A coragem e determinação que demonstrou com a sua conduta nas lutas liberais, mereceu reconhecimento. Mais tarde, foi agraciado com os títulos de 1.º Barão de Valongo e 1.º Visconde de Valongo, por Decretos, respectivamente, de 18 de Setembro de 1835 e de 10 de Março de 1842. Depois duma brilhante carreira militar, chegou e terminou a guerra no posto de Tenente-General e Comandante Militar de várias regiões.[1]
Quando, na primavera de 1833, as forças vivas da cidade de Ponta Delgada, então parte da Província dos Açores com capital em Angra, iniciaram um intenso movimento reivindicando a sua separação administrativa, não permitindo a transferência para Angra do Tribunal da Relação dos Açores nem acatando as ordens do Prefeito da Província, pelo Decreto N.º 64, de 28 de Junho de 1833, foi desmembrada a Província dos Açores, sendo criadas as Províncias Oriental e Ocidental dos Açores. Neste contexto, o BrigadeiroFrancisco Saraiva da Costa de Refóios, o muito contestado Prefeito dos Açores, foi transferido, sendo Luís Pinto de Mendonça Arrais nomeado para o lugar de Prefeito da Província Ocidental dos Açores, com sede na velha capital. Luís Pinto de Mendonça Arrais exerceu aquelas funções, as quais acumulou com o governo militar, até 1835, altura em que as províncias foram extintas, sendo substituídas pelos Distritos.[1]
Terminada a sua comissão nos Açores, foi agraciado com o título de 1.º Barão de Valongo, por Decreto de 28 de Setembro de 1835, da Rainha D. Maria II, e, sucessivamente, nomeado Governador Militar de várias circunscrições.[1]
Casou em Seia, Seia, a 19 de Abril de 1851 com sua sobrinha Ana de Guadalupe Pinto de Mendonça Arrais Nogueira (Gouveia, Melo, 2 de Agosto de 1807 - Seia, Seia, 17 de Fevereiro de 1895), filha do irmão primogénito Francisco Pinto de Mendonça Arrais de Figueiredo Loureiro, Senhor de Pinhanços, da Casa das Obras,do Padroado de Santa Comba e doutros Vínculos, e de sua mulher Ana Antónia Benedita Leitão de Castelo Branco Osório da Fonseca Coelho e Abreu, e herdeira dos bens e títulos da família, não tendo, contudo, logrado descendência.[1]
Nas Eleições Gerais de 1851 foi eleito Deputado uma única vez, pelo Círculo Eleitoral de Trancoso, prestando juramento nas Cortes a 17 de Janeiro de 1852. Contudo, a sua passagem pelas Cortes foi breve, já que foi obrigado a demitir-se por ter sido considerada incompatível o estatuto de Deputado com o de Vogal do Supremo Tribunal de Justiça Militar. Em princípios de Fevereiro, a Comissão Parlamentar de Verificação de Poderes levantou o problema de que o 1.º Visconde de Valongo não podia acumular, em virtude da posição que ocupava no Supremo Tribunal de Justiça Militar. A discussão foi viva e acalorada, com os Deputados envolvendo-se na interpretação da Lei que regulava tais casos, discutindo o que era um cargo amovível e inamovível e quem estava sujeito a uma ou outra classificação. Valongo interveio para explicar que tinha aceite a eleição por estar convencido que o lugar que desempenhava era inamovível, mas entregando a resolução do seu caso à Câmara dos Deputados. A 18 de Fevereiro, o Visconde de Valongo enviou um ofício à Comissão Parlamentar de Verificação de Poderes em que comunicava que, vendo-se na penosa situação de optar entre a sua cadeira de deputado e o seu emprego de vogal efectivo do Supremo Tribunal de Justiça Militar, optava por este. Mas pouco mais tempo ficaria nesse lugar, pois, seis anos volvidos, irá pedir a exoneração, alegando razões de saúde, a 2 de Fevereiro de 1858.[1]
↑ abcdefghijklmMaria Filomena Mónica (coordenadora) (2006). Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910). Lisboa: Assembleia da República (ISBN 972-671-167-3). pp. Vol. I. 218
↑Maria Filomena Mónica (coordenadora) (2006). Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910). Lisboa: Assembleia da República (ISBN 972-671-167-3). pp. Vol. I. 218-9
Mónica, Maria Filomena (coordenadora), Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910), Colecção Parlamento, Assembleia da República, Lisboa, 2005 (vol. I, pp. 218–219).