O Tityus serrulatus, conhecido popularmente como escorpião-amarelo, é um escorpião típico do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil. É a principal espécie que causa acidentes graves, com registro de óbitos e considerada a mais venenosa da América do Sul.[2]
Possui as pernas e a cauda amarelo-claro e o tronco escuro. A denominação da especie é devida à presença de uma serrilha nos 3° e 4° anéis da cauda. Mede até 7 cm de comprimento. Sua reprodução é partenogenética, na qual cada mãe tem aproximadamente dois partos com, em média, 20 filhotes cada, por ano, chegando a 160 filhotes durante a vida. Devido aos hábitos domiciliares e à periculosidade da picada é responsável pela maioria dos acidentes escorpiônicos verificados no Brasil em região urbana,[3] devido ainda à grande expansão de distribuição nos últimos 25 anos.
Reprodução
O período de gestação é variado mas, em geral, dura três meses para o gênero Tityus. Durante o parto, a fêmea eleva o corpo e faz um “cesto” com as pernas dianteiras, apoiando-se nas posteriores. Os filhotes recém-nascidos sobem no dorso da mãe através do cesto e ali permanecem por alguns dias quando, então, realizam a primeira troca de pele. Passados mais alguns dias, abandonam o dorso da mãe e passam a ter vida independente. O período entre o nascimento e a dispersão dos filhotes é de aproximadamente 14 dias. Os escorpiões trocam de pele periodicamente, em um processo denominado ecdise; a pele antiga é a exúvia. Passam por um número limitado de mudas até a maturidade sexual, quando então param de crescer.
A espécie T. serrulatus possui uma característica peculiar entre os escorpiões[4] que é a partenogênese, ou seja, a capacidade de se reproduzir sem que haja fecundação, não havendo necessidade de um casal.[5] Tal fato possibilita que um único espécime transportado para um novo local possa se reproduzir e desenvolver uma colônia. Este fenômeno facilita sua dispersão; por causa da adaptação a qualquer ambiente. Além disso, a introdução de T. serrulatus em um ambiente pode levar ao desaparecimento de outras espécies de escorpiões devido à competição.[carece de fontes?]
Por muito tempo julgou-se que a espécie era exclusivamente partenogênica, mas recentemente foi descoberta uma população com a divisão de gêneros e reprodução sexuada, no norte do estado de Minas Gerais e na Bahia.[6]
A peçonha de todos os escorpiões tem efeito neurotóxico, ou seja, age no sistema nervoso. A picada é extremamente dolorosa, provoca dor intensa no local afetado e se dispersa por todo o corpo, levando a vítima a um estado de hiperestesia, fazendo com que o doente fique extremamente sensível ao menor toque em todo o corpo. A ação neurotrópica da peçonha age sobre o bulbo (medula oblonga) região importantíssima do encéfalo que controla os movimentos respiratórios e cardíacos, além dos movimentos peristálticos, mas sua ação é específica sobre a região do bulbo controladora da respiração, o que faz com que a vítima morra por parada respiratória.[carece de fontes?]
Contato com humanos
Contatos entre seres humanos e T. serrulatus são muito frequentes. O detalhe é que esse escorpião por natureza ataca ao homem ao se sentir ameaçado. Em casos de acidente recomenda-se não "sugar" o veneno do local acidentado, não fazer torniquete, incisões ou cutucar o local, para não agravar a situação. Deve-se procurar um médico, e sempre que possível levar o escorpião junto.[carece de fontes?]
Recomenda-se também que ao encontrar um escorpião não se tente pegá-lo com a mão - ele pode picar - mas sim chamar um técnico do Centro de Controle de Zoonoses e só em ultimo caso tentar capturá-lo, usando luvas de couro, calçados grossos e fechados, calça e camisa de manga comprida, algum objeto como uma pá de recolher lixo e uma vassoura.[carece de fontes?]
Gonçalves, Eduardo; Maia, Bruna Tupinambá; Martelli Júnior, Hercílio (2012). «Scorpion sting-induced unilateral pulmonary edema». Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 45 (3): 419–419. Consultado em 22 de abril de 2017
Soares, Marcely Regina Martins; Azevedo, Cristiano Schetini de; De Maria, Mário (2002). «Scorpionism in Belo Horizonte, MG: a retrospective study». Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 35 (4): 359–363. Consultado em 22 de abril de 2017
Notas e referências
↑Lutz, A. & Mello, O. de (1922). Cinco novos escorpiões brasileiros dos gêneros Tityus e Rhopalurus. Folha Médica, vol. 3, n. 4, p. 25-26 (republicado em: Benchimol & Sá, 2007, p. 81-85, pdf).