Dois anos depois, em 1892, obteve permissão para retornar ao Brasil, dirigindo-se ao Rio Grande do Sul, onde se deparou com a total instabilidade do Executivo estadual, presidido àquela altura por uma sucessão de dez presidentes. Diante de tal situação, Silveira Martins organizou um congresso para a fundação de um novo partido político, em defesa do parlamentarismo e em oposição ao militarismo da então República da Espada (1889-1894).[2]
Congresso
Em 31 de março de 1892, na cidade gaúcha de Bagé, organizou-se o 1º Congresso Federalista, sob a liderança de Gaspar da Silveira Martins. Alguns autores destacam que, apesar do nome, o primeiro congresso do Partido Federalista tratou muito mais do parlamentarismo do que do federalismo.[3]
Constava como natureza e objetivos do novo partido, expressos no primeiro tópico de seu programa, a “propaganda das doutrinas parlamentaristas”.[3] Em seguida, no segundo tópico, “propugna a revisão da Constituição Federal, para modelar a Republica Federativa, de accordo com os principios do governo parlamentar, praticados na generalidade dos paizes de regimen representativo”.[3]
No Congresso, Silveira Martins direcionou o novo partido para a missão de operacionalização do sistema parlamentarista de governo no Brasil, criticando, inclusive a forma como a Constituição de 1891 estabeleceu a eleição para a Presidência da República. Segundo o líder político[3], o Brasil era:
[...] o único país em que essa eleição é feita pela massa popular. [...] um milhão de ignorantes não faz um sábio. [...] O Presidente deve ser eleito pelas Assembleias estaduais, ou então pela Câmara e Senado reunidos. Suscitamos a necessidade de responsabilidade dos ministros, saindo das Câmaras e sujeitos à reeleição, buscando o regime da liberdade, promovendo os mais capazes. [...] Aqueles que temem que os ministros serão reeleitos sempre, [...] nos tempos do Império muitos não conseguiram ser, como Pedro Luiz, Paula Souza, Portela e o proprio visconde do Rio Branco, além de outros.
Em 1896, com a derrota de Silveira Martins e dos maragatos na Revolução Federalista, um novo Congresso foi organizado, dessa vez em Porto Alegre, mantendo as características do primeiro, mas com um impacto menor.[3]
Em 1917, após a morte de Silveira Martins, ocorreu um terceiro Congresso Federalista, também em Porto Alegre, renomeando o partido como "Partido Republicano Federalista" - futuro Partido Libertador.[3]
Referências
↑MARTINS, Gaspar Silveira (1890). «Entrevista do Senador Gaspar Silveira Martins ao Times em 23 de janeiro de 1890». Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Gazeta de Portugal|acessodata= requer |url= (ajuda)