Considerada uma das mais destacadas atrizes francesas de sua geração,[1] Irène conquistou reconhecimento internacional por seus trabalhos com o diretor polonêsKrzysztof Kieslowski, de quem protagonizou A Dupla Vida de Véronique and Trois couleurs: rouge. Ela passou a representar a imagem da sofisticação europeia, por seu "estilo de atuação que é ao mesmo temo clássico, pensativo e melancólico".[2]
Vida
Irène nasceu em Suresnes, um subúrbio a oeste de Paris,[3] filha mais nova de quatro irmãos. Cresceu em uma família de boa formação educacional e intelectual: seu pai era médico, e sua mãe, psicóloga; um irmão é músico, e os outros dois são cientistas.[4][5] Em 1969, aos 3 anos, a família mudou-se para Genebra (Suíça), onde Irène começou a se interessar por artes.
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Minha família sempre foi muito reservada em relação a sentimentos, e nunca falávamos disso, mas creio que avançamos um pouco. Acho que um dos motivos de minha atração pelo teatro foi a possibilidade de ter contato com histórias que pudessem me ajudar a falar de minha família.[6]
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Irène desenvolveu interesse por representar após ver os filmes de Charlie Chaplin. "Eles me envolveram completamente", ela lembra. "Faziam-me rir e chorar, e era exatamente o que eu esperava de um filme – que me despertassem para meus sentimentos".[7]
Estreou nos palcos em 1977, com 11 anos. Estudou no Conservatório de Música de Genebra e obteve graduação em idiomas – ela fala inglês, alemão, francês e italiano).[4] Em 1984, mudou-se para Paris, onde estudou teatro no prestigiado Rue Blanche (a academia nacional francesa de drama). Depois foi a Londres, assistir às aulas do Dramatic Studio.[8][9]
Carreira no cinema
Em 1987, Irène voltou a Paris. Já com 21 anos, fez seu primeiro papel (uma professora de piano), dirigida por Louis Malle em Au revoir, les enfants. Depois desse, vieram seis papéis menores em filmes franceses, em quatro anos.
De 1992 a 1993, preferiu fazer filmes franceses de baixo orçamento a aceitar propostas de estúdios hollywoodianos (inclusive para protagonizar Proposta Indecente, papel que ficou com Demi Moore).
Introvertida por natureza, Irène tem a habilidade de expressar os turbilhões emocionais de seus personagens pronunciando poucas palavras. Isso ficou evidente em Trois couleurs: rouge, a terceira parte da trilogia das cores de Kieślowski. Assim ela descreveu sua experiência com o diretor polonês:
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Sua câmera era como um microscópio. Krzysztof estava sempre bem perto, e era bastante objetivo em sua direção. Não dizia nada antes da cena, que acontecia somente no set; quando muito, um pequeno ensaio precedia o take, mas só.[12]
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Sua atuação em Trois couleurs… conquistou reconhecimento internacional e lhe trouxe várias propostas dos maiores estúdios norte-americanos. Novamente, porém, Irène abriu mão da fama e ficou nove meses afastada, aproveitando seu tempo para ler Tolstói, Balzac e várias autobiografias.[7]
No início de 2000, a carreira cinematográfica de Irène entrou em recesso, depois de vários filmes independentes, e ela dedicou-se mais ao teatro. Naquele ano, interpretou o papel-título de Madame Melville, ao lado de Macaulay Culkin, no West End de Londres, papel que foi crucial para sua evolução como atriz. Ela continua, porém, a fazer cinema.