Isabel se casou com o futuro duque Pedro de Bourbon, filho mais velho de Luís I de Bourbon e de Maria de Avesnes, em 25 de janeiro de 1336.[3] Ela tinha cerca de 23 anos, e o noivo tinha por volta de 25. O noivado provavelmente foi realizado em 5 de outubro de 1322, em Valenciennes.[2] O casal teve oito filhos, sete meninas e um menino.
Em 1342, Pedro sucedeu aos títulos de duque de Bourbon e de conde de Clermont-en-Beauvaisis, e da Marcha. Ele também ocupava a posição de Grande Camareiro da França. Em 8 de agosto de 1345, o duque se tornou governador geral de Languedoc.[4] Sua saúde mental parece ter sido instável, talvez parte de uma condição hereditária, a qual pode ter se manifestado na sua filha com Isabel, a rainha Joana, esposa de Carlos V de França, mãe de Carlos VI, conhecido como "o Louco".
O mordomo da duquesa era Jean Saulnier, senhor de Thoury-on-Abron, conselheiro e Grande Camareiro da França.[5]
Durante o verão ou outono de 1369, um pequeno grupo de cerca de trinta mercenáriosgascões, do partido inglês, conseguiu apoderar-se, por meio de artimanhas, do Castelo de Belleperche, onde Isabel morava na época. O filho da duquesa viúva, Luís, que estava na corte, avançou, reuniu tropas e sitiou Belleperche. O cerco durou três meses, e o duque mandou instalar quatro grandes máquinas de cerco que lançavam pedras noite e dia contra a fortaleza, causando grandes danos. Entretanto, uma tropa de guerreiros da estrada de Poitevin e da Aquitânia comandada pelo príncipe Edmundo de Langley, conde de Cambridge, filho do rei Eduardo III de Inglaterra, e por João de Hastings, conde de Pembroke, veio em auxílio dos sitiados e atrasou a captura do castelo. Luís II finalmente conseguiu tomar Belleperche, mas não conseguiu impedir que os soldados Bernardo de la Salle (genro de Barnabé Visconti), Bernardo de Wisk e Hortingo de la Salle escapassem, tomando a duquesa como refém; Isabel só foi libertada em 1372. Este episódio contribuiu muito para a glória do duque.
Algum tempo depois de ficar viúva, Isabel se tornou uma freira no Convento dos Cordeliers, em Paris.[2]
O seu testamento datado de 25 de janeiro de 1379 nomeia o filho primogênito como executor.[2] Isabel faleceu em 26 de julho de 1383, com aproximadamente 70 anos de idade, e foi sepultada na Igreja dos Frades Menores, em Paris.[2][6]
Joana (3 de fevereiro de 1338 – 6 de fevereiro de 1378), foi consorte do rei Carlos V de França, com quem teve nove filhos;
Branca (1339 – 14 de maio ou 31 de julho de 1361), foi a primeira esposa do rei Pedro I de Castela, que foi repudiada pelo mesmo e depois envenenada sob as ordens do rei. Não teve filhos;
Bona (c. 1340/41 ou 1342 – 19 de janeiro de 1402), foi esposa do conde Amadeu VI de Saboia, com quem teve três filhos. Agiu como regente de Saboia em nome do marido, do filho e depois do neto;
Catarina (1342 – 7 de junho de 1427), foi esposa do conde João VI de Harcourt e de Aumale, com quem teve nove filhos;
Le château de Belleperche, commune de Bagneux, Bulletin de la Société d'émulation du Bourbonnais, Georges Chatard, 1996-1997, p. 639-642.
Château de Belleperche à Bagneux, Bulletin de la Société d'émulation du Bourbonnais, Chanoine Clément, 1912.
Châteaux, fiefs, mottes, maisons fortes et manoirs en Bourbonnais, René Germain, Dominique Laurent, Maurice Piboule, Annie Regond e Michel Thévenet, De Borée, 2004, p. 157.
L'image du duc Louis II de Bourbon, Olivier Mattéoni, em Saint-Denis et la royauté Études offertes à Bernard Guenée, Publicações de Sobornne, Paris, 1999, p. 148-149.