A frequência elétrica no Brasil é a frequência nominal das oscilações de corrente alternada (CA) em uma rede síncrona de transmissão de uma usina elétrica ao consumidor, no valor de 60 Hz (ciclos por segundo).
No Brasil, o maquinário elétrico foi originalmente importado tanto da Europa (que produzia equipamentos em 50 Hz, originários do padrão alemão implantado pela AEG), quanto dos Estados Unidos (que produziam equipamentos em 60 Hz, originários do padrão implantado pela Westinghouse), o que implicava que o país tinha ambos os padrões de acordo com cada região e distribuidora de energia. Em 1938, o governo federal, através do artigo 23, caput e § 3.º, do Decreto-Lei 852/1938 [1], determinou o objetivo de unificar o país inteiro sob o padrão de 50 Hz dentro de oito anos. Veio a Segunda Guerra Mundial e o artigo 6.º do Decreto-Lei 4.295/1942 prorrogou sem estabelecer nova data a determinação anterior. [2] A lei não funcionou, a padronização não ocorreu e, no início da década de 1960, foi decidido que o Brasil seria unificado sob o padrão de 60 Hz, porque a maioria das áreas desenvolvidas e industrializadas usava 60 Hz, a ausência de interligação entre os sistemas prejudicava o desenvolvimento do país e entre as décadas de 1940 e de 1950, mais de 70% do país havia passado a usar a frequência de 60Hz;[3] e uma nova legislação, a Lei 4.454, [4] foi instituída unicamente com esse propósito em 1964. O Brasil passou por um programa de conversão de frequências para 60 Hz que só foi concluído em 1978.[5]
Na década de 1970, quando o país estava terminando de padronizar a geração e a distribuição de energia em 60 Hz, durante as tratativas do projeto binacional (Brasil-Paraguai) da Usina Hidrelétrica de Itaipu: dadas a diferença e a incompatibilidade entre as redes dos dois países, o Brasil até propôs a conversão do sistema paraguaio para 60 Hz,[6] mas diante da crise política e da resistência política do Paraguai,[7] acabou decidido em novembro de 1977[8] que dos 20 geradores, 10 funcionariam no padrão brasileiro de 60 Hz e as outras 10 unidades funcionariam no padrão paraguaio de 50 Hz, com uma unidade conversora no Brasil para receber o excedente não utilizado pelo Paraguai,[9] uma vez que a energia em 50 Hz não podia ser integrada diretamente ao sistema brasileiro.[10]