As eleições estaduais em Mato Grosso do Sul, em 2014, foram realizadas em 5 de outubro (1º turno) e 26 de outubro (2º turno), como parte das eleições gerais no Brasil. Os eleitores aptos a votar elegeram o Presidente da República, Governador do Estado e um Senador da República, além de 8 deputados federais e 24 deputados estaduais. Como nenhum dos candidatos a governador obtiver mais da metade dos votos válidos, um segundo turno foi realizado. Os principais candidatos a governador foram Nelson Trad Filho (PMDB), Delcídio do Amaral (PT) e Reinaldo Azambuja (PSDB). Para o Senado os principais candidatos foram Simone Tebet (PMDB), Ricardo Ayache (PT) e Antônio João Hugo Rodrigues (PSD).
Contexto
Em 3 de outubro de 2010, o médico André Puccinelli foi reeleito governador de Mato Grosso do Sul, com 56% dos votos válidos. Puccinelli havia sido prefeito da capital Campo Grande por dois mandatos, de 1997 a 2000 e de 2001 a 2004. No pleito de 2010 – assim como em 1996 –, o atual governador derrotou seu rival político, o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT.
Durante as eleições municipais em Campo Grande, em 21 de agosto de 2012, foi publicado um vídeo gravado no dia 10 de agosto, na sede do PMDB de Campo Grande, onde Puccinelli supostamente praticava coação eleitoral sobre servidores para que Edson Giroto fosse eleito prefeito da capital sul-mato-grossense. O vídeo inicia com uma funcionária comentando sobre exoneração para os convocados que não estivessem presentes, então Puccinelli, com uma lista, chama pelo nome os funcionários públicos que devem dizer sua intenção de voto para prefeito e vereador. Após o anúncio, André dava opiniões e instruções sobre o candidato escolhido pelo eleitor. O governador também dá orientações sobre a forma que devem ser as peças publicitárias dos vereadores.[1] O caso culminou na derrota de Giroto para o adversário Alcides Bernal.[2]
A conturbada eleição de Bernal, com uma oposição forte na Câmara Municipal, gerou a maior crise política de Campo Grande. Acusado de ineficiência,[3] e com aliados abandonando seu governo,[4] o prefeito foi investigado por um comissão parlamentar de inquérito[5] e enfrentou uma comissão processante.[6] Bernal acusou o governador André Puccinelli de comandar golpe para sua cassação de mandato,[7] seu vice Gilmar Olarte de participar do suposto golpe,[8] a imprensa e outros adversários políticos.[9] A votação da cassação, em 26 de dezembro de 2013 foi suspensa pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS), a pedido de Bernal.[10] Uma reviravolta em 6 de março de 2014 permitiu o reinício da Processante, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a pedido da Câmara. Alcides Bernal foi cassado pela Câmara Municipal seis dias depois, em nove votações.[11] O vice-prefeito, Gilmar Olarte, assumiu o cargo.[12]
O senador Delcídio do Amaral foi apontado em março de 2014 como responsável pela indicação de Nestor Cerveró para a diretoria internacional da Petrobras.[13] Cerveró operou a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que causou prejuízos à companhia estatal.[14] Delcídio acusou o PMDB de ter indicado Cerveró, o que gerou uma troca de acusado com o presidente do Senado, Renan Calheiros.[15] O senador ainda entrou com liminar contra o jornal sul-mato-grossense Correio do Estado por relacioná-lo a Cerveró,[16] mas a ação foi suspensa em seguida.[17]
Os pré-candidatos a governador e senador, respectivamente, Delcídio do Amaral e Reinaldo Azambuja chegaram a negociar uma aliança entre PT e PSDB, mas foi vetada pelas Executivas Nacionais de ambos os partidos.[18]
Definição das candidaturas
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB): O ex-prefeito de Campo Grande e ex-secretário estadual de Articulação com os Municípios, Nelson Trad Filho, anunciou após deixar o Paço Municipal que concorreria à sucessão de André Puccinelli.[19] Na convenção do partido, Trad Filho e Janete Morais foram homologado como candidatos do partido à sucessão de André Puccinelli e Simone Tebet.[20]
Partido dos Trabalhadores (PT): O senador Delcídio do Amaral já era apontado como candidato ao governo há alguns meses como candidato ao governo do estado.[19] Delcídio foi oficializado candidato em convenção partidária, e o deputado estadual Londres Machado foi indicado como seu vice.[21]
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB): O ex-prefeito de Maracaju e deputado federal Reinaldo Azambuja tentou negociar aliança com o PT, que foi vetada pelas Executivas Nacionais de ambos os partidos.[18] Com a negativa, ele foi lançado como candidato ao Parque dos Poderes na convenção do partido.[22]
Partido Progressista (PP): O vereador de Corumbá Evander Vendramini foi lançado como candidato ao governo do estado na convenção do partido. Como vice, o candidato terá a vereadora de Dourados Virgínia Magrini.[23]
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL): O professor e candidato derrotado à Prefeitura de Campo Grande em 2012, Sidney Melo, foi aclamado como candidato ao Parque dos Poderes na convenção do partido. A chapa terá o professor Waldely Vaneli como candidato a vice-governador.[24]
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU): o professor Marco Antônio Monje e o candidato derrotado à Prefeitura de Campo Grande em 2012 Suél Ferranti foram confirmados como candidato e vice ao governo do estado na convenção do partido.[25]