Chegou antes a ser convocado pela Seleção Uruguaia para a Copa América de 1935. O país a venceu, mas Andreolo, na época atleta do Nacional, não chegou a joga-la;[2] Também esteve presente em quatro títulos do Bologna no campeonato italiano,[4] no que foi a fase áurea deste clube, na época repleto de outros uruguaios.[5]
Jogador forte e temperamental e apelidado no Uruguai de El Chivo,[6] Andreolo chegou a ser escalado em 1980 para a "seleção italiana dos sonhos", em votação promovida pelo jornal La Gazzetta dello Sport.[7] Ele é o jogador uruguaio que mais vezes defendeu a Itália, 26 vezes, mais de vinte acima dos segundos, Ricardo Faccio e Alcides Ghiggia (ambos cinco vezes).[carece de fontes?]
Carreira
Uruguai
Andriolo iniciou a carreira no Libertad, clube de sua cidade natal de Dolores, onde permaneceria até 1931.[6] Em 1932, o futebol uruguaio se profissionalizou oficialmente[carece de fontes?] e ele foi contratado pelo Nacional, sendo campeão uruguaio em 1933 e 1934.[6] O clube não vencia o torneio desde 1924, mas conseguiu assim o primeiro bicampeonato seguido da era profissional.[carece de fontes?]
O torneio de 1933, na realidade, só foi finalizado em novembro de 1934,[8] quando o campeonato próprio pelo ano de 1934 já se encontrava desde julho em andamento.[9]Peñarol e Nacional haviam encerrado o ano de 1933 empatados na liderança, o que forçou uma série de finais, seguidamente empatadas. A primeira foi marcada para maio de 1934 e as seguintes ocorreram aproximadamente a cada dois meses até a vitória enfim ocorrer, a favor dos tricolores, em novembro, finalizando o campeonato uruguaio mais largo da história.[8]
A primeira desses clássicos decisivos terminou de modo polêmico. O jogo terminou em 0-0, mas ficou conhecido pelo "gol da mala", pois um arremate do adversário brasileiro João de Almeida "Bahia" foi para fora. A bola voltou a campo após rebater na mala de um membro da comissão técnica do Nacional, e assim o aurinegro Braulio Castro chutou para as redes. O árbitro não era famoso e seus gestos confundiram os jogadores do Nacional, que acreditaram que ele estava validando o lance, gerando um tumulto que suspendeu a partida no minuto 70. O capitão José Nasazzi e Juan Labraga foram expulsos por agressões ao juiz, e suspensos por um ano.[8]
Em agosto, acertou-se a continuação da partida para disputar-se os vinte minutos restantes. Como o 0-0 permaneceu, jogou-se uma prorrogação, que durou 60 minutos, com o 0-0 permanecendo. Como a partida era uma continuação daquela em que o Nacional teve dois jogadores expulsos, os tricolores precisaram jogar 80 minutos com nove jogadores aquele reencontro. A invencibilidade nessas circunstâncias na principal rivalidade do país em partida válida pelo campeonato não teve precedentes.[8] Andriolo, assim, foi um dos heróis do clássico conhecido como o "dos nove contra onze".[6]
O campeonato de 1934, por sua vez, alargou-se até abril do ano seguinte, encerrando-se com o clássico com o Peñarol na rodada final. O empate em 1-1 favoreceu o Nacional, apesar dos tricolores, novamente, precisarem jogar com dois jogadores a menos, dessa vez na meia hora final, devido às expulsões de Aníbal Ciocca e de Héctor Castro. Andriolo, assim foi um dos convocados à seleção uruguaia para a Copa América de 1935. Foi campeão,[9] mas sem entrar em campo,[2] o que não impediu que se transferisse ao futebol italiano em seguida. Ao todo, incluindo-se amistosos, foram quarenta partidas e apenas três derrotas pelo Nacional, e sete gols marcados.[1]
Itália
O Bologna vencedor do campeonato italiano de 1936-37. Andreolo é o terceiro jogador da esquerda para a direita.
Na competição, Andreolo curiosamente enfrentou outro uruguaio, Héctor Cazenave, da seleção francesa.[10] Foi na ocasião em que a Itália, em função da anfitriã França também usar a cor azul, vestiu-se totalmente de preto, o que gerou polêmica devido à associação da cor alternativa ao fascismo.[11] O Uruguai natal de Andreolo e Cazenave havia se negado a disputar o torneio, oficialmente ainda em retaliação à larga ausência europeia na Copa do Mundo FIFA de 1930, apesar do empenho pessoal de Jules Rimet em trazer a Celeste por conta da ótima impressão que ela havia deixado localmente nas Olimpíadas de 1924; também interpretou-se que a ausência devia-se exatamente ao receio de perder este prestígio, após o mediano quarto lugar do país na Copa América de 1937.[12]
O desempenho de Andreolo na competição foi descrito como impecável, aparecendo especialmente para a assistência a Gino Colaussi no lance do primeiro gol italiano na semifinal contra o Brasil e por interceptar um escanteio da Hungria e iniciar o contra-ataque a resultar no primeiro gol da final, ainda aos 6 minutos de jogo.[10] O uruguaio, posteriormente, foi campeão com o Bologna também nas temporadas 1938-39 e 1940-41.[6] Na época, a equipe rossoblù tinha mais títulos que o Milan, Internazionale e Torino e somente um a menos que a Juventus; tinha seis conquistas[carece de fontes?] e o início da década de 1940 encerrou o período mais áureo do clube, que perdurava desde meados da década de 1920. O Bologna ganhou apenas mais um campeonato posteriormente, e com o tempo passou a ser mais associado a lutas contra o rebaixamento, embora ainda seja a quinta equipe com mais títulos italianos, à frente dos três da Roma e dos dois cada de Fiorentina, Napoli e Lazio.[13]
↑ abcdefghijkBASSORELLI, Gerardo (2012). El Chivo Andreolo. Héroes de Nacional. Montevidéu: Editorial Fin de Siglo, p. 81
↑ abPlacar Mundial (22 fev. 1980). Placar n. 512. São Paulo: Editora Abril, p. 82
↑ abcdMELOS PRIETO, Juan José (2012). 1933 - El Año de la Máquina. El Campeonato más largo de la historia. El Padre de la Gloria. Montevidéu: Ediciones El Galeón, pp. 68-73
↑ abMELOS PRIETO, Juan José (2012). 1934. El Padre de la Gloria. Montevidéu: Ediciones El Galeón, pp. 74-77
↑ abCASTRO, Robert (2014). Capítulo IV - Francia 1938. Historia de los Mundiales. Montevidéu: Editorial Fín de Siglo, pp. 56-78
↑GEHRINGER, Max (nov. 2005). Fascistas. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 3 - 1938 França". São Paulo: Editora Abril, p. 36
↑GEHRINGER, Max. Dívida de honra (nov. 2005). Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 3 - 1938 França". São Paulo: Editora Abril, pp. 6-8