Em 1970, ingressou na Rede Globo, onde está há mais de 50 anos e só não é mais antigo que o colega Cid Moreira. Comanda quadros esportivos, além de apresentar algumas edições do programa Globo Esporte.
O pseudônimo "Leo" veio do nome de sua irmã, Leonilda - "ela que tem horror ao nome dela, Leonilda, e que a gente só chama de Nilda. Peguei o “Leo” dela, deixei de lado o João Bellinaso Neto, e virei Leo Batista" - afirma Leo.
Começou a trabalhar na adolescência no serviço de alto-falantes da localidade natal.[1] Em 1947, estreou ao microfone a convite de um primo, Antonio Beraldo, conhecido como Toninho, que inaugurou em Cordeirópolis um serviço de alto-falantes, algo muito comum nas cidades pequenas. O estúdio ficava numa praça perto do prédio da pensão onde o pai mantinha seu próprio negócio. Leo foi o último a fazer o teste. Leu um anúncio, apresentou uma música e, quando viu, estava transmitindo as notícias. O primo gostou e disse que seria seu o posto de locutor. Leo considerou que ele estava maluco só em cogitar apresentar essa ideia ao pai, um italiano "queixo-duro", que já estava contrariado por haver deixado a escola para ser garçom.
A reação do pai, Antonio Francesco Belinaso, era a que se esperava. Principalmente porque naquela época radialistas, atores, músicos, eram todos malvistos em razão do senso comum de que levavam uma vida boêmia. A sociedade tinha deles o pior conceito possível. Todavia, Beraldo disse ao tio as palavras mágicas: “Seu Antônio, ele vai trabalhar, mas não é de graça. Vou dar 200 mil réis só para começar. E, se ele conseguir algum anúncio, ainda ganha uma comissão.” Sem dinheiro, o pai na hora mudou o discurso: “Ah, ele vai ganhar um dinheirinho? Aí está bem, mas tem que ser depois do horário do trabalho na pensão.”
Carreira Profissional
Rádio
Leo Batista em 1954
Uns seis meses depois da experiência com o primo Beraldo, Leo recebeu convite do senhor Domingos Lote Neto. Ele gostou de sua voz e insistiu em levá-lo para fazer um teste na recém-inaugurada Rádio Clube de Birigui, “a pérola do Noroeste” e assim o fez. Leo foi contratado. Lá, transmitiu partidas de futebol, a parada de 7 de Setembro e programas de auditório como o “Clube da Alegria”, em que teve o privilégio de apresentar Hebe Camargo na festa do primeiro aniversário da emissora.
Em 1952, Leo foi para o Rio de Janeiro concorrer a uma vaga na Rádio Clube do Brasil, mas em vez disso, foi contratado pela Rádio Globo, para trabalhar como locutor e redator de notícias no programa "O Globo no Ar?", comandado por Raul Brunini.[1]
Ele foi um dos que transmitiram o primeiro jogo da carreira de Mané Garrincha, em 1953.[1] Pela Rádio Globo, Leo Batista entrou para a história em 1954, sendo o primeiro radialista a noticiar o suicídio de Getúlio Vargas.[1][2][4][6]
Televisão
Leo sempre gostou do veículo. Em 1955 trocou de emprego e se mudou para a hoje extinta TV Rio, onde comandaria por 13 anos o Telejornal Pirelli[1], um dos noticiários de maior sucesso na televisão.
Chegou à Globo em 1970 e logo se destacou devido ao seu estilo descontraído. Em 1970, como freelancer,[2] foi chamado para compor a equipe esportiva da TV Globo, que mandara seus principais nomes para o México, na cobertura da Copa do Mundo.[1]
Logo após a Copa, o locutor teve que substituir o apresentador Cid Moreira em uma edição do Jornal Nacional. Ele respondeu bem e foi contratado em definitivo, chegando a apresentar as edições de sábado do JN.[1]
Nas décadas de 1980 e 1990 chegou a apresentar um bloco esportivo no Jornal Nacional, aos sábados. Seu rosto pode ser visto nas edições de sábado do Globo Esporte e sua voz as quartas feiras, nos intervalos dos jogos brasileiros.
Também narrou as aventuras dos Heróis Marvel, nos anos 80, quando a TV Globo transmitia os desenhos animados.[4][7]
Aposentadoria
Em entrevistas Leo sempre comenta: "se arranjarem uma metralhadora, com bala de verdade mesmo, que não falhe, para me dar uma rajada, de repente eu paro de trabalhar. Mas, se não for assim, não paro, não. Estou com 75 anos de idade, completei 60 de profissão — e não encontro nem o termo apropriado para descrever o que sinto por ela." E continua: "outro dia fiquei imaginando a hora em que eu não puder mais entrar na emissora e falar com os amigos. Evito pensar nisso. Desejo continuar fazendo o meu trabalho. A não ser que achem que fiquei velho demais, que já estou gagá. (risos) Enquanto Deus me der voz e saúde e a TV Globo quiser, eu continuo."
Vida pessoal
Foi casado com Leyla Chavantes Belinaso, que faleceu aos 84 anos em 29 de janeiro de 2022.[1][8][9]
Homenagens e reconhecimento
Para reverenciar os seus 76 anos de trajetória no jornalismo esportivo, Leo Batista teve sua história descrita em uma série com quatro episódios chamada de "Léo Batista — A Voz Marcante". Sendo exibido a partir de junho de 2024 no canal SporTV. O documentário teve a direção de Kizzy Magalhães, e contou com vários depoimentos, tais como Pedro Bial e Luiz Roberto.[10]