A jornada artística de Talismã começou quando recebeu o convite de Inocêncio Tobias, também conhecido como Mulata, o fundador da emblemática escola de samba Camisa Verde e Branco,[2] em São Paulo. Essa colaboração resultou em uma parceria que revolucionou o Carnaval paulistano.[3]
Talismã emprestou sua genialidade musical em composições, como "Biografia do Samba", "Sonho Colorido de um Pintor" e "Sou Verde e Branco"[4] (que se tornou o Hino do Camisa Verde e Branco.)[2] Além de suas contribuições musicais, esculturas dinâmicas inovadoras de papel machê nos carros alegóricos, redesenhando a estética dos desfiles carnavalescos.[3] Ele também concebeu o logotipo da escola, o trevo de 4 folhas. Seu papel na Camisa Verde e Branco solidificou sua posição como um dos pilares da agremiação, contribuindo significativamente para seu sucesso nos desfiles do Carnaval paulistano. A trajetória de Talismã se estende por diversas escolas de samba, incluindo Rosas de Ouro, Morro da Casa Verde,[2]Unidos de Vila Maria. Com enredos memoráveis, como "A Festa do Círio de Nazaré" e "A Lenda das Amazonas", ele moldou a narrativa do Carnaval paulistano ao assumir o papel do carnavalesco em produções como "A Saga dos Bandeirantes" e "O Reino Encantado de Momo".
Em 1970, o dramaturgo Plínio Marcos[5] escreveu e dirigiu "Balbina de Iansã" (que tem sua trilha sonora gravada),[6] com influência marcante de Talismã, um dos compositores, ao lado de Geraldo Filme, Silvio Modesto, Zeca da Casa Verde, Toniquinho Batuqueiro, Jangada.
Reconhecimento póstumo e legado
Talismã recebeu reconhecimento póstumo com a inclusão de seu nome no Espaço Cultural da Fábrica do Samba[7] em 27 de novembro de 2023, no mesmo ano em que o selo Sesc lançou um álbum chamado "Talismã: Negro Maravilhoso"[8] para celebrar sua influência na música brasileira, destacando seu impacto contínuo na cena musical contemporânea. Seu falecimento ocorreu em 24 de abril de 1990, ano em que guiou a escola de samba Passos de Ouro ao Grupo Especial como carnavalesco, com o enredo "Revolusambando".
Além de seu impacto no Carnaval, a contribuição também foi musical, Talismã transcendeu, influenciando artistas consagrados das décadas de 1970 e 1980. Canções como "Sonho Colorido de um Pintor", gravada por Tom Zé,[9] e "Meu Sexto Sentido (Madrigais)", gravados por Beth Carvalho,[10] são testemunhos do prestigio de sua obra. "A Biografia do Samba"[11] tornou-se o Hino do Samba de São Paulo[12] e Hino da Embaixada do Samba de São Paulo.[13] Seu legado foi solidificado por artistas renomados como Eliana de Lima,[14]Raça Negra,[15]Jair Rodrigues,[16]Noite Ilustrada,[17]Moreira da Silva,[18] que cantaram suas composições. Com humildade inigualável e generosidade, Mestre Talismã permanece uma figura imortalizada no panteão do samba, deixando para trás um legado musical e cultural que transcende gerações.
Referências
↑Paulistano, Matriarcas do Samba. «Talismã». Matriarcas do Samba Paulistano. Consultado em 8 de dezembro de 2023
↑«CENSO 100 ANOS SAMBA PAULISTANO.»(PDF). OBSERVATÓRIO DE TURISMO E EVENTOS DA CIDADE DE SÃO PAULO. Censo do 100 anos do Samba Paulistano. Edição Especial113 p. Consultado em 9 de dezembro de 2023