As disciplinas são um pequeno flagelo (chicote) utilizado pelos membros de algumas igrejas Cristãs (incluindo os Anglicanos,[1] e os Católicos Romanos, entre outros) para disciplinar o espírito mortificando a carne.
As disciplinas contêm geralmente sete cordas, simbolizando os sete pecados capitais e as sete virtudes. Costumam também conter três nós em cada corda, que representam o número de dias que Jesus Cristo permaneceu no túmulo depois de expiar os pecados da humanidade. As disciplinas são mais frequentemente utilizadas durante a Quaresma, mas também são utilizadas noutras ocasiões[2] e há quem as utilize todos os dias.[3]
Na Bíblia Cristã, são Paulo escreve:[4] "Castigo o meu corpo e mantenho-o submisso, para que não aconteça que, tendo pregado aos outros, venha eu próprio a ser eliminado." (1 Coríntios 9:27). os Cristãos que usam as disciplinas, fazem-no como um dos meios da graça[5][6] e também "a fim de sofrer como Cristo e os mártires sofreram."[7] O nome disciplinas tem origem na Idade Média,[8] quando os religiosos monásticos mortificavam a carne para conseguirem disciplina espiritual.[9] Por volta do século XI, a utilização das disciplinas generalizou-se a toda a Cristandade.
Na Igreja Católica Romana, as disciplinas ainda são utilizadas por algumas instituições e ordens religiosas mais austeras. Os Cistercienses, por exemplo, usam as disciplinas para mortificar a carne depois de rezarem as Completas.[10] Os Capuchinhos têm um ritual, que é observado três vezes por semana, em que os salmos Miserere Mei Deus e De Profundis são recitados enquanto os frades se flagelam com disciplinas.[11] Vários santos da Igreja Católica, tais como Domingo Loricato,[12] Maria Madalena de Pazzi,[13] entre outros, autoflagelaram-se com disciplinas.[14]
Os membros de algumas ordens religiosas Anglicanas praticam a autoflagelação com disciplinas.[15] No Anglicanismo, a utilização de disciplinas tornou-se "bastante comum" entre muitos dos membros do movimento de Oxford. Martinho Lutero, o fundador das Igrejas Luteranas, praticava a mortificação da carne com jejuns e autoflagelação, e dormindo no chão de pedra da sua cela sem cobertores. A escritora congregacionalista e líder do Evangelicalismo, Sarah Osborn, autoflagelava-se "para se relembrar constantemente dos seus pecados, depravações e vilezas aos olhos de Deus".[16]