Cinco dos seus títulos na Serie A foram pela Juventus,[2] onde é considerado um dos vinte maiores jogadores que o clube teve.[6] Pela seleção, era considerado a referência maior no meio-campo ofensivo na década de 1930, demonstrando um futebol técnico, eficiente e bastante competitivo,[7] Dificilmente perdeu por seu país: foram 32 vitórias e somente três derrotas.[2] como meia central de boa presença no ataque e grande executor do ofício denominado mezz'ala.[5]
Na temporada 1925-26, foi repassado à Internapoli, onde teve um desempenho destacado, com mais de um gol por jogo: marcou 16 vezes em 15 partidas. O clube napolitano terminou em terceiro e Ferrari, na vice-artilharia do torneio. Devolvido ao Alessandria, manteve boa média nas temporadas seguintes, com 10 gols em 18 jogos na de 1926-27, e um quarto lugar no campeonato; 21 em 32 na de 1927-28, e um terceiro lugar; 10 em 29 na de 1928-29, e novo terceiro lugar; e 19 em 26 na de 1929-30, incluindo sobre Roma (vitória de 3-1), os três do seu time em 3-3 com o Torino (e outro em 2-2 no returno contra o mesmo clube), contra a Internazionale (então chamada Ambrosiana, que venceu por 2-1), Lazio (4-2) e Milan - que abriu o placar faltando vinte minutos para o fim, mas perdeu de virada por 2-1 com Ferrari marcando o segundo no minuto 86. O Alessandria terminou em sexto e Ferrari, em quarto na artilharia.[carece de fontes?]
Em 1930, fez sua estreia pela seleção italiana, ainda como jogador do Alessandria. No mesmo ano, passou à Juventus.[2]
Juventus
Na época, a equipe de Turim tinha apenas dois títulos no campeonato italiano. Ainda estava abaixo dos nove do Genoa, dos sete do Pro Vercelli e dos três do Milan. Da temporada 1930-31 até a de 1934-35, contudo, a Juve obteve cinco títulos seguidos na competição, então um recorde, superado somente pelo heptacampeonato do mesmo clube entre 2012 e 2018.[carece de fontes?] Ferrari esteve nestes cinco troféus,[3] sendo um dos grandes nomes do esquadrão, somando 68 gols naquele ciclo.[5]
Na primeira temporada, a de 1930-31, Ferrari, em 34 jogos, marcou 16 vezes. Dentre eles, dois em 3-0 sobre o próprio Genoa fora de casa, um em 3-2 fora de casa sobre a Ambrosiana-Inter, um em 3-3 com o Milan e um em 2-1 fora de casa sobre o Napoli. Na segunda, foram 17 gols em 33 jogos, marcando duas vezes em 5-3 no Napoli, uma em 2-0 no Milan, em 3-0 no seu antigo Alessandria, em 6-2 sobre a Ambrosiana-Inter (e outros dois em 4-2 no returno, em Milão), duas em 7-1 na Roma e um em 3-0 no clássico com o Torino.[carece de fontes?]
Na temporada 1932-33, foram onze gols em 33 jogos. Três desses gols vieram em uma só partida, contra o Casale. Ferrari marcou também em 4-1 e em 4-2 nas velhas potências Genoa e Pro Vercelli, respectivamente, além de outro em 3-0 no Alessandria. A Juve foi campeã com oito pontos de vantagem sobre o vice. na de 1933-34, Ferrari voltou a ter bons números contra o Casale (duas vezes em 6-1 e outra em 3-0 fora de casa no returno), com o rival Torino (um em 4-0), Genoa (um em 8-1), Alessandria e Roma (um gol em dois 3-1 sobre ambos), Milan (dois em 4-0) e Pro Vercelli (um em 2-0 fora de casa).[carece de fontes?]
A fase naturalmente fez com que os jogadores bianconeri compusessem a base da seleção na ocasião da Copa do Mundo FIFA de 1934.[8] O pentacampeonato viria na temporada subsequente, a de 1934-35. Nela, Ferrari marcou sete gols em 26 jogos, incluindo o da vitória de 2-1 de virada sobre o Napoli, a oito minutos do fim; o único do 1-0 contra a Ambrosiana-Inter; três em 6-1 sobre a Lazio; e o único de 1-0 sobre a Fiorentina, exatamente o gol do título, na rodada final - o clube de Turim terminou dois pontos acima da Ambrosiana, que em paralelo perdeu sua partida.[carece de fontes?]
Ferrari, todavia, deixou o clube pouco depois,[3] em meio à tragédia aérea que matou o presidente juventino Edoardo Agnelli, a qual mudou os rumos da diretoria bianconera.[5] O jogador rumou à Ambrosiana-Inter,[3] nome da Internazionale na época,[carece de fontes?] em tempos nos quais ainda não existia o Derby D'Italia, rivalidade que a seria fomentada apenas na década de 1960 entre Inter e Juve.[9] Seu ex-clube só voltaria a ser campeã na temporada 1949-50.[carece de fontes?]
Inter
Sua contratação era um sonho da diretoria interista, que conseguia reproduzir no time de Milão a dupla que já funcionava na seleção, entre Ferrari e Giuseppe Meazza, que mantiveram o bom entrosamento no clube.[5] Após cinco anos na Juventus, Ferrari passou outros cinco anos na Inter, deixando os nerazzurri em 1940.[3] Conseguiu no time mais dois títulos italianos,[2] nas temporadas 1937-38 e 1939-40, além da Copa da Itália de 1938-39, a primeira do clube.[carece de fontes?]
Foram 8 gols em 25 partidas na temporada 1935-36, incluindo um cada sobre o Torino (3-3 fora de casa e 4-0 em Milão), Roma (5-1) e Lazio (3-1), embora seu clube não tenha ido além do quarto lugar. Na de 1936-37, foram sete gols em trinta jogos, com os milaneses apenas em sétimo. Ferrari marcou sobre Torino (1-0) e Napoli (derrota de 2-1), dentre outros.[carece de fontes?]
Na temporada 1937-38, foram nove gols em trinta partidas. A Inter, enfim, foi campeã, com dois pontos de vantagem sobre a Juventus. Ferrari marcou em vitória de 2-1 no clássico com o Milan, em cada duelo contra a própria Juventus (vitória e derrota de 2-1), em 3-1 na Lazio, em 1-1 com o Torino e no 1-0 sobra a Roma, já na penúltima rodada. Nas duas temporadas seguintes, porém, Ferrari já não marcou gols, usado quinze vezes na de 1938-39 e oito na de 1939-40. A Inter ficou respectivamente em terceiro e em primeiro lugar.[carece de fontes?]
Bologna e final
Em meados de 1940, ele foi jogar no Bologna,[3] na época uma potência conhecida como "o time que faz a Terra tremer",[10] e quem se intercalava em títulos com a Inter, ganhando os outros três disputados entre 1935 e 1940. Nos felsinei, conseguiu um novo título italiano,[3] na temporada 1940-41. Jogou 16 vezes, convertendo dois gols, precisamente nas duas primeiras rodadas, no 2-1 sobre Roma e na derrota de 3-1 para a Juventus.[carece de fontes?]
O Bologna só foi campeão uma única outra vez após aquela temporada.[carece de fontes?] O recorde de oito títulos italianos acumulados por Ferrari só seria igualado em 1984, por Giuseppe Furino,[4] e superado em 2018, por Gianluigi Buffon. Já a conquista da Serie A por três clubes diferentes seria igualada por Sergio Gori, Pietro Fanna, Aldo Serena e Attilio Lombardo.[5] Após o título com o Bologna, Ferrari voltou à Juventus para a última temporada da carreira de jogador, pendurando as chuteiras em 1942,[3] após seis jogos e um gol no retorno à Juve, sobre o Liguria.[carece de fontes?]
O pentacampeonato da Juventus entre 1931-35 fez com que naturalmente os jogadores do clube formasse a base da seleção e Ferrari esteve entre os titulares da Itália nesse período rumo à Copa do Mundo FIFA de 1934, a ser realizada no país.[8] Antes do mundial, marcou o gol italiano no empate em 1-1 com a Inglaterra em Roma, em 13 de maio de 1933.[carece de fontes?] A importância do resultado reside no contexto da época, em que os ingleses julgavam ter por direito a melhor seleção do mundo, isolando-se de competições internacionais a ponto de recusarem o convite de disputarem o próprio mundial de 1934.[11] Ferrari abriu o placar já aos 4 minutos de jogo. O empate viria no minuto 54.[carece de fontes?]
Copa do Mundo de 1934
A edição de 1934 foi a única na qual o país-sede precisou jogar as eliminatórias, as primeiras realizadas para uma Copa do Mundo FIFA. O único compromisso italiano foi uma vitória por 4-0 sobre a Grécia, já em 25 de março de 1934, em Milão.[12] Ferrari marcou um dos gols.[carece de fontes?] Na estreia, em Milão, a Azzurra venceu por 7-1 o terceiro colocado na Copa do Mundo FIFA de 1930, os Estados Unidos. Ferrari fez aos 18 minutos do segundo tempo quarto gol italiano, seis minutos após o adversário alterar o placar para 3-1.[13]
Ele também marcou na partida seguinte, contra a Espanha, que havia aberto o placar, aproveitando um rebote do goleiro Ricardo Zamora, ainda que em lance considerado faltoso no qual o colega Angelo Schiavio teria impedido Zamora de movimentar-se.[14] A arbitragem não anulou e o empate em 1-1 em Florença perseverou ao fim da prorrogação, em partida que extenuou alguns jogadores. Pelo regulamento da época, as duas seleções deveriam se enfrentar novamente já no dia seguinte.[15] Ferrari foi um dos poupados, substituído pelo argentino Attilio Demaría, mas os anfitriões venceram por 1-0.[16]
Ferrari voltou na partida contra uma sensação do torneio, o Wunderteam da Áustria, cuja exibição terminou decepcionante, prejudicada pela chuva a tornar o gramado pesado em Milão. A Itália venceu novamente por 1-0, classificando-se para a decisão.[17]
Na final da Copa, foi de Ferrari a assistência para o primeiro gol italiano, em outro lance polêmico: a Tchecoslováquia reclamou bastante de que ele teria usado o braço e não o peito para dominar a bola antes de entrega-la a Raimundo Orsi. O juiz chegou a consultar o bandeirinha, e acabou validando o lance após a confirmação do auxiliar de que a jogada fora legal.[18]
O adversário havia aberto o placar apenas cinco minutos antes, já aos 31 minutos do segundo tempo. Os italianos passaram à frente já no início da prorrogação e depois retrancaram-se com sucesso para garantir uma sofrida vitória por 2-1.[19]
Copa do Mundo de 1938
Após o título, seguiu na seleção em cada ano até a Copa do Mundo seguinte, já como jogador da Internazionale (então Ambrosiana-Inter). Marcou mais cinco gols, um deles em empate em 1-1 com a Alemanha em Berlim em 15 de novembro de 1936.[carece de fontes?] A Itália manteve uma invencibilidade de 17 partidas, desde outubro de 1935, chegando embalada à Copa de 1938 especialmente em função de goleadas nos últimos amistosos: 6-1 na Bélgica, em Milão, e 4-0 na Iugoslávia, em Gênova,[20] com Ferrari marcando nesta partida.[carece de fontes?]
Até o mundial, a seleção, porém reformulou-se bastante, tendo um elenco considerado ainda melhor que o de 1934,[21] rejuvenescendo um time que havia sido campeão com média de idade próxima dos 30 anos.[22] Conservou para 1938 apenas quatro campeões da edição anterior: Ferrari, Giuseppe Meazza, Eraldo Monzeglio e Guido Masetti.[carece de fontes?] Somente Meazza e Ferrari foram campeões e titulares nas duas Copas.[2] Ferrari jogou em todas as partidas, dessa vez sem marcar gols;[carece de fontes?] dessa vez, sua tarefa era a de municiar, junto de Meazza, os atacantes Silvio Piola e Gino Colaussi.[7] Ferrari e Meazza agora eram colegas de Inter, o que favoreceu um maior entrosamento entre eles.[22]
Em uma dessas partidas, a Azzurra eliminou nas quartas-de-final a anfitriã França, vencendo por 3-1 em Paris,[23] em ocasião lembrada pelos italianos vestirem-se totalmente de preto, a cor do fascismo, por conta do adversário também usar a cor azul. Fizeram também a saudação fascista antes da partida, no que foram vaiados.[24] Contra o Brasil, a Itália ganhou graças a um famoso pênalti cometido por Domingos da Guia, existindo versão de que o lance foi fruto de pontapés mútuos entre ele e Ferrari.[22] Na versão mais famosa, a falta de Domingos foi sobre Piola.[25]
Ferrari teve boas condições para marcar um gol na final, mas preferiu passar a bola, exatamente no que foi considerado o gol mais bonito da decisão: aos 16 minutos do jogo contra a Hungria, a partida já estava empatada em 1-1. Foi quando os italianos realizaram um lance de bastante sincronia, rolando a bola dentro da área húngara sem que a defesa adversária conseguisse interceptar. Começou com Gino Colaussi, pela esquerda, que passou a Silvio Piola, pelo centro. Piola tocou a Ferrari, que estava em boa posição para arrematar, com o gol à sua frente. Ele, porém, repassou a bola a Meazza, que estava pela direita. Meazza driblou um marcador e entregou para Piola, na marca do pênalti, acertar o ângulo esquerdo de Antal Szabó. O jogo terminou em 4-2,[26] A vitória foi considerada tranquila justa, com os húngaros não dando a impressão de que evitariam-na mesmo quando chegaram a diminui-la momentaneamente para 3-2.[27]
Após o bicampeonato, Ferrari jogou mais duas vezes pela Itália, a última delas em vitória por 1-0 sobre a França em Nápoles, em 4 de dezembro daquele mesmo ano. Ao todo, forma 44 jogos e 14 gols por seu país.[carece de fontes?]
A seleção terminou precocemente eliminada na primeira fase. A estreia foi marcada pela falta de determinação mútua dos jogadores italianos e da Alemanha Ocidental, que empataram em 0-0.[29] Insatisfeito, Meazza promoveu seis alterações para a partida seguinte, contra o anfitrião Chile. O jogo, porém, terminou marcado pela violência excessiva e os europeus terminaram com dois jogadores expulsos e derrotados por 2-0,[30] em tensão deflagrada por reportagens italianas antes do torneio consideradas como injuriosas pelo povo chileno.[29] O resultado eliminou a Itália já na segunda rodada, terminando inútil a vitória por 3-0 sobre a Suíça na terceira partida.[31]
Bicampeão mundial, morreu no final do ano em que a Itália finalmente conquistou o tricampeonato, quatro dias antes de seu 75o aniversário.[2]
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↑GEHRINGER, Max (outubro de 2005). As primeiras eliminatórias. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 2 - 1934 Itália. Editora Abril, pp. 18-21
↑GEHRINGER, Max (outubro de 2005). Presença "eletrizante". Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 2 - 1934 Itália. Editora Abril, p. 30
↑CASTRO, Robert (2014). Capítulo III - Italia 1934. Historia de los Mundiales. Montevidéu: Editorial Fín de Siglo, pp. 34-55
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↑GEHRINGER, Max. Os gols da final (out. 2005). Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 2 - 1934 Itália". São Paulo: Editora Abril, p. 39
↑GEHRINGER, Max. Vitória sofrida (out. 2005). Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 2 - 1934 Itália". São Paulo: Editora Abril, p. 38
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↑GEHRINGER, Max (nov. 2005). Os gols da final. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 3 - 1938 França". São Paulo: Editora Abril, p. 41
↑GEHRINGER, Max (nov. 2005). A Itália é bi, com justiça. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 3 - 1938 França". São Paulo: Editora Abril, p. 40
↑CASTRO, Robert (2014). Capítulo VIII - Chile 1962. Historia de los Mundiales. Montevidéu: Editorial Fín de Siglo, pp. 172-204
↑ abGEHRINGER, Max (mar. 2006). Expectativa frustrada. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 7 - 1962 Chile". São Paulo: Editora Abril, p. 29
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↑GEHRINGER, Max (mar. 2006). Mexe-mexe à italiana. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 7 - 1962 Chile". São Paulo: Editora Abril, p. 31