O Forte de Santo Antônio do Macapá localizava-se na ponta da Cascalheira, à margem esquerda do rio Amazonas, na antiga Província do Tucujus, cerca de quinze quilômetros ao sul de Macapá, no atual estado do Amapá, no Brasil. Sobre as controvérsias historiográficas acerca de sua exata localização ver SOUSA (1885:62-63).
O governador e capitão-general do Estado do Maranhão, Gomes Freire de Andrade, em carta ao rei de Portugal, D. Pedro II (1667-1705), datada de 15 de outubro de 1685, informou:
Em resposta, o soberano determinou, por Carta-régia de 24 de fevereiro de 1686, "(...) que faça erigir uma fortaleza sobre terra firme, no sítio chamado Torrego, onde os ingleses haviam feito uma, que nossas armas lhe haviam tomado."
Pela Carta-régia de 21 de dezembro de 1686, eram aprovadas as medidas tomadas por Gomes Freire para conter as investidas francesas a Norte da foz do rio Amazonas, determinando que este escolhesse o local para uma fortificação na margem esquerda daquele rio, bem como autorizando a construção de todas as fortificações que se fizessem necessárias, sugerindo enviar o Engenheiro do Estado do Pará para fazer todos os desenhos e demarcações requeridos. Essas ordens foram reiteradas ao seu sucessor, Artur de Sá de Menezes, até que finalmente, o Capitão-mor da Capitania do Pará, Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, fez erguer um forte, a partir de abril de 1688, sobre as ruínas do antigo Forte português de Cumaú (SOUSA, 1885:34; GARRIDO, 1940:26). A sua planta é atribuída ao missionário jesuíta e matemático Aluízio Conrado Pfeill, e, sob a invocação de Santo Antônio, foi denominado de Forte de Santo Antônio do Macapá.
Em 1695, o Capitão Pedro de Azevedo Carneiro apresentou uma detalhada exposição sobre a defesa do vale amazônico, dedicando as seguintes linhas ao Forte de Macapá, ilustrativas do cotidiano das fortificações amazônicas à época colonial:
Em 31 de maio de 1697, esta fortificação do Macapá foi invadida por tropas francesas sob o comando do Marquês de Ferroles, governador da Guiana Francesa (GARRIDO, 1940:26), que poucos dias antes haviam conquistado e arrasado o Forte do Araguari. O forte do Macapá encontrava-se sob o comando do capitão Manoel Pestana de Vasconcelos, que o entregou sem ter disparado um só tiro (OLIVEIRA, 1968:749) O Marquês de Ferroles retornou a Caiena, deixando, no forte conquistado em Macapá, uma guarnição de quarenta e três homens (GARRIDO, 1940:26). Poucos dias depois, o Capitão-mor da Capitania do Pará e Maranhão, Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, então no Forte de Gurupá, organizou um corpo de cento e sessenta soldados reforçado por cento e cinquenta indígenas, sob o comando de Francisco de Sousa Fundão, que auxiliado pelas forças de José Muniz de Mendonça Furtado, retomaram a praça a 11 de junho de 1697 (SOUSA, 1885:34; 6 de novembro de 1797 cf. GARRIDO, 1940:26; 28 de junho de 1697 cf. BARRETTO, 1958:47).
O Art. 1º do Tratado Provisional e Suspensivo (Lisboa, 4 de março de 1700), entre Portugal e a França, estipulava a demolição do Forte do Macapá e a do Forte do Araguari, e a retirada de tudo o que neles houvesse. Embora jamais cumprida formalmente pela Coroa portuguesa, em virtude de instruções secretas transmitidas ao Governador e Capitão-mor da Capitania do Pará e Maranhão, Fernão Carrilho (GARRIDO, 1940:26), essa determinação foi posteriormente revogada pelo Tratado de Utrecht de 1713:
Embora a fortificação do Macapá não tenha sido arrasada, também não foi reparada, apesar de ter sido nomeado como seu comandante o Sargento-mor João Velho de Azevedo, com esse encargo. (OLIVEIRA, 1968:750)
Este forte foi substituído provisoriamente por um Reduto de faxina (Reduto do Macapá, 1738), um forte (Forte do Macapá, 1761), e posteriormente, em definitivo, pela Fortaleza de São José do Macapá (1764).
Em 1765 ainda existiam as ruínas deste forte, conforme assinalado na "Planta e Perfil da Fortalexa arruinada denominada antigamente do Camaú, e situada em distância de duas léguas e meia da Praça de Macapá, e duzentas braças do rio Matapi, de forma que em se acha neste presente ano de 1765" (ADONIAS, 1963. apud OLIVEIRA, 1968:750)