A demografia da República Popular da China caracteriza-se por uma grande população com uma relativamente reduzida faixa etária jovem, resultado, em parte, da "política do filho único" adotada pelo país. As políticas demográficas implementadas na República Popular da China desde 1979 ajudaram a evitar 400 milhões de nascimentos, os quais levariam a população atual a cerca de 1,7 bilhões de habitantes. Alguns estudiosos, no entanto, pensam que esses dados são exagerados e que o impacto evitado foi de cerca de 50 a 60 milhões de nascimentos.[1]
A China é o país de maior população do mundo há muito tempo. Quando realizou seu primeiro censo, em 1953, a contagem revelou 582 milhões de habitantes; o quinto censo, de 2000, contou quase o dobro, com 1,2 bilhão de habitantes.
A começar de meados dos anos 1950, o governo chinês adotou, com variados graus de sucesso, medidas e programas de planejamento familiar e de controle populacional. O rápido crescimento demográfico chinês levou o governo a implementar uma política estrita de uma única criança por família, anunciada em 1979, segundo a qual os casais somente poderiam ter uma criança cada. Com esta medida, a China logo estabilizou-se e reduziu a taxa de fertilidade. Em 1971, as mulheres tinham uma média de 5,4 crianças, contra uma estimativa de 1,7 crianças em 2004. A fiscalização do programa, porém, variava consideravelmente, dependendo do local.
Hoje, a população continua a crescer. Há também um sério desequilíbrio de gênero. Os dados do censo de 2000 revelam que 119 meninos nasceram para cada 100 meninas, em julho de 2004, levou o governo a proibir o aborto seletivo de fetos do sexo feminino, apesar do fato de existirem outros fatores de mortalidade feminina como é o caso do suicídio.[2] Estima-se que este desequilíbrio continuará a crescer até 2025-2030, até atingir 20%, e então passará a decrescer lentamente.
A população chinesa tem envelhecido consideravelmente; estima-se que, em 2020, 11,8% dos chineses terão 65 anos ou mais, resultado principalmente do gigantesco crescimento econômico que a China vem experimentando nos últimos anos, o que, consequentemente, eleva as condições de vida do país (mesmo que ainda de forma lenta), como na China. Além disso a poluição ambiental do país tem ceifado a vida de 400 mil pessoas por ano.[3]
Grupos étnicos
A República Popular da China reconhece oficialmente 56 grupos étnicos diferentes, dos quais o maior é o han, com cerca de 91,9% da população. As minorias mais expressivas são os juang (1,3%), manchus (0,86%), hui (0,79%), miao (0,72%), uigures (0,68%), yi (0,65%), tujia (0,62%), mongóis (0,47%), tibetanos (0,44%), buyi (0,26%), coreanos (0,15%) e cazaques (0,10%).
As minorias étnicas têm crescido mais acentuadamente do que a maioria han, passando de 6,1% do total em 1953 para 8,04% em 1990, 8,41% em 2000 e 9,44% em 2005. Pesquisas recentes indicam que a taxa de crescimento das minorias é cerca de sete vezes a da etnia han.
Línguas
A língua oficial padrão da República Popular da China é o putonghua, cuja pronúncia é baseada no dialeto pequinês do mandarim. Há outros dialetos do mandarim, como o wu (Xangai), o cantonês, o minbei, o taiwanês, o xiang, o gan e o hakka, bem como as línguas das minorias étnicas.
Religião
O governo comunista chinês adota para o país o ateísmo de Estado, desde 1949. Segundo algumas fontes, cerca de 59% da população é não religiosa. Entretanto, a religião desempenha um papel importante na vida de vários chineses, em especial as crenças tradicionais do confucianismo e do taoísmo. Segundo o censo oficial do governo chinês, em 1997 mais de 8% da população da China continental se declarava budista. O budismo maaiana é o mais praticado, com 100 milhões de adeptos estimados. O budismo teravada e o budismo tibetano também são praticados por minorias étnicas. Os dados oficiais indicam a existência de 18 milhões de muçulmanos (em geral, sunitas), 4 milhões de católicos romanos e 10 milhões de protestantes, embora as estimativas não oficiais sejam maiores.
↑Robert Weil, “Were Revolutions in China Necessary,” Socialism and Democracy, Vol. 21, July 2007, pp. 20-22.
↑Elizabeth Economy, “China vs. Earth,” The Nation, April 19, 2007; Jim Yardley, “China’s Turtles, Emblems of a Crisis,” New York Times, December 5, 2007; L. Alan Winters and Shahid Yusuf, eds., Dancing with Giants (Washington D.C.: World Bank, 2007), p. 14.