Desde 1960, a ordem religiosa, em união com a Confederação Beneditina da Ordem de São Bento adoptou a configuração de uma congregação religiosa e passou a denominar-se Congregação Beneditina de Santa Maria do Monte Oliveto (Latim: Congregatio Sanctae Mariae Montis Oliveti) ou Congregação Olivetana, a cujos monges é dado o nome de Beneditinos Olivetanos ou, simplesmente, Olivetanos, e cuja sigla é O.S.B.Oliv.[2]
A congregação caracteriza-se pela limitação temporal na função do respectivo abade (pois os abadesbeneditinos eram eleitos para a vida toda) e pela facilidade com o que os monges podem transferir-se de um mosteiro para outro (os mongesbeneditinos eram obrigados por um voto de estabilidade a residir para sempre no mosteiro onde haviam professado os seus votos religiosos).[3] Desta congregação religiosa já saíram treze bispos e um cardeal da Igreja Católica.[4]
As origens da Ordem religiosa
A congregação foi fundada por São Bernardo Tolomei (1272-1348). O fundador vinha de uma nobre família de Siena (Itália) e foi educado pelos dominicanos do convento de Camporegio e depois se formou em Direito.
Depois que se curou de temporária cegueira, abandonou a vida mundana e se retirou junto com os amigos Patrizio Patrizi e Ambrogio Piccolomini no deserto de Accona, no ano de 1313, onde conduziu uma vida de penitência e eremítica. Adotou o nome de Bernardo, em homenagem ao santo abade de Claraval.
Junto de Bernardo logo se reuniu uma comunidade: segundo tradição hagiográfica, Bernardo teve a visão de uma multidão de monges de hábitos brancos que subiam uma escada de prata em cujo topo estavam Jesus e Maria. Para evitar que o seu movimento se confundisse com grupos heréticos, Bernardo se dirigiu ao papa João XXII, que na época residia em Avinhão, pedindo o reconhecimento pontifício da congregação. O papa confiou os monges a Guido Tarlati, bispo de Arezzo, que os fez adotar a regra de São Bento e em 26 de março de 1319 emitiu a carta de fundação do Mosteiro da Virgem do Monte Oliveto. Em 29 de março do mesmo ano, os membros da comunidade receberam o hábito religioso e emitiram a sua profissão nas mãos do delegado episcopal.
A difusão do monasticismo olivetano
Para evitar que o governo da abadia caísse em mãos de pessoas estranhas à comunidade monástica, interessadas somente nos bens do mosteiro, a duração do ministério abacial foi limitada a um só ano (modelo inspirado na organização politica da República de Siena, onde as magistraturas eram anuais). O primeiro abade foi Patrizi, seguido por Piccolomini e depois por Simone de Tura. Bernardo Tolomei foi o quarto abade e, por uma exceção, manteve o abaciado por toda a vida.[5]
No tempo de seu generalato, o monaquismo olivetano se consolidou e difundiu-se. Logo aconteceram outras fundações: São Bernardo em Siena (1322), São Bernardo em Arezzo (1333), São Bartolomeu em Florença (1334), Sant’Anna in Camprena em Pienza (1334), São Donato em Gubbio (1338), Santos Feliciano e Nicolau em Foligno (1339), Santa Maria in Domnica em Roma (1339-1340), Santo André em Volterra (1339), Santa Maria di Bartbiano em San Gimignano (1340).[5]
A congregação foi aprovada pelo papaClemente VI em 21 de março de 1344.[6]
Decadência e restauração da congregação
No período de máximo florescimento (1524) a Congregação Olivetana chegou a contar com cerca de 1190 monges, mas no século XVIII os mosteiros olivetanos foram suprimidos primeiro no Vêneto, depois na Lombardia e na Toscana. As secularizações da República Cisalpina de 1797 e de 1808 significaram a queda da congregação olivetana.[6]
A sorte do monaquismo olivetano começou a mudar na segunda metade do século XIX, quando foram restauradas as comunidades de Santa Maria Nova em Roma, São Bento em Seregno, São Próspero em Camogli, Santos José e Bento em Settignano, São Miniato al Monte em Florença e outras.[7]
A congregação é dirigida por uma abade geral eleito com um mandato de seis anos pelo capítulo geral; no governo do instituto ele é auxiliado por quatro definidores. Também o mandato dos priores de cada um dos mosteiros é de seis anos, mas qualquer comunidade possui a faculdade de estabelecer mandatos de outra duração ou estabelecer mandato vitalício (neste caso, contudo, o prior deve renunciar quando completar 75 anos de idade).[8]
O abade geral reside na abadia de Monte Oliveto Maggiore. No mosteiro de Santa Maria Nuova em Roma, reside o procurador geral da congregação.[2]
O ramo feminino dos olivetanos foi sempre menos numeroso do que o ramo masculino (no final de 2008 as religiosas eram 68 em 4 mosteiros).[10] Em 1930 surgiu uma nova família monástica feminina, a das Olivetanas de Schotenhof (35 monjas em 5 casas em 2008).[10] Existem ainda algumas congregações de irmãs agregadas aos olivetanos, como as Oblatas de Santa Francisca Romana, as Irmãs Estabelecidas na Caridade e as Olivetanas de Jonesboro.[7]