João Vicente Fontella Goulart (Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1956), também chamado de João Goulart Filho, é um filósofo e político brasileiro filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Biografia
Filho do ex-presidente João Goulart e de Maria Thereza Goulart, viveu sua infância e adolescência do exílio no Uruguai ao lado dos pais. Foi um dos fundadores do Partido Democrático Trabalhista, ao lado do seu tio Leonel Brizola.[1]
É fundador e atual presidente do Instituto João Goulart, que tem objetivo voltado à pesquisa histórica e à reflexão sobre o processo político brasileiro em prol da soberania nacional.[2]
Exerceu ao longo da vida um mandato de deputado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em 1982, eleito pelo PDT.[3][4] Mudou-se para o PGT em 2002, partido que se fundiu ao Partido Liberal juntamente com o PST, em 2003.[5] Voltou para o PDT, onde permaneceu até o início de 2017, em oposição ao apoio mantido pelo partido ao governo Rodrigo Rollemberg (PSB), no Distrito Federal, após o governador barrar a construção do Memorial da Liberdade e Democracia Presidente João Goulart.[6] Foi candidato à Presidência da República em 2018 pelo Partido Pátria Livre, que fez fusão com o Partido Comunista do Brasil - PCdoB, onde atua como dirigente e presidente do partido no Distrito Federal.
É autor dos livros Entre anjos e demônios: poemas do exílio e Jango e eu: memórias de um exílio sem volta, este em sua terceira edição pela Editora Civilização Brasileira e indicado ao prêmio Jabuti como melhor biografia.
João Goulart Filho é atualmente casado com Verônica Theml Fialho Goulart, tem sete filhos, seis homens e uma mulher.[7][8]
Processo contra os Estados Unidos
Durante a promoção do seu livro em território brasileiro em novembro de 2002, Lincoln Gordon, ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil em 1964, admitiu que a CIA havia comprado parlamentares brasileiros por cinco milhões de dólares para o golpe contra João Goulart,[9] além do suporte logístico e bélico.[10] Isso levou a família Goulart a levantar um processo de indenização por danos morais, patrimoniais e à imagem contra os Estados Unidos, com o desejo de eventualmente levar o caso para o Tribunal de Haia.[11][9][12]
A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, sob relatoria da ministra de Nancy Andrighi, teria de decidir se o ato foi um ato de império ("todo aquele que contém uma ordem ou decisão coativa da administração para o administrado, como o é um decreto expropriatório, um despacho de interdição de atividade ou uma requisição de bens") ou ato de gestão ("ato de gestão são os que a Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os destinatários. Tal ocorre nos atos puramente de administração dos bens e serviços públicos e nos negociais com os particulares, que não exigem coerção sobre os interessados").[11] Essa ação foi uma apelação após o juiz federal da 10ª Vara da Seção Judiciária do Rio de Janeiro ter extinto o processo, sob interpretação de ter sido um ato de império.[11]
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região considerou que a competência para cuidar do caso é do STJ.[11] Nancy Andrighi considerou que os Estados Unidos cometeram um ato de gestão,[12] assim, acolhendo o recurso.[12] Porém, não houve consenso entre os ministros da 3ª Turma.[12]
Em março de 2008, o ministro Sidnei Beneti do Superior Tribunal de Justiça adiou a análise da ação.[13] O julgamento foi retornado no dia 24 de junho de 2008.[14] O STJ por fim indeferiu o caso, por considerar que os Estados Unidos possuem imunidade na legislação Brasileira[10] e o STF por fim negou o prosseguimento do pedido em 2010, ao reconhecer que os Estados Unidos tem imunidade contra a legislação brasileira.[10]
Campanha presidencial em 2018
Foi lançado pelo Partido Pátria Livre (PPL) como candidato à presidência do Brasil para as eleições de 2018, sendo Léo da Silva Alves candidato à vice-presidência.[15] Sua campanha teve como proposta a retomada das reformas trabalhistas e sociais que, segundo o candidato, "vinham sendo desenvolvidas e o processo foi interrompido com o golpe militar de 1964".[16] Após o pleito, ficou em último lugar, obtendo 30 176 votos (0,03% dos votos válidos) em sufrágio universal.[17]
Em dezembro de 2018, para evitar a cláusula de barreira, o Partido Pátria Livre (PPL) de Goulart Filho incorporou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB).[18][19]
Eleições 2022
Pré-candidatura ao Distrito Federal
No dia 18 de dezembro de 2021, o Partido Comunista do Brasil lançou João Vicente como pré-candidato ao governo do Distrito Federal e Ana Prestes como pré-candidata ao Senado.[20] Porém, no dia 16 de julho de 2022, foi anunciado que sua pré-candidatura foi retirada em favor do apoio do partido ao pré-candidato Leandro Grass (PV).[21]
Obras publicadas
Texto
Desempenho em eleições
Referências
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- Adylson Motta (PDS)
- Airton Santos Vargas (PDS, suplente)
- Alceu Francisco Martins da Rosa (PDS)
- Alecrides Sant' Anna de Moraes (PDS)
- Algir Lorenzon (PMDB)
- André Nivaldo Jager Soares (PMDB)
- Antenor Ferrari (PMDB)
- Antônio Carlos Borges (PDS)
- Antonio Lorenzi (PMDB)
- Beno Orlando Burmann (PDT)
- Borges Peruchin (PMDB)
- Camilo Moreira (PDS)
- Carlos Araújo (PDT)
- Carlos Giacomazzi (PMDB)
- Carlos Renan Kurtz (PDT)
- Carrion Júnior (PMDB)
- Celso Testa (PMDB)
- Cezar Schirmer (PMDB)
- Dercy Terezinha Furtado (PDS)
- Dilamar Machado (PDT)
- Dorival Cândido Luz de Oliveira (PMDB)
- Eclea Terezinha Guazzeli (PMDB)
- Eligio Meneghetti (PMDB, suplente)
- Élio Corbellini (PDT)
- Érico Pegoraro (PDS)
- Eugênio Nelson Ritzel (PMDB)
- Francisco Dequi (PDT)
- Francisco Lisboa Napoli (PDS)
- Geraldo Germano (PDS)
- Germano Rigotto (PMDB)
- Gilberto Mussi (PMDB, suplente)
- Gleno Scherer (PMDB, suplente)
- Guaracy Marinho (PMDB, suplente)
- Hélio Musskopf (PMDB)
- Hilário Braun (PMDB)
- Horst Ernest Volk (PDS)
- Ivo Orlando Mainardi (PMDB)
- Jarbas Lima (PDS)
- Jauri Gomes de Oliveira (PMDB)
- João Carlos da Silva Severiano (PDT)
- João Goulart Filho (PDT)
- João Osório (PMDB, suplente)
- José Ivo Sartori (PMDB)
- José Luis Bolzan Rossignollo (PDT, suplente)
- José Paulo Bisol (PMDB)
- Leônidas Ribas (PDS)
- Loris Reali (PDS)
- Luiz Antônio Possebon (PDS)
- Luiz Fernando Staub (PDS)
- Marino Andrade (PDS)
- Nestor Fips Schneider (PDS, suplente)
- Olímpio Sergio Albrecht (PDT)
- Pedro Américo Leal (PDS, suplente)
- Porfírio Peixoto (PDT)
- Roberto Athayde Cardona (PDS)
- Rodolfo Rospide Netto (PMDB)
- Romeu Martinelli (PDS)
- Romildo Bolzan (PDT)
- Rubens Emil Corrêa (PDS, suplente)
- Rubi Mathias Diehl (PDS)
- Ruy Carlos Ostermann (PMDB)
- Sérgio Ilha Moreira (PDS)
- Silvérius Kist (PDS)
- Valdomiro Rocha Lima (PDT)
- Valmir Susin (PDS)
- Vercidino Albarello (PDS)
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