Fernanda Baptista (Lisboa, 7 de maio de 1919 — Cascais, 25 de julho de 2008), foi uma fadista e actriz portuguesa, presença assídua no Teatro de Revista.
A criadora de êxitos como "Fado da Carta", desenvolveu uma carreira artística longo de mais de 65 anos, participando em cerca de 50 revistas e operetas, tendo realizado várias digressões, incluindo passagens EUA, Brasil, Argentina e Angola.[1]
Biografia
Fernanda Baptista, nome artístico de Fernanda Gil Ferreira Martins, nasceu em 7 de maio de 1919, na Travessa do Oleiro nº 11, em Lisboa, apesar de constar a data de 11 de maio nos seus documentos identificativos.[2]
Com apenas 10 anos, participou pela primeira vez numa peça de teatro infantil.[2]
Inicialmente costureira de profissão, no começo dos anos quarenta, Fernanda Baptista passa a integrar o cartaz da casa de fados Café Luso, convidada por Filipe Pinto.[1]
A sua estreia no Teatro de Revista aconteceu em 1945 quando, convidada pelo maestro e compositor João Nobre, participou em Banhos de Sol, chegando a primeira figura de várias operetas e revistas, como Chuva de Mulheres e Fonte Luminosa.[1]
Fernanda Baptista recebeu, juntamente com Raul Ferrão, o "Prémio Del Negro" (1946/1947) do SNI, atribuído a autores da letra e da música e artista intérprete do melhor número de canto de revista, por "Trapeiras de Lisboa" incluída da peça Canções Unidas.[3]
Além do "Fado da Carta" (João Nobre/Amadeu do Vale), entre os sucessos da artista encontram-se "Saudades de Júlia Mendes", "Fui ao Baile", "Trapeiras de Lisboa", "Pedrinha da Rua", "Fado Toureiro" ou "Fado das Sombras".[1]
Assinalando os seus 50 anos de carreira, realizou-se em 29 de abril de 1996 um concerto no Teatro São Luiz que contou com a participação de nomes como Anita Guerreiro, Deolinda Rodrigues, Maria Valejo, Maria José Valério, Fernando Maurício ou Carlos Zel.[2]
A sua última presença em palco foi no musical Canção de Lisboa de Filipe La Féria, em 2005.[2][1]
Fernanda Baptista morreu em 25 de Julho de 2008, em Cascais.[1]
Reconhecimento
Em 2003, foi feita Comendadeira da Ordem do Mérito, a 5 de fevereiro, por Jorge Sampaio.[1][4]
Em 2008, recebeu da Câmara Municipal de Lisboa a Medalha de Mérito Municipal, no seu Grau Ouro, a par de Maria Eugénia, Milú e Nini Remartinez (Irmãs Remartinez).[5][6]
A fadista é recordada na toponímia de localidades como Sintra (2017), Cascais ou Seixal. [7][8]
Discografia
Compilações
- 2005 - Fernanda Baptista: A Maior Voz do Teatro de Revista (CD, Movieplay Portuguesa)[10]
Teatro
Referências
Ligações externas