribuídas aos judeus pela divisão da Palestina pela ONU e, em seguida, capturaram Jerusalém Oriental, incluindo o pequeno bairro judeu da Cidade Velha).
Bregman, Ahron (2002). Israel's Wars: A History Since 1947. London: Routledge. ISBN 0-415-28716-2
Arieh L. Avneri (1984). The Claim of Dispossession: Jewish Land Settlement and the Arabs, 1878-1948. Transaction Publishers. ISBN 0-87855-964-7
Khalaf, Issa (1991). Politics in Palestine: Arab Factionalism and Social Disintegration, 1939-1948. SUNY University Press. ISBN 0-7914-0707-1
Fischbach, Michael R. (2003). Records of Dispossession: Palestinian Refugee Property and the Arab-Israelí Conflict. Columbia University Press. ISBN 0-231-12978-5