Priscila Vieira Belfort (Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 1974 — desaparecida em 9 de janeiro de 2004) foi uma ex-funcionária pública e ex-universitária brasileira. Priscila trabalhava na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, no Centro do Rio de Janeiro. Desapareceu no dia 9 de janeiro de 2004, após sair do trabalho para almoçar. Seu real paradeiro é desconhecido até hoje.[1][2]
A mãe Jovita tinha 19 anos quando engravidou de Priscila. Durante sua infância e adolescência, Priscila era uma garota sociável e querida por vizinhos e colegas da escola. Aos 16 anos, Priscila recebeu diagnóstico de depressão.
No dia de 9 de janeiro de 2004, dia do desaparecimento, aos 29 anos, Priscila acordou indisposta e resolveu pegar uma carona com a mãe, Jovita Belfort, até o trabalho. Priscila só foi por insistência da mãe. A jovem entrou no trabalho e saiu horas mais tarde, sozinha, avisando aos colegas que ia almoçar. Foi a última vez que Priscila foi vista.[2]
Priscila trabalhava no Centro, em uma época que os sequestros estavam em alta na área.
A demora em voltar para casa deixou sua família desesperada, que só admitiu o desaparecimento após divulgar fotos dela dois dias depois, no site do irmão lutador. A festa de aniversário da mãe, que estava prevista no dia seguinte do desaparecimento, foi suspensa.
Não houve nenhum pedido de resgate. Nos meses seguintes, os parentes levantaram várias possibilidades para o sumiço, inclusive algum tipo de confusão mental. Segundo a família, ela já havia sofrido lapsos de memória no passado, mas nunca a ponto de perder o contato com os parentes.
Embora a polícia trabalhe com a hipótese de homicídio e não de sequestro, já que nunca houve um pedido de resgate, a família de Vitor acredita que Priscila esteja viva.[3]
Desde 2004, Vítor e Joana aproveitaram sua exposição na mídia para divulgar amplamente o caso e tentar conseguir pistas do paradeiro de Priscila.
A família criou uma campanha que estampou camisetas com retratos de Priscila e espalhou 30 fotos gigantes da jovem pela cidade, sempre pedindo que as pessoas repassassem qualquer informação sobre a jovem para os telefones do Disque Denúncia. O apelo continua até hoje nas páginas iniciais dos sites de Joana e Vítor.
A campanha fez a polícia receber milhares de telefonemas com denúncias, mas nenhuma produziu uma pista concreta que levasse a Priscila.[2]
Na noite do dia 28 de junho de 2007, numa edição do programa Linha Direta, da Rede Globo, dedicada ao caso, o namorado de Priscila, que preferiu não aparecer, disse acreditar que ela teria fugido. "Eu acho que ela foi para algum lugar com as próprias pernas", afirmou. A mãe, Jovita, afirma que não crê na possibilidade de fuga.[4][5]
Em 8 de agosto de 2007, 41 dias depois da exibição do programa Linha Direta sobre o caso, Elaine Paiva, de 27 anos, se entregou ao Ministério Público alegando que estaria sendo ameaçada de morte. Ela confessou que fazia parte da quadrilha que sequestrou, estuprou, matou, esquartejou e depois queimou o corpo de Priscila Belfort, em razão de uma suposta dívida de R$ 9.000,00.[6][7] Elaine contou que a ordem para matar Priscila teria partido do presídio de Bangu 1. Na ocasião, ela chegou a indicar um sítio em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, onde os restos mortais da vítima teriam sido enterrados. Porém, nada foi encontrado.[8]
Em 25 de setembro de 2024, o Disney+ lançou a série documental Volta Priscila que relata os vinte anos do desaparecimento da jovem, contando com os depoimentos da família Belfort e de apresentadores de televisão com forte influência midiática como Sonia Abrão e Gilberto Barros, trazendo até mesmo imagens exclusivas de Priscila e novos depoimentos.[9] Com a exibição do produto, foi revelado que o namorado da jovem era filho do então deputado federal do Rio de Janeiro, Márcio Fortes, sendo descoberto após uma pista dada por Joana Prado, esposa de Vitor Belfort.[10] Luiz Cláudio, filho de Márcio, teria se recusado a gravar o documentário, aumentando as especulações.[11]