É falada pelo 33,4% da segunda maior etnia indígena colombiana, os Paez o Nasa, no norte do Departamento de Cauca,[1] no sudoeste da Colômbia e outros departamentos da Colômbia como Huila, Valle e Tolima.
Clasificação
Paul Rivet e outros no século XX classificaram a língua páez como chibchana,[2] porem Adolfo Constenla Umaña considera que não é uma língua propriamente chibchana. Mais recentemente, foi proposto um filo macro-chibcha, que incluiria o páez e a família Barbacoana. Na mesma linha da proposta macro-Chibcha, Greenberg propõe uma macro-família Chibchano-Paezana.[3] Para Jon Landaburo, ainda não há razões suficientes para manter esas clasificações.[4] Outros autores propõem uma família "barbacoana-paezana". No entanto, estrutural e lexicamente, Paez e Barbacoano são muito diferentes e formas lexicais semelhantes poderiam ser devidas a empréstimos, dada a proximidade geográfica dessas línguas.[5]
Para outros Nasa Yuwe é uma língua independente,[6] embora sua relação com o Andaquí,[7] e talvez com outras línguas extintas possa ser aceita.[8] Não há consenso e as opiniões variam amplamente.[9]
História
O idioma ficou em perigo por muitos séculos pela conquista e a colonização. A principal ameaça contra a língua foi no século XVIII, com a imposição do castelhano pela Coroa Espanhola. Depois, A cultura dos Nasa foi oprimida pela cultura dominante, que queria que os indígenas se tornassem cidadãos colombianos. A escolaridade era em parte para "civilizar" os indígenas; as crianças que falaram em sua língua materna foram punidas, por exemplo, sendo obrigadas a ajoelhar-se com grãos de milho por horas. Assim, as pessoas foram forçadas a evitar a sua língua nativa. Mas, os Nasa tem lutando para expandir suas terras. Com a expansão territorial, eles poderiam vir a espalhar sua própria língua. Por exemplo, os falantes da Nasa Yuwe puderam recentemente desenvolver sua cultura nas terras indígenas demarcadas como "resguardos".
Revitalização
Com a Lei Geral de Educação, a etno-educação é a oportunidade da educação para grupos étnicos, mas a educação precisa estar relacionada à cultura, tradições, linguagem e elementos nativos de grupos étnicos. Para alcançar o objetivo de dar importância às línguas indígenas, é importante garantir que as futuras gerações indígenas preservem e reaprendam línguas que não tenham privilégios na sociedade colombiana. Assim, foi necessário implementar livretos e material de conteúdo original nas diferentes línguas.
Embora o governo tenha proposto a introdução de educação de línguas nativas em algumas comunidades, a preservação de línguas e identidades foi negligenciada. É importante revitalizar o idioma porque faz parte da identidade de muitas pessoas que não foram consideradas parte da sociedade colombiana.
O primeiro passo é que os professores nativos conheçam todos os aspectos acadêmicos e os aspectos socioculturais do grupo étnico. A próxima é a criação de uma campanha para promover a importância do idioma em uma comunidade minoritária para manter a identidade. O objetivo da campanha é reforçar o uso do idioma no ambiente educacional e no ambiente familiar porque são os primeiros e mais influentes contatos das crianças. O último passo é promover o projeto para ser usado com outras línguas em perigo do nosso país e revitalizá-las. Além disso, também é necessário criar uma consciência no resto da sociedade para evitar a marginalização das pessoas que falam essas línguas nativas.
Fonologia
O páez tem quatro vogais orais y quatro nasais (i, e, a, u) e registra vogais curtas e longas, portanto, o número de segmentos vocálicos em oposição fonológica é 16:[10]
A língua Paez possui 38 fonemas consonânticos, sendo sua particularidade a abundância de consoantes palatalizadas, aspiradas e palatalizadas-aspiradas.[11]
Poder-se destacar as siguientes características do Nasa Yuwe:[12][13]
Os pronomes da primeira e da segunda pessoa do singular são diferentes para os gêneros feminino e masculino, seu plural deriva em todo o caso da forma feminina. A terceira pessoa é neutra.
O verbo é conjugado com sufixos de tempo, modo e aspecto e na segunda pessoa com sufixo do gênero feminino ou masculino. Podem ter prefixos de intensidade.
Os substantivos são declinados por sufixos que marcam casos nominativos, acusativos, dativos, ablativos, locativos e instrumentais, com posposições em vez de preposições.
A língua Páez usou uma forma do alfabeto latino desenvolvida por missionários, qual não apresenta as letras H, K, R, U, mas usa as formas bj, by, vcj, cy, ch, chj, dy, dj. fy, jy, ll, ñ, py, pj, sh, ty, ts, tsj, zh.[14] Atualmente usa um alfabeto unificado com os desenvolvidos pelos linguistas das organizações indígenas.[15]
Português: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Eles são dotados de razão e consciência e devem agir uns contra os outros em espírito de fraternidade. (Artigo 1º Declaração Universal Direitos Humanos)
↑Rivet, Paul (1952) "Lengues de l'Amerique du Sud et des Antilles"; Meillet A. et M. Cohen . Les langues de monde (en francés). Paris.
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